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Deby decidiu falar com o esposo assim que este tomasse o seu banho, antes do café. Não queria levar a discussão para a mesa do café da manhã. Esperou Frankie sair do banho pra ir até este.

—Amor, preciso falar com você. — ela disse, sentada na beira da cama.

— É uma conversa longa? Porque se for não vai dar, Deby. Estou esperando uns medicamentos às sete e meia e eles não são muito de esperar.

— Digamos que sim. Que é um pouco longa. Quer dizer, vai depender de você.

O celular de Frankie toca cortando o que ia falar.

Alô, bom dia. Sim, é ele. Vocês estão na porta? Poxa, mas ainda é sete horas. Não podem aguardar quinze minutos? Não? , . estou indo abrir o comércio.

— São eles? — perguntou Deby.

— Sim. São. Caramba! Não vai dá nem pra tomar o café. Mas não se preocupe, amor, eu tomo lá por perto. — Frankie diz beijando a tez da mulher. — Quando eu chegar a gente conversa melhor, tá!

— Tá. — Deby responde, pensativa.

Mas sabia que não podia esperar mais. Seu bambino partiria ainda na manhã, caso ela não tivesse uma reposta pra lhe dar.

"Não posso perdê-lo. Não mesmo", disse a si mesmo.

Então tomou o café, deixando tudo pronto na mesa para Fernanda e o seu novinho, e partiu para falar com Frankie no trabalho.

Chamou o primeiro Uber mas este demorava demais para chegar, então cancelou a corrida chamando outro. Logo um email chegava cobrando a corrida que nem tinha feito.  "Era só o que faltava" disse. O segundo Uber não demorou nada para chegar. Deby entrou no carro dando bom dia e cutucando o celular enviando uma mensagem para Narcisio avisando a ele que estava indo falar com Frankie no trabalho.

Narcisio: espero que dê tudo certo amor e que o tio Frankie me aceite ficar aqui cuidando de você.

Deby: Farei de tudo amor, pra convencer ele. Ele tem um bom coração e vai deixar sim, fique despreocupado com isso. Avise  logo a sua mãe que você ficará uns dias aqui comigo.

Narcisio; bom amor, eu envio sim. Queria tanto que não fosse uns dias, mas que fosse pra sempre.

Deby: E pq não pode ser pra sempre? A gente nunca sabe .

Narcisio: como assim amor?

Deby: Eu tava pensando um negócio aqui. Talvez seja doidisse minha. Quando eu chegar em casa a gente conversa mais. Bjos te amo.

Narcisio: tb te amo.

Chegando ao local desejado, no trabalho de Frankie, na farmácia, Deby se dirigiu até a atendente, a senhora Dolores, que trabalhava com Frankie há anos, perguntando como ela estava.

— Quanto tempo, senhora Deby.

Deby pensou consigo: Senhora está lá no céu.

— Como está, Dolores? Realmente faz um pouco de tempo. Como estão as coisas por aqui?

Dormindo com o Sobrinho Onde histórias criam vida. Descubra agora