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— Não pode ser, não pode! — exclamou Deby assim que Frankie saiu para trabalhar no amanhecer do dia. — Você não fez o nó corretamente, Narcisio. Que droga!

— Desculpa, amor. Pra mim estava tudo perfeito. Fiz como o cara do vídeo ensinou.

— Se tivesse feito certo Frankie já estaria morto uma hora dessas.

— Algo deu errado. Mas não vamos desistir, calma, amor. Frankie está convicto da sua loucura, e quer morrer de verdade, ele irá repetir, e nós vamos fazer como fizemos ontem. Se você visse e ouvisse ele. Na verdade tive até pena daquele pobre homem.

— Também tenho pena dele, amor. Não pense que eu sou um monstro, tá bem?  Queria que tudo isto terminasse de uma forma melhor, mas a gente viu que não é tão fácil assim.

— Eu entendo você, amor. Você não tem culpa da escolha do Frankie, eu não acho você  nada disso não.

— Que bom, amor. Vamos ter que repetir isto, até ele cometer o suicídio.

— E vamos. Como eu disse, Frankie está louco, vi com meus próprios olhos. Ele já está muito envolvido com a morte,se fizermos mais uma vez ele cai na isca. E desta vez não vou falhar no laço. Eu devo ter esquecido algo e vou fazer direito desta vez.

E a noite seguinte veio, e novamente os ruídos. Frankie levantou-se e andou pela a casa, mas não foi até à garagem. Narcisio o achou estranho, como se estivesse em estado de sonambulismo, andando em círculos e falando palavras incompreensíveis. E mais três noites vieram e o casal começou a ficar preocupado.

Deby e Narcisio faziam amor na cama de casal pensando no que tinham que fazer agora para que Frankie cometesse o suicídio.

— Ele não pode mudar assim de uma hora para a outra. — disse Deby roçando a boceta no pau do novinho que tinha acabado de gozar. — Eu sei que ele quer se matar, mas acho que falta mais incentivo por parte da gente.

— Pra mim eu acho que ele desistiu. — respondeu Narcisio. Seu pau já não tinha mais forças pra ficar em pé. Deby era tão tarada que nem mesmo um novinho conseguia apagar o seu fogo.

— Você acha?

— Acho não, tenho certeza.

— E por quê?

— É aquela questão, a gente tenta uma vez, daí não dá certo. Então desistimos.

— Bom, então vamos ter que começar a agir. — disse Deby em suspiros continuando a roçar o pau de Narcisio. — O que tá acontecendo com ele? — perguntou se referindo ao membro do garoto.

— Calma, amor! Eu também não sou de ferro. — ele sorriu.

— Eu tô lhe achando bem fraco esses dias.

— Transamos todo dia, meu amor. Eu preciso me restaurar também né.

— Por que você não me chupou mais?

— Eu sempre lhe chupo.

— Mas não nesses últimos dias.

— Na verdade eu acho que ando meio atordoado com tudo isso que tá acontecendo. Não ando nem dormindo à noite.

— Mas por quê?

— Por quê? Deby, estamos planejando a morte do seu esposo, e você consegue dormir como um anjo!

— Eu só tenho o sono leve, mas durmo bem graças a Deus.

— Não é isso. Ah droga, você sabe o que eu tô querendo dizer.

— Eu sei sim, meu amor. É por isso que eu acho que devemos começar a agir pra acabar logo com isso.  Pelo jeito Frankie não irá se matar mesmo, então vamos ter que fazer isto.

— Vamos matar seu esposo?

— Sim. Vamos matá-lo.

— Meu Deus! E como vamos fazer isto, sem que a polícia descubra que fomos nós?

— Esta noite Frankie balbuciava algo no semisono. Falava algo de dívidas e que estava devendo uma grana para uns caras, e esses caras estavam o assombrando. Acredito que Frankie está jurado de morte e não tem muito tempo de vida.

— Caramba! E o que você sugere? Como vamos matá-lo? Você está me deixando mais nervoso.

— Calma. Primeiramente vamos envenená-lo.

— Envenená-lo? Mas isso é perigoso, Deby.

— Calma. Depois de envenená-lo, vamos dar um fim no seu corpo. Enterrando num lugar árido, nunca antes habitado. Para a polícia, Frankie terá evaporado da face da terra, fugiu de seus algozes com medo da morte deixando tudo para esposa e filha.

— É uma trama bem simples mas ao mesmo tempo genial, amor.

— Eu sei que sou foda. O veneno já temos, será o mesmo que matou os ratos no sótão. Só o cheiro dele já me dá dor de cabeça.

— O chumbinho?

— Este mesmo.

— Tadinho do tio Frankie. Há, há, há, há. E, agora que me veio na memória, na primeira noite que armamos a corda  pra ele pular, ele parecia estar falando com alguém, dizendo para que o deixassem em paz e que ele iria pagar a dívida. Para tio Frankie, eram os caras que estavam lá para apagá-lo. Muito doido isso.

— Eu não lhe disse... conheço Frankie. Ele está devendo uma nota preta pra esses caras, por isso quis vender a casa, colocou na cabeça aquilo, sorte que eu tirei o seu cavalinho da chuva. Agora vamos com tudo, e vamos planejar tudo bem feitinho.

— E quando será?

— Esta noite mesmo Frankie estará do outro lado vida. Colocarei o veneno em seu sagrado café, depois da janta quando se prepara para deitar.

— Eu já lhe disse que te amo, meu amor? — disse Narcisio, mas o pênis continuava flácido.

— Hoje ainda não.

— Pois eu te amo.

E o casal de perversos se beijavam, freneticamente.

Dormindo com o Sobrinho Onde histórias criam vida. Descubra agora