Jade narrando.
Peguei o ônibus e subi, paguei com meu cartão de estudante e sentei no fundo, fiquei observando a vista e encostei minha cabeça.
Cheguei até o ponto de ônibus que tinha após o morro e soltei, olhei pro morro e resolvi tomar coragem pra subir aquilo tudo com minha mochila nas costas.
Comecei a subir e cumprimentei algumas pessoas mas sempre cabisbaixa, quando eu ia chegando ouço um barulho de coisa quebrando e curiosa dei uma esticada pra me preparar pro estrago que estava por vir.
Arregalo os olhos ao ver meu pai quebrando tudo dentro de casa e as coisas jogadas no chão quebradas, vejo que ele estava saindo e me afasto para que ele não me visse e eu apanhasse ali mesmo.
Vizinha: seu Silvano o que tá acontecendo? - ela pergunta se aproximando curiosa.
Ela era uma das minha vizinhas fofoqueira que viviam querendo saber da minha vida mas ajudar que é bom nada.
Silvano: aquela filha da puta da Jade - ele fala um pouco embolado - ela saiu a uma semana pra casa da madrinha e não voltou até hoje, eu juro que quando aquela vagabunda voltar eu mato ela no pau - ele fala embolado no meio de um tropeço - EU JURO QUE EU VOU TE MATAR MARIA JADE - ele grita e eu engulo seco na mesma hora.
Ele sai cambaleando e a vizinha só ficou o encarando, entrei rápido em casa e ela me olhou curiosa.
Vizinha: seu pai tá louco te procurando - ela fala assim que me ver.
Jade: sua fofoqueira do cacete, por que não vai procurar cuidar da sua vida? - falo estressada entrando.
Subo em meu quarto rápido e pego minhas coisas, pego uma mala pequena que tinha no quarto do meu pai e arrumo com tudo meu dentro, vou na sala e pego o porta-retrato da minha mãe colocando na mochila.
Mesmo eu querendo não podia mais ficar ali, eu sei que se meu pai me visse ele ia me bater muito e eu não conseguiria nem levantar, então decidi fugir porque eu tinha jurado isso pra minha madrinha e não ia deixar de cumprir minha promessa.
Tava descendo o morro já chorando e pensando o que ia fazer da vida porque sinceramente eu não ia ficar sendo sustentada pela minha madrinha que já estava muito doente.
Ao chegar o ponto de ônibus sinto meus olhos encherem de lágrima e um aperto no peito dominar com todas as forças, parecia que era impossível deixar meu pai pra trás mesmo ele sendo assim, mas quem saiba um dia eu possa ajudar ele.
O ônibus em que me levaria para o morro de minha tia estava a vim e eu me levantei para que assim que ele chegasse eu pudesse subir e não voltar nunca mais a este lugar, o ônibus estava já chegando perto quando ouço alguém chamar meu nome. Olho para trás e era meu pai chorando e meio que cambaleando, encaro perplexa por alguns segundos.
Ele vinha correndo e o ônibus ia se aproximando, meu coração tava na mão e minha garganta com um nó, eu não o queria deixar mas sabia que as lágrimas deles virariam ódio e a pouco tempo eu estaria apanhando.
O ônibus chega a minha frente e o motorista buzina me tirando do transe, olho pro motorista que gritava perguntando se eu iria entrar logo e olho pra meu pai que chorava gritando meu nome.
Entrei no ônibus e fiquei observando meu pai, passo pela catraca e me sento na janela, passo em frente a meu pai que gritava meu nome e deixo as lágrimas rolaram pelo meu rosto me fazendo fechar os olhos. Me encostei e respirei fundo para que não surtasse naquele ônibus e começasse a gritar sem parar.
[...]
Com o tempo o ônibus chegou e já tinha secado minhas lágrimas, subo o morro indo a direção a casa da minha madrinha mas antes encontro a Cami no meio da rua que me grita que nem doida.
Camila: JADEEE - ela grita e eu a encaro.
Jade: oi Cami - falo indo até a ela e dando um abraço na mesma.
Camila: pensei que você tinha voltado pra casa - ela fala encarando a mala e minha mochila sem entender mas quando olha nos meus olhos ela para - meu Deus Jade tu chorou?
Jade: vamos pra casa da dinda que eu te explico tudo no caminho - eu falo e ela assente.
Fomos andando o caminho todo eu explicando e ela ficou perplexa ao saber de tudo, se ofereceu pra ficar na casa dela mas neguei e ela depois de um tempo aceitou minha decisão de ficar na casa da minha madrinha.
Chegando lá subi até o quarto da mesma e vi que ela estava dormindo e a tia Jó arrumando o quarto.
Jó: minha querida voltou tão rápido por quê? - ela pergunta estranhando.
Jade: o mesmo de sempre tia - falei indo da um beijo na testa da minha madrinha - eu cheguei lá e meu pai tava espalhando que eu tinha sumido e se aparecesse ele ia me bater muito - falo fazendo a mesma arregalar os olhos - tinha prometido pra dinda que se algo assim acontecesse eu viria pra cá.
Jó: seu pai não muda mesmo - ela reclama e eu concordo.
Jade: tia vamos descer que eu vou falar com a senhora e a Cami rapidinho aproveitando que a dinda tá dormindo - falo e ela assente.
Minha tia deixa o copo de água lendário da dinda no criado-mudo e saímos do quarto, descemos as escadas e me sentei no sofá logo em seguida minha tia e a Camila.
Jó: fala meu bem - ela fala me encarando.
Jade: olha tia eu sei que a senhora vai falar, mas eu vou com morar aqui, porém eu quero viver das minhas custas - falo respirando fundo.
Jó: então tá Jade, você pode trabalhar lá na lanchonete me ajudando com a Cami - ela fala e eu suspiro.
Jade: tia a lanchonete são da senhora e da dinda, então de um jeito ou de outro vocês estariam me dando dinheiro - eu falo e ela cemirra os olhos - por favor tia me entenda, eu quero ter meu próprio sustento e pra isso eu preciso começar do zero, chamei vocês aqui porque preciso de sua bênção e depois da dinda - falo e ela suspira.
Jó: você sabe que sua madrinha não vai concordar com isso né - ela me olha e eu assinto.
Jade: com o tempo ela vai aceitar numa boa, por favor me apoia - falo juntando as mãos.
Jó: tá Jade - ela suspira - Deus te abençoe minha filha - ela fala e logo brota um sorriso no meu rosto.
Camila: e tu vai fazer o que gata? - ela cruza os braços.
Jade: ô meu bem eu me viro, vou arranjar ainda essa noite algo - falo sorrindo.
Subo pra meu quarto e começo a arrumar as coisas, tomo um banho e lembro que eu sempre gostei de cozinhar, desde já tive uma ideia.
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É isso por hoje tá gente, espero que tenham gostado!
Eu Tô postando um dia sim e um dia não pra lembrar.
Preciso de tempo pra escrever os próximos caps já que tem uns prontos pra vcs.Não se esqueçam de votar e comentar a vontade.
Bjs da Kaká. ❤🔥
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A Fugitiva [Pausada]
General Fiction+16| Fugindo de todo mal que ele me faz... Fugindo do meu passado promissor... Fugindo daqueles que sempre me humilhou... Maria Jade é uma garota de 17 anos que está fugindo do pai alcoólatra que sempre a maltratou e espancou, vai para casa de sua m...