Cap - 4.

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         Na escola às coisas não estavam boas. Antes do meu irmão morrer, eu sofria bullying, eu era conhecida como "a nerd estranha ante-social" e agora sou a "A nerd ante-social que perdeu o irmão", adivinha quem me deu esses "títulos". A vadia ruiva, exatamente, a vadia não perde tempo.

       Todos os dias na hora do intervalo eu ficava em uma mesa vazia no canto da cantina, lendo. Já se passaram duas semanas e um dia desde o trágico acidente. A uma semana que não fico na minha mesa na cantina, não fico mais lá porque escuto as pessoas falando de mim, alguns achavam que eu, por esta lendo não ouviria o que diziam, mas ouvia claramente alguns dizendo que eu tinha um caso com meu próprio irmão, rumores que apenas uma pessoa que conheço inventaria.

      — Oii, como vc tá?.- diz o loiro se sentando no gramado.

      — Oi, bem triste.

      — porque? Pelo o tae?.— perguntou.

      — sim, mas também porque falta apenas 25 páginas para acabar de ler este livro e eu esqueci de colocar a continuação dele na mochila. — fiz bico.

      — nossa, isso e terrível. Vai ter que encarar os seres humanos.— diz com um tom brincalhão.

      — haha, não subestime a minha incrível habilidade de ignorar-los.

      — não mesmo. Ainda estão implicando com vc?.— perguntou o loiro.

— sempre. Mas eu apenas ignoro.— sempre ignorei todas as provocações, desde pequena, nunca tive coragem de me defender. O tae sempre me defendia de todos, uma vez o tae foi pra diretoria porque falaram que ele tava implicando com um garoto, mas ele apenas estava dando um aviso, ele disse "Na próxima vez que vc pensar em implicar, ou tocar em um fio de cabelo da minha irmã, vc vai para na enfermaria." Eu falei com a diretora, contei o que aconteceu de verdade, que o tae estava apenas me defendendo, mas ela achou que eu estava inventando para livrar o meu irmão da detenção.

      — vc pode falar com a diretora ou com a conselheira, ela pode falar com a diretora no seu lugar.— sugeriu.

      — já li livros o suficiente para saber que isso nunca da certo. A melhor e mais fácil opção e ignorar.— todos os livros que li, sempre que a personagem tem esse tipo de problema ela pedi ajuda, ou ela e mau interpretada e piora, ou o bullying fica pior por ter denunciado.

     — sei, o que vc vai fazer amanhã depois das 4 da tarde?.—perguntou.

      — vou trabalhar. Porque?.

      — tenho um ingresso extra para um filme que vai lança amanhã. Eu e o taehyung compramos pela internet a um mês antes do acidente, os ingressos chegaram ontem a tarde. quer ir comigo?— perguntou.— Assistir o filme.— concluiu.

      — tenho que falar com a tia Mey primeiro. Mas, sim eu quero, qual e o filme?.— perguntei.

      — Trem para Busan.— respondeu.

      — legal, e a cara do tae.

      — né, tenho que ir para a sala, de tarde eu vou na tia Mey, ai vc me diz se vai comigo. Assistir o filme. — diz se levantando do chão.

      — tá bem, tchau.

      — tchau.— observo o mesmo se afastar, aproveito os dez minutos restante do intervalo para terminar de ler o livro que estava lendo.

        Depois da aula vou para o trabalho, falo com a tia Mey sobre o jimin e que ele me chamou para assistir um filme. Tia Mey gostou de ouvir que eu fui chamada para saír, mas eu disse que não tem nada entre nós, somos amigos apenas. E disse que vai me liberar amanhã às 3 horas.

          Já era umas 6 horas quando o jimin chegou na livraria. O mesmo perguntou se havia chegado o livro que encomendou a dois dias atrás, mas ainda não havia chegado, o livro só vai chegar no sábado com todas as outras encomendas. E também disse que vou poder assistir o filme com ele e que iríamos nos encontrar na frente do cinema.

