Lá estavam tia e sobrinho, abraçados no sofá, satisfeitos da transa que tiveram.
— Você acha certo o que fizemos? — perguntou Deby depois de um longo silencio dos dois.
— Não sei se foi certo ou não, tia, mas só sei que foi muito bom.
Deby sorriu.
— Sim, pra mim foi muito bom também. Estava precisando disso. Ah, não me chame de tia, me chame de Deby mesmo.
— Está bem, tia Deby.
— Não. Engraçadinho. Só Deby, mesmo.
— Quer dizer então que você estava carente, Deby?
— Convenhamos que sim. Frankie está tão centrado no trabalho que não tivemos mais este tipo de carinho.
— Também pudera né, a situação na sua loja não está boa.
— Oi? Como você sabe disso?
— Minha mãe me falou. Desculpa eu não queria me meter.
— Não, não. Tá tudo bem. Mas é isso mesmo. Frankie está quase falindo.
— Que droga, né.
— Sim. Eu já lhe disse para investir em outro ramo, mas quer investir na farmácia só porque é farmacêutico. Ele tem que ver que não dá mais, que já ganhou o que tinha que ganhar.
— Você tem razão, tia. Quer dizer, Deby.
— Às vezes vejo ele pensativo na cama, não sei o que anda pensando , juro que não.
— E se estiver pensando em besteira?
— Vire essa boca pra lá.
— Desculpa. Mas é o que acontece quando algumas pessoas se veem sem saída nos negócios.
Deby ficou pensativa. É, mas Frankie não é de desistir nunca, muito menos de tentar se matar.
— Adoro esse teu sorriso, sabia. — disse Deby, nos braços do novinho acariciando os mamilos do garoto. Molhava os dedos nos lábios e acariciava, Narcisio estava começando a ficar com tesão novamente.
— Também adoro o seu.
E os dois se beijaram, um beijo de língua, Deby, como uma serpente, sugava a língua do garoto. O beijo foi tão intenso que caíram do sofá, mas não pararam de se beijar, e foram se rolando no chão, os corpos nus, ardentes, seria paixão ou apenas sexo?
Na delícia do deita e rola algo inusitado aconteceu: alguém abria a porta. Narcisio correu como um coelho pro seu quarto, deixando sua bermuda, camiseta e cueca no chão. Desesperada, Deby pegou sua toalha que havia jogado no braço do sofá. Se agasalhou com ele pegando também suas vestes e as de Narcisio jogando rapidamente pra debaixo do tapete. O coração violentava o peito, quem seria?
— Mãe? O que a senhora faz de toalha aqui?
— Ah, oi, Fernanda. Vim lavar minha roupa. O que aconteceu, você disse que não vinha almoçar, não preparei nada.
— Eu não tive aula de economia, o professor tava doente. Mas a senhora não ia sair, por que ainda está por aqui?
Deby, descabelada, cheirando a sexo, disse que pegou um cochilo que nem viu o tempo passar.
— Eu ando bem cansada, sabe, filha. E essas coisas que o seu pai tá passando mal consigo dormir à noite.
— É, é. Eu sei. Eu só quero que ele não atrase minha facul, não agora que tô quase concluindo.
Deby ficava tão decepcionada quando a filha falava daquele jeito. Nem pensava na situação do pai só queria ter os seus direitos.
— Acho melhor a senhora parar de ficar andando só de toalha por aí, temos visitas né, mãe. Mais respeito. — concluiu a moça.
— Sim, eu sei.
Fernanda, desconfiada com a cena, foi para o banho, mas não pôde deixar de dar uma espiada no quarto de Narcisio. Foi até a ponta dos pés e olhou pra pequena fresta da porta e viu o rapaz com caderno na cara, estudando e estudando.
— Caramba! Esse aí é estudioso pacas.
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Dormindo com o Sobrinho
Mystery / ThrillerDeby é uma mulher madura, de quarenta e quatro anos. Dona de casa, um tanto que solitária. Para tirar o vazio da alma, Deby usa a internet para não se sentir só. É conhecida nas redes sociais como Loba, voraz por sexo virtual. Mas acontece que a vid...