Cap - 7.

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           Depois do cemitério, chamamos a Hope para assistir Dorama comigo e a tia Mey. Fizemos muitos cook's, assamos e quando esfriaram fomos assistir Dorama, escolhemos "A lenda do mar azul" e com o ator Lee Min-Ho. Sinceramente amo esse Dorama, choramos juntas, rimos muito. E quando acabou o último episódio, já estava de noite. Vesti meu casaco assim com a Hope estava a fazer o mesmo, nos despedimos da tia Mey.

         A exatamente um ano, fiz o mesmo que hoje, como ano passado, só que ano passado Tae veio me buscar e hoje estou voltando para casa sozinha. Não pude conter algumas lágrimas de rolarem dos meus olhos sem permissão, e estas são rapidamente secadas pela manga do meu casaco preto.

       Quando cheguei em casa, logo vejo garrafas de soju ao lado do sofá e na mesinha de centro. E o cheiro de cigarro e álcool no ar, me dava vontade de vomitar. E mais um dia tenho que limpar a sujeira deles, eles brigaram de novo.

        Como eu sei?.

        Fácil, o porta retrato que fica na mesa ao lado da escada está quebrado no chão. É um retrato de família, nem sei se posso chamar isso de família, minha única família de verdade era o Tae. Sinto tanta a falta dele.

      — ah Tae. Sinto tanta saudade.— falo tirando o resto do vidro que sobrou no porta retrato e o coloco de volta na mesa.

        Vou a cozinha e pego a vassoura e uma pá, e assim começo a limpa a casa. Quando termino, subo pro meu quarto e vou para o banheiro, fico um tempo alí, em silêncio olhando meu reflexo no espelho. E pensei:
"E se eu... corta o cabelo?".

E sem muito pensar, pego uma tesoura, que estava na segunda gaveta do armário do banheiro, e então cortei. Um pouco acima do ombro, e também contei minha franja que já estava muito grande, cortei abaixo da sobrancelha. Depois tomei meu banho, me vesti para dormir e assim aconteceu, acordei de madrugada após mais um pesadelo, enquanto durmo minha mente insisti em vivência mais uma vez o dia do acidente, desde o acidente. Mesmo que eu tente superar, minha mente não permite e ela insiste em me lembra do brilho se apagando dos olhos do meu maninho.

        Acordo mais uma vez, só que dessa vez não por causa de um pesadelo, mas sim pelo despertador. Depois de fazer todo ritual para me aprontar para a escola desço e faço meu café da manhã. E como sempre antes de sair de casa deixo um bilhete dizendo "O café está pronto, e também deixei panquecas no microondas."
E quando cheguei na escola, e por incrível que pareça ninguém enquanto eu andava pelos corredores me chamou de "nerd esquisita". Apenas ficaram me olhando torto, talvez não tenham me reconhecido, ótimo, talvez eu deveria ter cortado o cabelo antes.

        Quando entrei na sala o professor já estava na mesa dele organizando alguns papéis, que suponho ser a prova que fizemos semana passada. E sento no meu lugar de sempre.

      — Oi, novata!. Vc não me deu o papel da sua transferência.— ouvi o professor falar com uma suposta novata.

          Mas não tirei meu foco do ninho com quatro passarinhos. Até que alguém bate na minha mesa, e acabo levando um susto. Era o professor.

      — Ei, estou falando com vc. Cadê o papel da transferência?.— o senhor de óculos perguntou.

      — não tenho, até porque não sou novata. Meu nome é Kim JiWon, e estou na frequência.

        Tanto o professor quanto os outros alunos que estavam observando, ficaram com cara de chocados.

      — Senhorita Kim, está diferente.

      — e eu sei.— falo ríspida e volto a minha atenção as passarinhos.

        Depois que todos os alunos chegaram, o professor deu início a aula entregando as provas com as notas. E olha mais que surpresa um dez, se fosse a um ano atrás, eu estaria feliz pela nota, além do mais, quem não gosta de ver o boletim cheio de dez, eu amava. Mas hoje, nada disso tem importância, não vou ver meu maninho se formar e nem ele vai ver a minha formatura.

      — JiWon?

      — hum, Oi Jimin-ah.— jimin, tava com cara de chocados, assim como o professor ficou.

      — o seu cabelo...— ele começou sentando no chão de frente para mim.

      —hum, ficou bem melhor assim, né?.

      — está diferente, um diferente bom.— diz sorrindo.

      — Obrigada. Eu mesma cortei.

      — está muito bom.

      — obrigada.

        Depois do intervalo, ainda tive que aturar mais três aulas. Mas felizmente logo o tempo de aula do dia, havia acabado. Definitivamente odeio segundas-feiras, na escola. Depois da aula vou para o trabalho, e pela porta de vidro vejo a tia Mey arrumando alguns livros na prateleira.

      — Oi tia Mey, cheguei.

      — Oi, minha filha. JiWon, o seu cabelo...— tia Mey pareceu chocada também.

       — É, o que a senhora acha? Ficou bom?.— perguntei a mais velha que sorriu.

      — ficou ainda mais linda. Quem cortou pra vc?.— a mesma diz acariciando as pontas do meu cabelo.

      —eu mesma cortei.

       Depois do trabalho vou para casa. Acho que fui seguida, talvez seja paranóia minha, por causa do que eu ouvi no jornal que um estuprador em série está fazendo muitas várias vítimas em Seul, Daegu e recentemente aqui em Busan.

      —cheguei.— falo tirando meu casaco, estranho a tevê está desligada.— muito estranho.

      — oq é estranho?.—perguntou minha mãe, saíndo da cozinha, estava cozinhando?.

      — o appa ainda não chegou do trabalho?.— perguntei.

      — não, deve está em algum Bar.— e impossível não ter notado o desdém na sua voz.

        Nossa, ela nem ao menos notou meu cabelo. Esta tudo bem. É melhor assim, pelo menos não tenho que lhe dá satisfações de nada.

      — tá bem, vou tomar meu banho. Depois venho jantar.

      —tudo bem.

         Depois do banho e de me vestir, desço e vou a cozinha o papai ainda não havia chegado. Termino de jantar e vou para o quarto do Tae, e me deito na sua cama. Ainda tem o cheiro dele. Tudo ainda tava como ele havia deixado naquele dia, tirando as roupas do armário, que havíamos doado. Fiz a nossa mãe prometer que iria se desfazendo aos poucos das coisas do tae, não está sendo fácil para mim. Ainda tento acreditar que é apenas um pesadelo, mas esse pesadelo não tem fim.

Meu Anjo Protetor. - Park Jimin (BTS).Onde histórias criam vida. Descubra agora