Uma Escrava, uma missão

Capítulo 51

Kara narrando...

Após o café da manhã, aproveitei que Lucas estava reunido com o ministério e eu iria com Leon e Tobias para a fazenda Riachuelo. Tinha coisas para fazer lá que não podiam parar. No caminho pedi para Leon me contar os últimos dias de Luíza e tudo que ele passou, era muito triste saber de tudo isso, mas infelizmente esse período foi ruim para todo de mundo de uma certa forma.

Antes de sair do castelo ouço uma voz me chamando e é Úrsula.

- Kara desculpa lhe atrasar mais preciso lhe avisar que voltarei pra corte. - ela diz e sinto que tem algo acontecendo.

- O que houve? - indago sendo direta e sinto como ela olha os dois rapazes que me esperam.

- Não houve nada, só preciso ir embora, já está tudo bem com você e minha missão termina aqui.

- Oh minha amiga, não sei como agradecer tudo que fez por nós, não só você mais o imperador e a princesa também. Eu ia lhe pedir para dar umas aulas para Leon, mas já que tem que partir não a impedirei.

- Aulas?

- Sim como as que Sara deu a Tobias, sobre como se portar na corte, se sentar e essas coisas que nós precisamos saber para conviver na sociedade.

- Sinto muito mais eu não posso. - ela diz e olha com tristeza para o jovem.

- Meu irmão te fez algo? - pergunto sentindo os olhares dela para ele enquanto conversamos.

- Por favor Kara me deixe partir sem fazer perguntas. - ela implora e eu a abraço passando para ela um pouco de amor.

- Vá em paz amiga, passe no meu quarto e peça a minha criada que lhe entregue o presente que separei para você, espero que use.

- Não precisava se incomodar, mas obrigada e quando tiver na corte tomaremos chá juntas e colocamos a conversa em dia. - ela diz eu beijo seu rosto e me junto aos rapazes indo para a fazenda.

Chegando na fazenda, vó Maria e os irmãos de Juca já estão com eles reunidos. 

- Pronto minha irmã porque estamos aqui? - Leon pergunta e eu sorrio dizendo.

- Eu vim passar essa fazenda para Rosa, Vó Maria e Júlio. - digo e todos me olham de boca aberta. - Quero que negociem com café e aqui está o dinheiro para iniciar. - entrego a Júlio o irmão de Juca um maço de dinheiro, bem como um saco de moedas.

- Menina você tem certeza? - Vó pergunta.

- Plena certeza, Leon acompanhará a produção de perto até que vocês estejam aptos a andarem só. Meu marido já sabe e me apoia nessa causa.

Recebo abraços de todos e olho para o garotinho que foi a ferramenta usada por Deus para eu não morrer queimada, viro todos em direção a casa destruída e digo: - Essa casa foi palco de muita coisa ruim, cabe a vocês reconstruir e torná-la em um lar feliz. Júlio eu sei que você já está de namorico com Rosa então tem a missão de encher esse jardim de crianças correndo. - digo e ele fica rindo tímido.

- Quero ser tio. - Juca diz e eu o abraço com carinho. - Obrigada sinhá, não precisava lembrar de nós, mas a senhora tem um coração de ouro. - ele diz e eu me derreto toda.

Ao voltar para o palácio, minhas malas já estão prontas e meu marido me esperando com um sorriso lindo. Olho para Úrsula que está triste e me solto de Lucas a puxando para uma das inúmeras salas dali.

- Amiga, não quero que vá se isso te deixa triste, porque não me conta o que está havendo?

- É coisa minha, vá viver sua felicidade, não quero lhe preocupar, quando vocês voltarem não estarei mais aqui.

- Por favor me diga ao menos se meu irmão lhe faltou com respeito.

- Eu gostei muito do seu irmão, até mais que outro homem já me fez gostar, mas recebi um recado de meu tio pedindo para eu voltar que quer falar comigo sobre um possível pretendente. Eu não quero me casar Kara, não quero ter que conviver com um homem e passar o que minha mãe passou, Ana era pequena não lembra, mas eu via e ouvia tudo.

Abraço ela e consigo sentir sua dor. Somos interrompidas por uma voz: - Com licença. - é meu irmão. - Me perdoem pois não pude deixar de ouvir, estava vindo te procurar e ouvi a conversa. - Úrsula fica mais vermelha que já está devido as lágrimas.

- Meu irmão eu falo com você já. - tento fazer ele sair.

- Não Kara, a jovem precisa saber que nem todo homem é o pai dela, que existe homem que é capaz de ser bom e carinhoso com a esposa e se ela quiser aceitar minha mão eu falarei com o imperador. - ele diz me surpreendendo. - Não sou o duque que as roupas e o título faz de mim, mas posso aprender os bons modos. - ele completa sendo fofo ainda por cima.

A moça olha para mim e olha para ele que está com a mão estendida para ela, faço um sinal e ela aceita a mão do meu irmão que lhe puxa em um abraço fraterno.

- Leon a reputação dela. - lembro eles que estamos em uma sala aberta.

- Não vou desrespeitar ela minha irmã, mas quero falar com o imperador o quanto antes.

- Mesmo assim terei que partir, ele mandou me chamar. - ela diz secando as lágrimas.

- Irá e voltará por mim?

- Convença-o que me merece primeiro. - ela diz se ausentando e nos deixando um olhando para o outro.

- Vá seu marido está na carruagem, eu me viro com esse problema. - ele diz beijando minha testa. - Sara e Tobias vão me ensinar ser um lord e lutarei por ela pode deixar.

Sorrio para ele orgulhosa do que ele se tornou e lembro que Luísa ficaria feliz em vê-lo assim.