Capítulo 23

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James

Eu estava olhando pela janela toda vez que ouvia um barulho de carro, afastava um pouco a cortina e tentava ver pela fresta. Estava a noite e na rua havia pouca iluminação, o que me deixava ainda mais ansioso e preocupado. Podia sentir o suor escorrer pela minha testa, eu sempre o limpava com a manga da minha blusa, mas parecia não adiantar nada.

 Podia sentir o suor escorrer pela minha testa, eu sempre o limpava com a manga da minha blusa, mas parecia não adiantar nada

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Tinha que admitir que eu estava com muito medo, mas ainda não compreendia o porquê. Eu mexia meu pé de forma repetitiva para tentar de alguma forma controlar minha ansiedade, minhas mãos não paravam quietas, indo de tempos em tempos até a cortina para abri-la e fecha-la. Era difícil até para respirar, podia até ouvir os batimentos do meu coração, pareciam irregulares, o que me deixavam ainda mais ansioso, pois achava que poderia dar um treco a qualquer momento.

- Hei! - Me viro rapidamente e dou de cara com Bernard. Havia tomado um puta susto, podia jurar que minha alma saiu e voltou ao meu corpo. - Tá chorando?

- O que?! - Vejo meu reflexo no vidro da janela e percebo que meus olhos estavam vermelhos e lacrimejando, rapidamente eu os limpo e fungo o nariz. – Não! Eu só estou cansado.

- Não é hora pra isso.

- Vai se foder! – Volto a olhar a janela. – Ela tá bem? – Me viro pra ele novamente.

- Está dormindo ainda.

- Que merda foi que você deu a ela?

- Só uma dose de um sonífero.

- Já era pra ela ter acordado.

- Não, não era. Eu sei bem a quantidade que dei a ela.

- Sei...

- Tá com medo de que?

- Não tô com medo.

- Você não para de olhar pela janela desde que chegamos, e pode ter certeza que eu sei bem quando alguém está com medo.

- Talvez a polícia possa nos rastrear até aqui... Sei lá.

- Tá preocupado com a polícia?! Temos preocupações maiores do que a polícia a essa altura.

- VOCÊ tem preocupações maiores, eu só sou seu refém! E desde que você me sequestrou eu não tomo os meus remédios!

- Remédios pra quê?

- Não te interessa. Eu só não posso ficar sem eles... ou os meus pensamentos vão voltar.

- Eu também já tomei remédios para afastar pensamentos ruins, só que chegou uma hora que eles não faziam mais efeito, então tive que encarar a triste realidade sem toda essa merda. E se eu fosse você faria o mesmo o quanto antes, melhor do que ficar dependendo dessas porcarias.

- Valeu pelo conselho, agora me deixa em paz.

- Não fica guardando essas merdas pra você... – Ben aponta para própria cabeça. - É ruim pra cabeça.

Amor Mortal - Vol. IIOnde histórias criam vida. Descubra agora