Cap - 15.

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       — JiWon. Vc tá bem ??

      — Ahn, sim.— falo mas parece não ter convencido a mulher sentada a minha frente.— Eu tô bem.

      — OK. Quando se sentir a vontade para falar, pode falar.

       — Não tenho nada pra falar. O meu fim de semana foi...normal, trabalhei o sábado todo e no domingo fiquei em casa.— Falo tentando parece o mais calma é normal possível.

      — Vc tem tomado algum tipo de medicamentos ??— Perguntou olhando mais uma vez para a prancheta.

      — Hum, não porquê ?.— Perguntei tentando parece não entender .

      — Suas mãos estão trêmulas .- Fala e imediatamente meu olhar caí sobre minhas mãos trêmulas, e as aperto uma na outra tentando as fazer parar. Tentativa inútil.

      — Não, eu não tomo remédios.— Neguei novamente.

       — As suas mãos estão mais trêmulas do que o normal. JiWon, vc já teve algum tipo de crise de ansiedade como ataque de Pânico?— Perguntou preocupada?.

Aí droga.
Ataque de Pânico já, e isso não e um bom sinal. Se ela perceber, ela vai dizer pra vovó ai ela vai ficar aínda mais preocupada comigo. Não quero que piore a condução da sua saúde por minha causa, a nossa família toda iram dizer que foi por minha causa se algo acontecer a ela.

      — Não tenho ansiedade e nem nada.— Falo olhando minha mãos e realmente estão trêmulas.

      — Tem tido alguma problema em dormir ?.— E mais uma pergunta, isso e algo teste pra ela ter certeza?.

          Mas respondendo a pergunta dela.
          Sempre, mesmo antes do acidente eu já tinha dificuldade em dormir. Mas o que eu disse foi...

      — Não. Durmo com muita facilidade.

      — Dores de cabeça ou tensão muscular?.

      — As vezes tenho dores de cabeça mas e normal, todo mundo tem dores de cabeça. Sempre por falta de cafeína.

      — Claro. E tensão muscular ?.

      — E as vezes também. E normal, ultimamente minha postura não e mais a mesma de antes.— Falo em um tom brincalhão.—A culpa e da escola, as aulas estão tão tediosas. Fazem qualquer um dormir e as cadeiras são extremamente desconfortáveis.

     — Entendo .

     — Sério?. O que acha que tenho depressão ou ansiedade?— Pergunto com um tom de sarcasmo e deboche.

      — Depressão, ainda não sei. Ansiedade, talvez sim.— Respondeu enquanto escreve na prancheta.— E um talvez, mas quero que tome esse remédio para ansiedade quando tiver crises.

      — Já disse que nunca tive crises de nada.— Falo já um pouco irritada com a situação.

      — E eu ouvi, e eu disse que deve tomar quando tiver alguma crise. E se ocorrer, tome duas vezes ao dia uma as nove da manhã e outra as cinco da tarde.— Fala e me entregar um papel bege com o nome do consultório psiquiátrico, o nome do tal remédio e o carimbo com a assinatura da Clark.— Nunca tome antes de dormir.— Avisou por fim.

      — Porque?

      —Ahn, vc não vai conseguir dormir. Ele acelera as ondas cerebrais quando está deitada.

      —Mesmo ?— Nossa, ela realmente acha que vou acreditar nisso?

      — Claro.

          Nossa Clark, como médica psiquiatra deveria saber mentir melhor. Mas tudo bem, se não quer dizer eu mesma terei que descobri o que vc omitiu.

      —Tá bem...

         Não demora muito e a sessão acaba, me despedir da Clark e até mesmo da secretaria. A caminho do trabalho paro em uma farmácia pra comprar o tal medicamento que a Clark indicou e mais uma cartela de comprimidos para dor de cabeça, a última que eu tinha na bolsa tomei mais cedo na escola. E isso me rendeu muitos comentários maldosos em relação ao medicamento, falaram que eu estava tomando remédio controlado para não matar mais ninguém, insinuando que a morte do Tae foi minha culpa. Eu ri, mas aquilo me magoou. Respondi eles dizendo que em parte e verdade, mas eu só queria matar somente aqueles que me fazem mal. Eu ri sádica e isso me rendeu muitos olhares assustados e uma conversa nada legal com o professor.

      — Cartão ou em dinheiro?— O moço que acabou de me atender perguntou.

      — Dinheiro.

      — Ok.

      — Ahn, eu quero saber. O que acontece se eu tomar esse remédio antes de dormir?— Perguntou lhe entregando o dinheiro da pequena compra.

      — A sua médica não explicou?.— me olhou desconfiado.

      — Sim, mas eu não entendi.— falo dando de ombro.

      — Bom, quando dormimos e normal que a nossa frequência cardíaca desacelere e este medicamento diminuir a frequência cardíaca. Se tomar ele e dormir depois tem grandes riscos de uma parada cardíaca, levando a óbito.— Explicou enquanto me atendia.

      — Entendi. Não tomar antes de dormir.— Pego minha sacola.— Obrigada.

      — Tenham uma boa tarde e volte sempre.

          Agora entendo porque a Clark mentiu. Dizer a um paciente com tendência suicida que o medicamento que tem em mãos pode matar, não seria muito inteligente.
         Mas ela precisa aprender a mentir melhor.
         Espera ela acha que tenho tendência a ser suicida?.
         Em nenhum momento em todas as nossas sessões dei a entender que quero morrer, até porque sei lá .
       Eu só... não sei .
       E tenho medo.

" Eu ri, mas aquilo
me magoou."


Meu Anjo Protetor. - Park Jimin (BTS).Onde histórias criam vida. Descubra agora