Amor Mortal - Vol. II

Capítulo 29

Bernard

- Alguns de meus homens devem estar fodendo ela agora mesmo.

O líder de antes me provocava. Eu já estava cego de raiva acreditando em cada palavra que ele dizia, pois eu sabia muito bem do que toda essa gente era capaz.

- Ela deve estar amarrada, com vários dos meus homens montando em cima dela. Já imaginou a dor que ela deve estar sentindo? Só de pensar já me sinto excitado...

Eu me debatia tentando me soltar das amarras, havia um capuz preto na minha cabeça e eu não podia ver nada. Uma fita tampava minha boca evitando que eu falasse, só o que eu podia fazer era rugir de raiva, feito um leão atrás das grades enquanto ouvia toda aquela merda que ele dizia para mim.

Ouvimos tiros, um atrás do outro, e depois gritos. Eu paro de me debater para ouvir melhor o que estava acontecendo. Ouço os passos pesados do líder que estava na sala, ele caminha até a porta e a abre, provavelmente averiguando o que estava acontecendo do lado de fora.

- POR FAVOR, CHEFE!!! NOS AJUDE!! ELA ESTÁ NOS CAÇAND...

Ouço outro tiro e o homem que gritava se cala. O líder bate com a porta e anda de um lado para o outro. Não saber o que estava acontecendo me deixava cada vez mais aflito. Do que será que aquele cara estava falando?? Ouvimos chutes na porta, e o líder descarrega sua arma em direção a ela até acabar sua munição.

- MERDA! – Ele grita.

Ouço outro tiro e em seguida um chute, a porta se abre e se choca contra a parede.

- FICA LONGE DE MIM!!

Ouço outro tiro e algo se choca contra o chão. Passos vagarosos vem até mim, e eu me encolho na cadeira, imaginando o pior. Meu capuz é retirado e me deparo com Lya, coberta de sangue. Um alívio monstruoso me consome por dentro. Ela tira a fita da minha boca e vai para atrás de mim para me desamarrar.

- Você está bem?? – Pergunto preocupado depois de todas as merdas que ouvi daquele líder.

- Melhor impossível.

- O que aconteceu com você? – Eu me levanto da cadeira.

- Eles iam me matar, mas eu matei eles primeiro.

- Quantos eram?

- Eu perdi a conta quando cheguei no dez. – Lya me entrega uma arma. – Temos que sair daqui, eu acho que estamos em um esconderijo subterrâneo, não vi nenhuma janela por onde passei, só paredes.

- Conseguiu encontrar o James?

- Ainda não.

Antes de sairmos da sala eu vasculho o corpo do líder, encontro muito dinheiro e as chaves da minha caminhonete, mostro elas a Lya assim que pego.

- A caminhonete deve estar por perto.

- Sim.

Começamos a andar juntos, atirando em qualquer um que aparecesse na nossa frente. Depois de vasculharmos por alguns quartos, finalmente encontramos James, ele estava caído no chão apagado.

- Vigia a porta. – Lya fala pra mim. - James? James? – Ela sacudia o corpo dele. – Ele não vai acordar, vai ter que carrega-lo.

- Eu não vou carregar esse moleque de novo. – Saio da porta e vou até ele, o pegando pela gola da camisa. – JAMES!! – Grito e no mesmo instante ele acorda berrando. – Pronto. – Eu o solto e volto a vigiar a porta.

- AHHH!! ME LARGA!

- Somos nós, está tudo bem. – Lya fala.

- Ah... O que aconteceu??