Capítulo 32: Chorando?

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Olá... Mais um capítulo disponível! O vídeo dessa vez é  a OST do dorama While you were sleeping (OST linda!). Eu acho que a Anne gostaria de cantar essa música para o Hyuk e vocês?


Sexta-feira trabalhei o dia inteiro. Só não pensei em Hyuk e o seu jantar com a garota coreana porque o dia foi bem agitado na clínica. O último paciente que atendi naquela manhã foi uma criança com TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade); a parte mais difícil foi a conversa com os pais. Eles estavam bem relutantes sobre o diagnóstico. Foi necessária uma longa conversa para convencê-los. A cooperação de toda a família durante o tratamento é essencial. O pai insistia em dizer que o filho é preguiçoso e burro. A criança não o ouviu, pois estava em uma atividade supervisionada por outra profissional, mas infelizmente eu imagino que ele já deve ter repetido a sua opinião sobre o filho muitas vezes em sua casa. Muitas crianças, antes de um diagnóstico correto, são rotuladas de preguiçosas, desleixadas, indisciplinadas e outras coisas. É muito importante que elas sejam diagnosticadas para receberem o tratamento correto. A compreensão, paciência e o amor são indispensáveis em todo o processo, ou melhor, são indispensáveis sempre!

Após o almoço, a clínica foi fechada, mas nós não tivemos folga. Doutor Nicolas realizou uma longa reunião sem a doutora Kely, sua irmã e sócia na clínica, que precisou sair por causa de um compromisso, mas ele nem se importou porque estava muito empolgado com algumas mudanças que realizaria. Eram 17h e a reunião parecia que não teria fim. Doutor Nicolas até encomendou alguns salgadinhos e isso só aumentou nossas suspeitas de que sairíamos tarde. Olhei para o meu celular. Havia uma mensagem de Hyuk: "Noona, você lembra que tenho um jantar hoje, né? Quero muito ter a aprovação de meus avós. Quero que fiquem felizes. Eu preciso! Torça por mim".

Hoje ele também se encontrará com os avós? Ontem Hyuk mencionou um jantar com a garota coreana... O que ele quer dizer com a aprovação dos avós? Será que... Pensei por um momento... Aquela sensação estranha de ontem voltou. Queria estar enganada, mas...

— Anne, o que você acha? É uma boa ideia? — Ouvi a voz do doutor Nicolas e me assustei. Ideia? Que ideia?

— É... o senhor poderia repetir? Peço desculpas... Eu me distraí por poucos segundos... Não ouvi a ideia, mas imagino que seja ótima! — Ele riu e repetiu, eu dei a minha opinião e vinte minutos depois a reunião acabou. Ufa!

Eu e Raquel aproveitamos a noite de sexta para assistirmos a doramas. Foram quase cinco episódios de uma hora de duração. Qual foi o escolhido? Healer. Não dava para negar a semelhança entre Hyuk e o protagonista. Às duas horas, minhas pálpebras começaram a fechar-se.

— Ih, tem gente que não aguenta maratonar! — Raquel comentou ao olhar para mim.

— Estou ficando velha – brinquei enquanto verificava o celular.

— E aí? Alguma notícia de nosso Healer?

— Hã? — Franzi as sobrancelhas — Ah, entendi! Nada.

— Acho que não foi somente um jantar... — Ela insinuou.

— Raquel, o que você quer dizer com isso? — Levantei-me do sofá abruptamente. Nossos pais já estavam dormindo.

— Você está com ciúme, Anne, confesse! — Ela queria mesmo me provocar.

— Ciúme? Ah, fala sério! É melhor irmos dormir! — Fui para a cozinha, precisava tomar água.

— Fujona! — Ela me seguiu. — Admita que está com ciúme!

— Estou preocupada, é só isso... — enquanto me hidratava, Raquel fez um comentário que me fez engasgar.

— Já imaginou o seu amigo Hyuk casado? Calma! — Ela bateu em minhas costas. — É, parece que não! — Concluiu dando uma risadinha.

Eu pensei que seria fácil dormir, afinal eu estava quase fechando os olhos na sala, mas quando caí na cama, lembrei-me da mensagem de Hyuk. Um rapaz irá jantar com uma garota, qual seria a sua preocupação?Com a garota! O meu amigo se preocupa com os avós! Isso está me cheirando àqueles encontros...

— Já dormiu? — Ouvi a voz de Raquel.

— Não consigo. — Respondi virando-me para o seu lado. Ela sentou-se em sua cama.

— Vamos falar abertamente... Anne, você está com medo de perder o seu amigo... Medo de que ele não tenha mais tempo para você... — Como ela é direta! Que coisa irritante!

— Eu não... — sentei-me na cama também e algo estranho aconteceu... Eu comecei a chorar. Raquel saiu de sua cama e se acomodou ao meu lado.

— Ei, pode se abrir comigo... — ela disse acariciando as minhas costas. — Você o ama. — Sequei meus olhos com os dedos e a encarei.

— É claro que o amo, ele é o meu amigo, mais do que amigo, é um irmão. — Afirmei. O que tinha a ver chorar? Estou tão sensível assim? — Eu acredito que os avós estão...

— Já sei... Já vi muito disso em doramas. — Comentou orgulhosa de suas experiências através dos dramas. — A família é quem escolhia a pretendente, mas isso era antigamente, hoje estão modernos, mas sempre há exceções, né? Dá até para entender... O pai é brasileiro e o casamento não deu certo...

— Raquel, eu me preocupo com o Hyuk! E se ele se comprometer com a garota só para receber a aprovação dos avós? — Ela arregalou os olhos.

— Acha que pode acontecer isso? Bom, ele pode se interessar pela garota, não pode?

— Sim, mas... eu não... Ah, ele está muito empolgado com os avós. Tenho medo de que só tenha saído com a garota para agradá-los!

— É só disso que você tem medo? — Ela continuava me provocando.

— Raquel eu conheço muito bem o meu amigo. Sei o quanto ele sempre desejou ter contato com os avós. Fazer parte da família realmente sabe? — Neste momento o meu celular tocou. Ele estava em cima da cômoda. Coloquei-o lá para carregá-lo. Levantei-me para pegá-lo. Já eram duas horas, ou seja, um horário nada comum para receber uma ligação. Olhei para o visor. Era Hyuk.

— Alô! Oi, não, tudo bem eu estava sem sono mesmo! Hyuk, você está chorando? 

Anne e HyukOnde histórias criam vida. Descubra agora