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Os dias se passaram e outros acontecimentos fantasmagóricos aconteceram atordoando Deby, como a impressão de estar sendo vigiada à noite durante o sono e mais passos no sótão. Abria os olhos e não via ninguém, mas o coração, o medo que a sacudia, dizia que sim. Tinha alguém lhe vigiando, até mesmo lhe tocando com os dedos congelantes. Até tinha dito uma ou outra coisa a Narcisio, mas não queria enchê-lo com aquilo, vai que o menino começasse a acreditar que ela estava enlouquecendo de verdade. Por isso manteve o silêncio, até essas visagens sumirem de uma vez por todas.

— Você acredita em vida após a morte? — ela perguntou ao amante enquanto lia um livro relacionado a Alan Kardec.

— Vida após a morte? Tipo espíritos, essas coisas...?

— Sim. Você acredita?

— Não sei, amor. Acho que não. Nossa vida é só essa aqui, temos que nos conformar. Aceitar que na verdade somos feitos de carne e osso.

— Eu sei, mas segundo Alan Kardec a vida não se resume só a isto aqui e...

— Pare de ler esses livros, amor. Sério, eu tenho mó medo.

— Não precisa ter medo de coisas naturais.

— Pra mim fantasmas não são nada naturais.

— Peraí, voce disse que não acreditava nisso.

— Mas nunca se sabe não é, vai que exista.

— É, vai que exista.

Depois do almoço, Narcisio foi se sentar no sofá e pegou no sono. "Igual a Frankie", pensou Deby lembrando quando o esposo cochilava depois do almoço. Aproveitou que o novinho estava dormindo para poder lavar a louça. Estava louca para transar, não havia transado por esses dias por conta da menstruação.

Buscando forças para lavar a louça, Deby pôs o avental e se dirigiu à pia para lavar algumas coisinhas que estavam por lá. Colocou o fone de ouvido e começou a escutar seu pagodinho dos anos noventa. Adorava Raça Negra e Só pra contrariar, lembrava da adolescência e de seus namorinhos na escola. Lembrou de quando era cobiçada pelos garotos por chamar atenção pelo tamanho do seu bumbum. Na aula de educação física, os garotos só faltavam colocar o pênis para fora e socá-los ali mesmo apreciando a perfeição que era sua bundinha.

Deby estava só de calcinha e uma camisa sem manga, com o fiozinho da peça íntima enfiado todinho no seu cuzinho. Fernanda talvez puxasse a ela. Se sentia tão bem, tão sexy, tão desejada sexualmente. Aquilo era maravilhoso, não podia reclamar de sua atual vida, tendo dinheiro suficiente para viver bem e com um novinho gostoso para foder a hora que quisesse.

E foi ali, naquele momento, enquanto areava uma panela, que sentiu um volume por de trás, a mão afastava o fiozinho da calcinha e o pênis lhe penetrava bem gostosinho. Deby arrebitou o bumbum e o pênis lhe comia saborosamente. As mãos seguraram firmes o seu seio e o pau duro batia gostoso nas bordas da bocetinha apetitosa de Deby. "Isso", Deby suspirava. "Não para". Depois de muito fodê-la, o pau saiu, escorregadio como o sabonete, o esperma gotejava o chão, a mulher recebeu um chupão gostoso no pescoço para depois ser deixada em paz, como não queria. Aquela foda foi demais.

— Adorei. — disse Deby virando-se para dar um beijo no seu gatinho, porém, quando abriu os braços, não viu ninguém apenas uma sombra trespassando a parede. — Caralho! — exclamou com os olhos esbugalhados. — Que isso! — Ficou ali, paralisada, em transe, a voz fugia como um ladrão escapa da prisão. O que mais a espantou não fora nem o espectro atravessando a parede, e sim a foda que tivera minutinhos atrás. Quem havia lhe comido gostoso? — Não pode ser, não pode ser... O que aconteceu aqui, meu pai...

