Quando foi no dia seguinte estava tudo pronto para a ida no centro, Rogéria estava apenas separando umas roupas quando Isaura entrou com uma corrente nas mãos e olhar de puro ódio, ficou uns minutos ainda encarando Rogéria, esta ficou surpresa sem reação diante da cena.
- Onde ela está? - ela pergunta com raiva.
- Quem?
- Levante. - impera com muita ira.
- O que quer agora? - ela diz levantando para não aumentar a raiva na mulher em sua frente.
- Venha comigo. - diz apontando para a porta.
Rogéria sai de dentro da casa de lavagem, seguindo ela até a casa grande, está cismada com o que possa lhe acontecer, rodeia os olhos a procura de alguém que possa lhe ajudar mais não encontra. Isaura a guia até o porão, Rogéria ainda receia entrar, mas esta lhe empurra para dentro ainda esta com a corrente na mão.
- Sinhá não faça nada que se arrependa depois. - Rogéria diz tentando disfarçar o medo.
- Cale-se sua imunda. - profere com muita raiva.
Isaura se aproxima da pilastra de madeira no porão, prende a base da corrente em suas mãos em uma argola aí e se aproxima de Rogéria com a outra parte que tem a tranca. Rogéria em um gesto de se proteger se afasta dela indo para trás, mas o espaço é pequeno e ela não consegue ir muito longe, sentindo a parede lhe encurralar.
- O que quer de mim? - Rogéria pergunta já chorando. - Não lhe fiz mal algum, sei que não gosta de minha mãe mas que culpa tenho eu?
Isaura não responde, pega as mãos da garota prendendo em algemas de ferro que são interligadas com outras que prendem os pés, tira do bolso um lenço e amordaça a moça que chora implorando que a deixe em paz.
- Dê as boas vindas a sua nova morada, ficará aqui até a morte, não permitirei que sua mãe lhe encontre e voltem a ser felizes juntas, sei que ela fugiu com aquele bandido e vou a procura dela, eu mesma a matarei com minhas mãos. - diz isso puxando Rogéria pelos cabelos que não consegue falar devido a mordaça. - Você vai morrer aqui lentamente, adorarei vir pessoalmente conferir os últimos batimentos cardíacos. - ri maléfica e sai trancando a porta.
Rogéria não acredita no que está acontecendo, lança-se no chão ouve-se apenas o som das correntes chocando-se contra o chão e o soluço abafado dela atrás da mordaça. Tem a feliz ideia de tentar soltar a mordaça, sabe que seria impossível alguém lhe ouvir ali, não entende o porque da mordaça até que tenta se puxar e sente algo lhe cortar os lábios. Havia algo cortante no pano e lhe arranhou. Sabia que havia sido de propósito que Isaura quis lhe machucar mesmo, sente o sangue escorrer pelo pescoço e chora sua dor. A dor de ter sido separada de sua família, ter virado uma escrava, ter sido humilha e perseguida por uma louca. O porão onde se encontra é um lugar fedido e sujo, usado para colocar alguns animais antes do abate, não existe móveis, apenas um pouco de feno e uma manjedoura.
Com uma certa dificuldade devido as correntes pesadas, ela se ajoelha e decide pedir a proteção de Deus para seus tormentos. Não sabe quanto tempo passa ajoelhada orando até que sente seus pés adormecendo, senta-se e encontra dificuldade para achar uma posição pois tem os pés e as mãos presos na mesma corrente pesada e grossa. Alguém irá sentir falta dela e irá lhe procurar, espera que não demore muito, mas sente que irá ficar sem comida por muito tempo.
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Uma Escrava, uma missão
SpiritualKara é uma jovem filha de fazendeiros, se vê sendo vendida como escrava em véspera de completar quinze anos, mas ela não desfalece, o amor e paz que traz dentro de si lhe dão forças para continuar a viver e prosseguir na missão que Deus colocou em s...