Capítulo 31: Avós e uma garota coreana?

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Meu pai aproveitou o feriado para um churrasco em família e eu aproveitei a oportunidade para ligar para Hyuk e convidá-lo. Infelizmente ele disse que já tinha um compromisso. Estava muito animado o que me deixou  ainda mais curiosa.

— Ele não deu nenhuma dica? — Minha prima perguntou enquanto saboreávamos nosso churrasco. Eu meneei a cabeça negativamente e tomei meu suco de acerola — Será que ele está namorando? — Eu quase engasguei com o suco. — Faz sentido, né? Ele está misterioso e animado...

 — Eu acho que não — respondi sem muita convicção. Será? Será que ele e a Nayra... Não, é claro que não!

— Nossa, como está pensativa! Ficou preocupada, né? — Ela deu uma gargalhada antes de soltar essa pérola — Está com ciúme!

— Não viaja, Raquel! Só estou curiosa!

— Sei, me engana que eu gosto! — Nossas mães se aproximaram, por isso mudamos de assunto.

Eu até tentei participar da conversa, mas não conseguia tirar Hyuk de minha cabeça. Sentia algo estranho em meu peito. Um aperto! Não havia razão alguma para isso. Por que eu me sentia assim? Durante aquele dia, eu olhei para o celular várias vezes para conferir se havia alguma mensagem de meu amigo. Nada!

— Olá, tem alguém aí? — Ouvi a voz de Raquel. Estávamos no quarto nos preparando para dormir. Eram 23h.

— Hã? Está falando comigo? — Eu estava sentada em minha cama olhando para a parede. Pensava em Hyuk.

— Não, é claro que não! Estava mantendo uma conversa bem legal com o meu travesseiro! — Ela brincou.

— Peço desculpas, eu... estou um pouco distraída...

— Um pouco? — Ela sentou-se ao meu lado. — Ligue logo para ele e se declare! — Cochichou em meu ouvido.

— O quê? Como você viaja, Raquel! — Ela fez um coração com as mãos. — Eu já disse que Hyuk é como um irmão para mim!

— Ok, então ligue para o seu irmão! — Ela apontou para o meu celular. — Ligue agora!

— Já está tarde! Posso falar com ele amanhã, afinal não é nenhuma urgência! — Disse sem convicção. A verdade era que eu desejava ligar. Neste exato momento, meu celular tocou e eu me assustei.

— Uau! Será? Seria muita coincidência! — Raquel disse toda animada. Olhei para o visor. Era Hyuk! Meu coração acelerou. Ah, fala sério! O que significa isso? Respirei fundo e atendi.

— Oi — minha voz quase não saiu. — Não, tudo bem, eu não estava dormindo. Pense em uma pessoa animada e multiplique por dois! Animação era o sobrenome de Hyuk naquele momento. — Novidade? Sério? Que notícia maravilhosa, amigo! Imagino como você está feliz. É mesmo? Ah, entendi... — Olhei para Raquel e vi os olhinhos curiosos. — Que maravilha, Hyuk! Você desejou isso por muitos anos e agora... Isso é mesmo maravilhoso! Conheceu? Ah, sei... É parente de alguém? Sim, entendi. Amanhã? Jantar? Legal! Não tem problema, eu realmente não estava dormindo. Sim, amanhã tenho que trabalhar... Certo, então boa noite para você também. Beijo! — Depois que ele desligou, eu ainda permaneci olhando para o celular. Raquel me tirou de meu devaneio.

— Olá... Tem alguém aqui? Estou curiosa! O que ele falou? — Ela sentou-se ao meu lado.

— Hã? É... — Ela me deu um beliscão. — Ai, isso doeu!

— Para você acordar! E aí? Conta! O que ele disse? O que ele tanto desejou? E quem ele conheceu? — Ela estava muito curiosa.

— Durante muitos anos, Hyuk desejou ter a atenção dos avós. Ele queria conviver com eles, mas como nunca aceitaram o casamento da filha, também não o consideravam como neto...

— Isso é tão triste!

— Sim, Hyuk sofreu muito. Bom, ontem ele jantou na casa dos avós. Uma prima foi quem marcou tudo e hoje ele passou o dia com eles! Imagine!

— Isso é muito legal!

— É uma bênção! Pedi muito a Deus por isso...

— Anne, era para você estar mais animada com essa notícia! 

— E eu estou! — Afirmei, mas não a convenci.

— Não está! Parece que ficou um pouco triste.

— Não, Raquel, eu... — Pensei por alguns segundos. Ela tinha razão. Hyuk me disse algo que me preocupou. — Eu só achei estranho uma coisinha que ele comentou...

— Conta logo! — Ela começou a roer as unhas. Eu bati na mão dela. — Ai! Conta logo senão não sobrará nada... — Ela mostrou as unhas.

— Os avós apresentaram uma garota para Hyuk. Ela é  neta de amigos deles. Amigos coreanos! A garota nasceu na Coréia! — fiz questão de destacar a informação recebida. — Achei  isso estranho, sabe? Foram anos sem contato algum e agora...

— Uma garota coreana! — Raquel me encarou e apontou o dedo indicador. — Você está com ciúme!

— Não é isso, Raquel! — Protestei sem muita energia. — Bom, preciso dormir, amanhã tenho que trabalhar... — Eu já sabia que seria muito difícil conciliar o sono. Hyuk me disse que amanhã jantará com a garota. O que os avós pretendem? 

Anne e HyukOnde histórias criam vida. Descubra agora