Permaneceu estática ali por um pouco mais de dois minutos. Conseguiu dar um passo e logo mais outro. Quando percebeu, já estava no corredor. A voz ainda não havia voltado para chamar por Narcisio. Já na sala, sacudiu o menino que acordou assustado dando um pulo do sofá.

— O que foi, amor? — perguntou Narcisio acudindo a amante. Mas parece que uma mão oculta sufocava a pobre mulher que tentava em vão dizer o que tinha lhe acontecido. — Amor, fala comigo! O que você tem, pelo amor de Deus!

— Te...m, t...em... — Deby anunciava uma reação.

— Tem...? Tem o quê? Fala!

— Tem alguém na casa... — conseguiu dizer. Aquilo saiu tão rápido que pareceu mais com uma palavra.

— Tem alguém na casa? Puta merda!

Narcisio não pensou duas vezes. Correu para a cozinha, pegou uma faca e rodeou pela a casa. Vasculhou os quartos, a garagem, cozinha, banheiros, até mesmo o sótão sem encontrar nada como da vez passada.

— Meu amor, não há ninguém na casa. O que está acontecendo com você?

Deby, deitada no sofá, mais lúcida depois de tudo aquilo, respondeu com firmes palavras:

— Não, não, não. Tem gente sim, amor. Eu não estou ficando biruta não. Acabei de ser tocada por um homem.

— Tocada? Como assim?!

— Narcisio, tinha alguém atrás de mim me comendo. Por um momento pensei que fosse você e deixei rolar. Mas quando olhei pra trás pra te dá um beijo vi que não tinha ninguém, então vi uma sombra atravessando a parede. Na hora pensei que fosse uma visagem, mas por Diabo, fantasma não faz sexo. Fiquei paralisada até recuperar os meus passos e chegar na sala constatando que não era você.

— Que loucura, amor!

— Loucura? Que seja! Mas eu afirmo que não estou ficando louca. Temos um invasor na casa e tá em alguma parte. Já que você não achou ninguém serei obrigada a telefonar para a polícia.

Narcisio fez uma expressão de espanto. Estava Deby dizendo a verdade ou não passava de mais uma loucura?

— Eu acho que você tem que parar de ler os livros dos espíritos, amor... isso tá abalando o seu psicológico. Ligar pra polícia? E aí, eles vão chegar aqui e tirar as conclusões que isso tudo é loucura após a morte do tio Frankie.

— Que eles pensam o que quiser. Eu tenho a certeza de que não estou louca, que o que senti foi verdade.

— Que o fantasma lhe comeu...

— Pare de debochar, amor. Por favor. Não é um fantasma, é alguém.

— E quem é, amor? — inquiriu Narcisio agora tenso.

— Droga, eu não faço a mínima ideia. Mas o jeito que me tocou foi tão íntimo, como se já tivéssemos feito amor antes, por isso achei que fosse você.

— Ai! Tô começando a me assustar de verdade agora, Deby.

— Não quero que fique assustado. Mas eu quero muito ligar pra polícia.

— Amor, pensa...não tem ninguém na casa. Você quer perder a seriedade com a polícia relatando algo que nem pode provar? Cadê os sinais de arrombamento? Cadê pegadas, vestígios que entrou alguém aqui e fez amor com você? Não tem nada. Eu acho que só passaríamos vergonha.

Deby pensou, pensou e chegou à conclusão que não ligaria mais para a polícia. Porém tinha certeza de tudo que aconteceu. Ainda sentia as dores no couro cabeludo quando o desconhecido puxou forte os seus cabelos.

— Mais uma vez, vou deixar isso pra lá. Mas da próxima serei obrigada a ligar pra polícia.

— E você terá todo o meu apoio, amor. Mas só lhe peço uma coisa: para de ler livros espíritas. Não que eles não sejam bons, mas é que na real, eles estão mexendo com a sua cabeça.

— Ok. Vou dá um tempo. Talvez você tenha razão. — disse Deby abraçando forte o amante, ainda com muito medo do que tudo que tinha acontecido.

Dormindo com o Sobrinho Onde histórias criam vida. Descubra agora