      — parece que alguém ficou muito feliz.— tia Mey diz depois que o jimin saiu da livraria.

      — quem, eu?.- perguntei.

      — também, mas eu estava falando do seu "amigo", jimin.— respondeu a mais velha.

      — se a senhora acha.— dei de ombros e continuei atendendo uma cliente que vem a livraria três vezes por mês, as vezes quatro.

      — tia Mey, quando vai chegar o livro que encomendei?.— diz Hope, uma jovem ruiva de 17 anos, ela trabalha na loja do tio, onde tae trabalhava, sempre foi apaixonada pelo tae, desde o dia que tae começou a trabalhar na loja do tio dela, mas tae era apaixonado por outra ruiva, a ruiva vadia.

      — só amanhã, querida.— respondeu tia Mey.

      — que bom, mas hoje vou levar este, obrigada.— pegou a sacola com o livro do balcão.— tchau tia, tchau JiWon.

      — tchau hope.— falamos juntas.

      — o que vai usar no encontro amanhã?.—perguntou a mais velha.

      — não sei, tia Mey, não e um encontro. Somos ape...— a mais velha me interrompe .

      —Eu sei."São apenas amigos". — mesma faz aspas com os dedos.

      — Exatamente, apenas amigos.

      A noite chegou e logo a hora de ir para casa. Sempre que dá 8 horas, meu primeiro pensamento é desejo e que aquele sino toque e eu veja meu irmão parado na porta dizendo "vamos baixinha?", mas não acontece. Mais da metade do caminho faço sozinha, algumas vezes encontro o jimin e caminhamos juntos. Jimin mora duas ruas depois da minha.

      — vamos criança?.— tia Mey diz me tirando dos meus devaneios.

      — sim, claro.— pego minha bolsa e acompanho até a porta, trancou a porta e começamos a caminhar.

      — até amanhã querida.— tia Mey diz abrindo o portão de sua casa.

      — tchau tia Mey. Boa noite.

      — boa noite. Vai com Deus.— e entrou em casa, e eu continuo meu caminho.

         Caminhei até em casa mesmo não querendo ir para casa. Desde o velório do Tae, em que briguei com a mamãe. Não nos falamos, dificilmente trocamos três palavras . E meu pai, ele voltou a beber e agora está fumando, tenho medo dele acabar tendo algum problema. Ao chegar em casa vi a mesma cena em casa quando chego do trabalho, a casa toda bagunçada, garrafas de bebidas alcoólicas, algumas quebradas, louça na pia e no fogão. Coloco minhas chaves em cima da mesinha na entrada e retiro meus sapatos e coloco minha pantufa do kumamon, tem até orelhinhas, coloco minha bolsa no primeiro degrau da escada, pego o celular e o fone coloco minha playlist favorita, faço um coque frouxo e vou arrumar a cozinha, recolher as latas e garrafas e copos descartáveis de lámen.

        Depois de terminar de arrumar, lavar louça, varrer e passar pano na casa, pego minha bolsa e vou para o meu quarto, jogo a bolsa em cima da cama e vou direto para o banheiro, faço minhas necessidades e tomo um banho morno. A água morna descia pelo meu corpo suavizando a tensão que carregava em meus músculos, término meu banho e me enrolei na toalha e com outra na mão secava meu cabelo, visto minhas peças íntimas e depois um short curto e uma blusa grande com um desenho de ET, era do Tae, ele havia me dado anos antes de morrer.
         Me deitei na cama, peguei minha bolsa e tirei o livro, eu já havia acabado de ler então o coloquei na minha estante e peguei a continuidade do que havia acabado.   Deito na cama, coloco o meu celular para carregar no criado mudo ao lado da minha cama e começo a ler, não li nem a primeira página e acabo caindo no sono de tão cansada.

"A realidade e o pior pesadelo que possa existir..."

Meu Anjo Protetor. - Park Jimin (BTS).Onde histórias criam vida. Descubra agora