O primeiro diabo

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"Então não esfregue seus olhos as lágrimas podem lembrar que você está vivo. Tudo bem em morrer, se é a única coisa que você não tentou, mas só essa noite, espere um pouco", Even my dad does sometimes - Ed Sheeran.

***

Já fazia quase quatro dias desde o estranho encontro entre Steve e Ransom, Steve não conseguia tirar da cabeça, a incrível semelhança que os dois tinham, eles eram iguais e isso deixava Steve confuso.

Ele tentou conversar com Sarah, mas a mulher não lhe disse nada, como de costume nos últimos meses, apenas uma lágrima caiu do olho esquerdo da mulher, que nos últimos dias estava muito pior de saúde.

Naquela tarde chuvosa, Steve estava em casa fazendo uma faxina na pequena casa que dividia com a mãe, um banheiro, uma cozinha e um quarto em que ele dividia com Sarah. Não era uma casa muito grande ou com muitos móveis que Steve tivesse que passar muito tempo faxinando, uma musica qualquer tocava no radio em um volume que não incomodasse a mãe, Sarah teve quimio pela manha e estava muito cansada a tarde.

Steve terninava de limpar o último armário da cozinha quando estranhou um barulho vindo do quarto onde sua mãe estava, Steve desceu da cadeira que usava para poder limpar o armário por cima, cada passo que ele dava Steve sentia seu coração bater apertado no peito e ele não sabia por que. Ele abriu devagar a porta, com medo do barulho ser na casa do vizinho e ele acabar atrapalhando a mãe, mas quando ele abre mais a porta e vê a mãe caída no chão, Steve corre em sua direção.

- Mãe - Steve a chama apavorado, ele sentia a respiração fraca da mulher, mas não senria o coração dela bater, ele não sabia se era desespero dele,mas ele não sentia. As mãos de Steve começaram a tremer e ele começou a chorar chamando pela mãe - Mamãe, mamãe por favor.... por favor - Steve começa a chorar e se lembra de chamar uma ambulância para a mãe.

Ele a abraça por quase 30 minutos chorando e a embalando como ela fazia com ele quando ele era um bebê que precisava de proteção. Steve quase berrou com a equipe de primeiros socorros, mas não o fez sabia que não era culpa deles que sua mãe tenha câncer no cérebro. Steve só esperava que pudesse ser algo que ele ainda tivesse tempo de cuidar dela devidamente, ele ainda não estava pronto para perder a sua mãe.

No caminho para o hospital, Steve ia pensando se ele não estava sendo egoísta fazendo sua mãe passar por tantas coisas dolorosas apenas por que ele nao sabia ficar sozinho, se ao menos sua mãe falasse para lhe dizer se ele estava certo ou errado, se insistia ou não. Ele não queria perde-la.

Steve segurou a mão já fria de sua mãe, e não conteve nenhuma lágrima que caia de seus olhos, ele se sentiu tão fraco e impotente, ele sabia que não havia nada que ele pudesse fazer, não mais.

Os batimentos de sua mãe eram fracos, sua respiração era fraca e suas mãos estavam tão geladas, Steve fechou os olhos e sentiu seu coração subir para sua garganta, sua cabeça martelar, seu corpo estava prestes a ceder de maneira rude e inevitável,ele estava perdendo a única pessoa que ele amava. Sua mãe.

Steve se lembrou de quando era criança, um momento em que Sarah o abraçou fortemente e chorando disse a ele: "Você sempre, me escute bem Steven, sempre fique de pé, nunca desista", sua mãe era sua âncora, seu ponto de força, tudo de no. que ele era devia a Sarah. Ele sempre estaria em dívida com ela.

Steve era filho de mãe solteira, nunca conheceu o pai ou qualquer membro de sua familia, fosse materna ou paterna. Sarah era dona de uma coragem inegável, criou seu filho trabalhando em dois empregos, teve o orgulho de ver o filho entrar na faculdade e realizar um sonho que era de ambos.

O UsurpadorOnde histórias criam vida. Descubra agora