As quarenta e oito horas de prazo haviam se passado, então Frankie era dado como um homem desaparecido. A polícia fizera um trabalho exemplar averiguando todos os fatos e apurando interrogações dos funcionários e vizinhos de Frankie. Obtiveram informações confidenciais, como as notas frias do gabinete de Frankie. O objetivo da polícia era então descobrir para quem Frankie devia a ponto de ameaçá-lo de morte. Fora coletado também, obviamente, o incidente caso em que Frankie fora pressionado por homens fortemente armados, o que levantaram mais teses: Frankie podia mesmo estar morto.
Fernanda, de tão preocupada que ficara com a mãe, passou três dias na casa, cuidando da genitora, o que deixou Deby e Narcisio irados. Como agora estavam sozinhos, sem ninguém por perto, viveriam daquele jeitinho, com Narcisio ainda oculto.
Depois que Fernanda fora embora, Narcisio e Deby fizeram amor violentamente como dois belos amantes, sem que ninguém se intrometesse em suas vidas. Faziam sexo quatro e as vezes até seis vezes no dia. Tudo estava ocorrendo a maravilhas, a farmácia foi dada como fechada, à falência, ordens do advogado de Deby. Os funcionários saíram sem nenhum direito trabalhistas, até mesmo as dívidas seriam olvidado deixando Deby sem nenhuma dor de cabeça. O comércio entrou então para a venda, e Frankie, duas semanas depois, dado como morto depois de uma assídua investigação criminal. Deby receberia então uma bela pensão, e viveria na melhor comodidade que uma jovem senhora podia ter.
— Vamos nos casar, amor? — sugeriu Deby, recebendo uma bela chupada na boceta. Narcisio parou, olhou confuso para a amante. — O que foi? Por que essa carinha?
— Nada. Você me pegou de surpresa. Nos casarmos? Puxa, eu não sei.
— E quem sabe? Você não pretende ter um futuro comigo, amor?
Narcisio limpou os lábios com a língua e se inclinou para a amante.
— Ô, amor. É claro que quero. Depois de tudo que passamos, de que fizemos. É claro que eu quero. Só acho que as coisas estão acontecendo muito rápidas. Vamos dar tempo ao tempo. Deixar passar dois ou três anos. Acho que é o certo.
— Dois ou três anos? Nossa! É muito tempo, bebê. Pra quê tanto tempo assim?
— Pra não dar na telha. Somos jovens, pra quê a pressa? Eu não vou sumir daqui, amor. Eu só tenho você em minha vida.
— Oxi, amor. — disse Deby, comovida. — Eu também só tenho você pra cuidar de mim. Nem sei o que seria se um dia eu acordasse e não lhe visse mais ao meu lado. Acho que morreria.
— Se depender de mim, amor, vamos envelhecer juntos e morrer juntos.
— Ah, daqui algum tempinho já estarei velhinha e você esbanjando juventude.
— O que importa é que eu sempre vou te amar, meu amor. Você pode estar com os cabelos brancos, de rugas, cansada, eu sempre vou lhe querer. Nada matará este sentimento que eu sinto por você.
— Ó, meu amor! Eu também, serei sempre sua. Irei me cuidar, não se preocupe. Você faz me sentir mais jovem, mais cheia de vida. Antes eu vivia pensando como seria o outro lado da vida, hoje nem quero saber como é, nem me importa.
— Como eu te amo. Agora feche os olhos e sinta o prazer. — disse Narcisio lambendo novamente cada pedacinho da bocetinha de Deby. A mulher se contorcia de prazer, os dedinhos dos pés se retraíam, respirava fundo e expirava lentamente apreciando cada lambida, aquilo era gostoso demais. Narcisio desceu mais um pouco e fez algo diferente, que nunca havia feito. Com a ponta do dedo, alfinetou o cuzinho de Deby que simplesmente adorou aquela sensação. — Está gostando?
— Muito, muito, não pare.
— Já volto. — disse o menino voltando logo, logo, com a cuba de gelo nas mãos. Colocou uma pedrinha na boca e começou a chupar. Depois pegou outra pedrinha e deslizou no bocetão da tia e, enquanto deslizava o gelo no grelinho, lambia o cuzinho da mulher com os lábios geladinhos. A sensação era maravilhosa e agora Deby só faltava levitar como os monges.
— Não para. Por nada nesse mundo, não para. — ela dizia, gemendo gostoso.
Porém, de repente, a mulher deu um salto da cama assustando o novinho que se espantou com o repente da tia.
