*O fim.

439 49 29
                                    

"Estou começando com o homem no espelho estou pedindo a ele para mudar os seus caminhos, e nenhuma mensagem poderia ter sido mais clara, se você quer fazer do mundo um lugar melhor, dê uma olhada em si mesmo e faça uma mudança". - Michael Jackson, Man In The Mirror.

(É um bom momento para olharmos para dentro de nós e descobrir coisas boas sobre nós e que podemos fazer para melhorar!).

*

Tony caminhou devagar aquela manhã pela casa, algo em Ransom não estava o mesmo, esse pensamento rodeou sua cabeça durante toda a noite, ouvir a maneira que Natasha havia exposto isso algumas noites atrás o deixou pensativo. Era claro que Ransom se parecia com Ransom, mas o olhar... O olhar lhe fazia pensar que ele era uma pessoa diferente, não uma pessoa que buscava mudar e ser diferente, mas uma pessoa diferente. Tony pensava que desde sua volta muitas vezes Ransom mantinha um olhar assustado no rosto, um olhar cansado e um olhar bondoso e somando isso com suas atitudes gentis, Ransom não se parecia com ele mesmo. Sim, as roupas caras, o mesmo rosto, o mesmo corpo... pelo que Tony poderia perceber já que desde que voltou, Tony não tocava em Ransom...

O som do telefone residencial tocou atrapalhando sua linha de raciocínio, Tony bufou irritado, quem ligava para um telefone residencial quando se existia telefone celular e Whatsapp?

  - Bom dia patrãozinho - Ele escuta Wanda indo em direção ao telefone, mas ele a para fazendo um sinal para ela.

- Bom dia, eu mesmo atendo - E foi o que ele fez, não estava longe do telefone - Alô?

- Oi - Uma mulher responde do outro lado - Pode chamar o Ransom para mim? Diga a ele que se continuar me ignorando vou transformar a vida dele em um inferno.

- O próprio Ransom é capaz de transformar a própria vida em um inferno - Tony diz sem humor - quem está falando?

- Ele sabe quem eu sou - ela responde irritada.

- Eu não sei e se você liga para ameaçar alguém, deveria deixar que saibam quem você é.

- Peggy Carter, mande-o me atender, agora.

- E além de ameaçar meu marido, o que mais você quer Peggy Carter? Por que eu garanto que pararam de mandar em mim quando eu era uma criança.

- Ah, Tony Stark!

- O próprio, o que você quer com o meu marido, Peggy?

- Ele sabe o que eu quero...

E a linha fica muda.

Ela desliga o telefone na cara de Tony Stark, ninguém desliga o telefone na cara de Tony Stark.

Tony estava furioso, aquele idiota! Ransom poderia estar diferente de alguma forma, mas era impossível esquecer o seu passado ou os erros que ele cometeu. Que grande idiota ele era, que grande idiota Tony stark se sentia.

Ele subiu as escadas quase correndo, Ransom costumava acordar tarde, mas ele não se importava em arrancar o marido da cama e jogá-lo pelas janelas, ele entrou no quarto do marido sem bater na porta e se assustou ao ver Ransom sentado na poltrona que estava fora do lugar próxima a janela com as cortinas abertas e o vidro também deixando a luz e o frio matinal de Boston entrarem, Ransom tinha os pés erguidos no beiral da janela cobertos por meias pretas, ele tinha apoiado no colo um livro e usava óculos de grau. Ele estava lindo, nunca o viu lendo algo, não que se lembrasse, nunca pensou que alguém poderia ser tão bonito de cardigã e calça social lendo um livro as 7:40 da manhã, merda, os olhos de Ransom ficavam ainda mais bonito sobre a luz da manha, nem mesmo os óculos diminuía a tormenta e a mistura de verde, cinza e azul que Ransom tinha nos olhos. Ele era mesmo um homem maravilhoso, por um momento ele sentiu vontade de se deitar na cama e olhar para aquele homem durante sua leitura... Ele só queria observa-lo, já fazia tantos anos, tantos anos... Até sua raiva pareceu se amenizar.

O UsurpadorOnde histórias criam vida. Descubra agora