Capítulo 8

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No dia seguinte Ben já havia desaparecido quando acordei de manhã, pois não o encontrei na cama, muito menos pela casa. Aproveitei para sair mais cedo e ir até a casa de James antes de Ben aparecer e não me deixar sair, me enchendo de perguntas como era de costume.

- Eu disse "meio dia". – James abre a porta com cara de sono.

- Já são onze horas, ainda estava dormindo?

- E isso importa?

- Me deixa entrar antes que alguém me veja na sua porta.

- Ninguém vai te ver aqui, esse sítio tem muitos hectares até às outras fazendas...

Entro antes mesmo que James pudesse terminar de falar, ele se surpreende com minha ação repentina, mas logo deixa pra lá e fecha a porta. Me deparo com uma casa totalmente revirada do lado de dentro.

- Que cheiro é esse?! – Digo fazendo cara de nojo.

- É do banheiro, está entupido faz uns meses.

- "Meses"?!

- Err... – James passa por mim e vai até a cozinha, retirando algumas besteiras da geladeira e jogando em cima da bancada.

- Com tudo que você ganha não dá pra pagar alguma empregada pra dar um jeito nisso aqui?

- Não tinha pensando nisso.

- Homens... – Reviro os olhos. Observo o que James estava comendo. – Não da pra comprar comida descente também não? Vai acabar se matando comendo essas merdas aí. - Ele ri com meu comentário. - O que foi?

- Gosto do jeito que você fala.

- Não viu nada. – Sorrio também. – E então...

- Ah, você quer saber o que aconteceu com nossos vizinhos, não é?!

- Sim. E porque você fica encarando o Bernard com uma cara apavorada.

- Certo...

- Então é isso? Não tem problema em falar? Não quer nada em troca?

- Em que mundo você vive?! – Ele me olha estranho.

- Deixa pra lá...

Tudo tinha um preço, era isso que eu aprendi desde que comecei a conviver com Bernard, então porque agora seria diferente? Meus pensamentos são interrompidos quando James começa a falar.

- Não me lembro de muita coisa, mas me lembro bem de estar brincando com a filha dos nossos antigos vizinhos naquela construção de pedra que você pode ver se olhar pela janela. – Olho pela janela quando ele aponta o dedo, e vejo a mesma construção de antes ao longe. - Vi a mãe dela fugir de dentro da casa e nós mandar correr também, quando olhei para trás vi um cara todo de preto com um machado na mão vindo atrás de nós...

- Não pode ser verdade isso...

- Porque eu te chamaria até aqui para mentir?

- Eu sei lá que porra passa na cabeça de vocês, adolescentes.

- Se não estiver acreditando pode ir embora então.

- Relaxa! Pode terminar.

- Tá. Ele pegou a mãe dela, depois pegou a garotinha que eu estava tentando salvar. Não consigo me lembrar de mais nada depois disso.

- É isso? Não se lembra do que aconteceu com você depois?

- É isso? Não se lembra do que aconteceu com você depois?

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Amor Mortal - Vol. IIOnde histórias criam vida. Descubra agora