— Caralho! — ela exclamou pegando suas roupas.
— Que foi, amor? Nossa que susto!
— Eu vi alguém passando pela porta do quarto.
— O quê?
— Foi isso mesmo. Caralho, Narcisio. Tem alguém na casa.
— Não pode ser. Ela tá bem trancada.
— Esqueceu que existe arrombadores. Temos que ver quem é. Ai, meu Deus.
— Calma, vida. Eu vou ver quem é.
— E se for a minha filha? Eu estou ferrada.
— Calma! Esqueceu que a gente trocou as fechaduras de todas as entradas? Não é ela. Fique aqui que eu vou ver quem é. Tomara que seja algo da sua cabeça.
— Tomara que seja. Mas eu tenho certeza que vi um vulto. Vai lá, amor.
Narcisio vestiu o short e foi nas pontas dos pés indo na direção que Deby disse ter ido o vulto.
Deby ficou abalada. Tinha certeza do que havia visto. A casa nunca antes fora invadida por ninguém, mas nunca se sabia.
— Narcisio, está tudo bem? — disse no pé da porta. Mas o vazio a incomodou. Seu novinho nada dizia. Então começou a se benzer pedindo segurança ao seu Deus. — Amor, amor, responda. — dizia mais para si mesmo, ainda na ombreira. Então, não aguentando mais, seguiu o seu bambino.
A casa estava na completa escuridão. Ainda era cedo, nem vinte e uma horas. Mas o casal quase não ligava para as horas. A maior parte do dia passavam deitados na cama, brincando, rindo, trepando e planejando o futuro. Que horas deviam ser? Deby não fazia a menor ideia. Nem no celular pegava mais. Para ela não passava de um objeto dos anos noventa que ninguém usa mais.
— Amor, onde você está? — perguntou pra escuridão. Não obteve respostas. Ligou a luz do corredor e pôde perceber que o silêncio era mais perceptível que os imóveis que agora malmente apareciam com a fresta de luz. Aquilo a apavorou. — Vida, cadê você? — mas o silêncio continuava a parturbá-la. Foi quando ouviu ruídos vindos do sótão onde outrora o amante dormia, como um rato de porão. — Amor, é você quem está aí em cima? — ouviu que alguém arrastava um imóvel por lá, então, decidida, puxou a escada para subir no compartimento superior mas foi interceptada por uma mão quente, macia, bem íntima. — Frankie? — balbuciou entre o medo e a expectativa.
— Sou eu, vida. — aquela voz amiga veio para dar um fim ao seu sofrimento.
— Ai, amor. É você, é você...
— Claro que sou eu. Quem mais seria?
— Não sei, amor, mas por um momento achei que fosse o Frankie.
— O quê?! Amor, o tio Frankie está morto. Eu o enterrei até mais que sete palmos pra debaixo da terra. Já virou comida de formiga faz tempo.
— Não sei, acho que estou ficando louca.
— E como está! — sorriu o menino. — Não tem ninguém na casa também. Já vasculhei por todo canto. Eu sabia, é praticamente impossível de alguém entrar aqui.
— Mas e o sótão? Eu ouvi barulhos vindos de lá.
— Eu já venho escutando há dias. Ia até lhe falar sobre isso. Acho que depois que eu saí de lá os ratos resolveram voltar. Ando escutando à noite ruídos vindos aí de cima.
— Mas não foram simples ruídos. E sim de gente arrastando algo tipo a estante velha.
— Tá bom. Você tá me deixando com medo. Eu vou subir e ver se tem alguma coisa errada lá, me espere aqui embaixo, ok?
— Ok.
Narcisio subiu a escada pedindo calma à amante que respirava tão ofegante a ponto de irritar o garoto e o aterrorizar ainda mais. Narcisio investigou o sótão com a lanterna do celular e, como suspeitava, não encontrou nada. Voltou para a superfície acalmando Deby dizendo que nada tinha por lá.
— Só podem ser os ratos, amor. — alegou Narcisio. — Têm roedores com força descomunal.
— Eu não sei, não amor.
— Você ainda está com medo? Nossa! Você tá tremendo. Vem cá, vamos voltar pra cama. Vou te abraçar bem forte, voce vai se sentir segura.
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Dormindo com o Sobrinho
Mystery / ThrillerDeby é uma mulher madura, de quarenta e quatro anos. Dona de casa, um tanto que solitária. Para tirar o vazio da alma, Deby usa a internet para não se sentir só. É conhecida nas redes sociais como Loba, voraz por sexo virtual. Mas acontece que a vid...