13. Não Deveríamos Ter Feito Isso

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Anne puxou o lençol da cama e sentou-se apoiando o pé direito na cama, passando seu hidratante por toda ela, estava completamente distraída em seu ritual que nem mesmo percebeu Lisa adentrar o quarto trajada em um roupão.

Lisa a observou por míseros segundos e seguiu para o closet, colocou um pijama confortável e observou uma caixa mediana em suas coisas, a pegou e saiu, ficando parada no vão da porta.

– Não me diga que são mais algemas — Anne a olhou.

– Tudo bem, eu não direi — Disse irônica, Lisa revirou os olhos — Não são algemas, é algo muito melhor, mas não abra agora, será para outra ocasião.

– Okay — Disse voltando para o closet e guardando a caixa, assim que saiu do closet seguiu para a cama e deitou-se observando Anne que começará a folhear seu livro que a poucos instantes estava sobre a mesa de cabeceira.

– Peça de uma vez o que você quer pedir — Anne a assustou, Lisa perceberá que a mulher nem mesmo a olhava.

– Por que acha que quero pedir algo?

– Por estar me encarando — Disse e virou a página.

– Não quero pedir nada, na verdade devo agradece-la por hoje, você foi.... Amigável com todos, meus pais adoraram você.

– O fato de eu ser fria, não me torna desumana, sem coração, muito menos mal educada, Lisa.

– Eu sei, mas mesmo assim, muito obrigada — Anne afirmou com um maneio de cabeça sem ao menos desviar o olhar do livro como durante toda a conversa.

Lisa nada mais disse, apenas virou-se de costas para a mais velha, era extremamente estranho estar junto a Anne, pois jamais sabia como se portar ou agir, não que ela quisesse tanto contato como vinha aparentando nos últimos dias, não era isso, mesmo tendo que confessar que até gostava um pouco de todo o calor que tinham quando estávamos juntas.

Amava Sean, era mais do que óbvio, não via a hora de poder voltar para seus braços, contava as horas, não era? Ela não fazia a mínima ideia se realmente era isso ainda, não fazia mais ideia de absolutamente nada.

Anne a observou por longos minutos esquecendo-se do livro que começará a ler, não poderia deixar aquela garota amolece-la, mas em um ponto de vista achava que já era um pouco tarde, pois já estava óbvio para si o quão encantada estava pela mais nova, olhou para o livro novamente, estava na página trinta, jamais ficará tanto tempo lendo para não chegar ao menos na metade do livro, se bem que passará mais tempo pensando sobre dormir colada ao corpo de Lisa ou se descia e tomava uma dose de seu whisky, duas doses talvez, ou doses suficientes para esquecer que estava encantada demais pelos olhos claros e pelos cabelos ruivos.

Definitivamente aquilo não importava, não naquele momento, preocuparia-se depois, fechou o livro, marcando a página e o deixou na mesa de cabeceira, desligou o abajur e virou-se de lado, ficando de frente para Lisa, observou por alguns segundos as costas alvas cobertas pelo leve tecido de seda vinho e sem pensar muito ficou no meio da cama puxando Lisa para seus braços.

Esperou que ela se afastasse, coisa que não acontece, Lisa virou-se de frente para ela e depois de olha-la nos olhos brevemente, escondeu seu rosto na curva do pescoço da mais velha e encolheu-se. Aquele contato era tão bom que Anne já não sabia se conseguiria sobreviver sem ele.

[...]

Cassidy andou de um lado para o outro com uma mão na cintura e outra nos lábios.

– Dois meses é muito tempo, Lisa, eu ficaria um pouco perdida, não, definitivamente não.

– Cass, eu viajo essa madrugada, você sabe da Emigen tanto quanto eu, ficará tudo bem — Tentou tranquiliza-la — Além de tudo, eu estarei disponível para poder te responder quando precisar, essa é uma grande oportunidade para a Emigen e para nós, Cass, não podemos deixar que o medo nos atrapalhe, não agora que já chegamos tão longe.

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