Três dias após tudo ter terminado, Lucas já se sente melhor do ferimento e resolve que é hora de falar com Rogéria, decidir tudo para que fiquem juntos. Soube que ela iria voltar para a fazenda Primavera após a reconstrução, junto com sua mãe e o capitão que se casaram no quilombo na tarde de ontem. Isaura esta na clínica de reabilitação e a princesa no outro dia voltou para Portugal com o que restou de sua caravana.
- Terá muito trabalho daqui para frente, com a abolição o país está uma loucura. - O capitão desperta Lucas dos seus pensamentos.
- Eu sei amigo, mas antes preciso resolver minha vida pessoal. - ele diz levantando e fechando o livro que haviam trazido para ele analisar.
- Eu a vi indo para o jardim. Está falando em ir para o quilombo terminar a missão dela lá.
- Obrigada Pereira, vou ter com ela.
Saindo no jardim a vê preparando um cavalo para seguir para seu destino, faz um gesto e ela entende que é para esperar.
- Estou indo para o quilombo, quer ir? - ela diz com um sorriso.
- Preciso voltar para minhas obrigações, mas gostaria muito de falar com você. - ele diz apontando um banco perto do lago em frente a casa grande.
- Duque eu não sei se é o momento certo. - ela diz lembrando que ele a chamou de amor quando lhe soltou das mãos do coronel.
- Rogéria por favor, passamos por tanta coisa e você descobriu o que sinto por você de uma forma incorreta, me dê a chance de conversar com você. - ele diz pegando em sua mão e a guiando até o banco, ela se deixa levar, sentindo suas pernas bambas e o coração acelerado, amava ele mais não sabia se era o certo a se fazer.
Ficaram sentado um bom tempo se olhando com carinho, até que ele resolve quebrar o silêncio.
- Está linda! - diz passando o dedo no dorso de sua mão. - Rogéria eu preciso lhe pedir perdão, tive muitas oportunidades de te pedir em casamento, dizer que te amo e fazer as coisas da maneira certa, mas fui deixando passar e depois tudo foi acontecendo e você soube do meu amor de uma maneira não convencional.
- Lucas por favor não me peça perdão, não cometeu nenhum erro, não iria imaginar que tudo fosse transcorrer da maneira que aconteceu, eu era só uma escrava orfã quando me conheceu.
- Isso não impediu que eu te amasse. - diz ajoelhando-se na frente dela ainda sentada. - Casa comigo Rogéria? Ou melhor casa comigo Kara Castelli? - ela sorrir e deixando uma lágrima rolar de seus olhos emocionada.
- Oh Lucas, claro que aceito, você conquistou meu coração faz tempo, sempre fui contra a casar-me mas quando lhe conheci desejei ouvir essa frase de você imediatamente.
- Te amo! - ele diz a puxando para um abraço.
- Eu também te amo. - ela diz retribuindo o abraço. - Te amo e quero viver ao seu lado para sempre. - diz beijando o seu rosto. - Só tem um detalhe. - ela diz e ele se afasta dela e lhe olha.
- Impedimento?
- Não meu amor, é só que quero casar no quilombo, perto de todos os nossos amigos. - ele sorrir aliviado por ser só isso e diz: - Também tenho uma condição. Que tenha paciência em ser a esposa do primeiro ministro do Brasil.
- Humm posso pensar no seu caso. - ela diz e os dois riem. Ficam mais um tempo conversando e são interrompidos pelo assessor do ministério que o chama para mais documentos.
- Tenho que ir amor. - ele diz lhe beijando a testa. - Cavalgue devagar.
- Pode deixar ministro. - ela diz passando a mão em seu braço e subindo no cavalo muito feliz e sorridente. - Não trabalhe muito, vamos jantar juntos. - ela diz dando partida.
Ele fica lhe olhando cavalgar até lhe perder de vista e entra para suas obrigações de ministro, chega no escritório com um sorriso leve e agradece a Deus por todas as maravilhas que recebeu Dele.
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Uma Escrava, uma missão
EspiritualKara é uma jovem filha de fazendeiros, se vê sendo vendida como escrava em véspera de completar quinze anos, mas ela não desfalece, o amor e paz que traz dentro de si lhe dão forças para continuar a viver e prosseguir na missão que Deus colocou em s...