III

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Um mês depois.

Paris era mesmo um sonho. Estava tudo acontecendo como eu imaginei. Minha vida estava cada vez melhor aqui, e eu amo meu emprego, meus amigos, e eu amo meu namorado.

Ontem o PSG teve um jogo mega importante e eles conseguiram vencer, o que fez com que eu ficasse mais feliz ainda. Eu não tinha motivos para reclamar, meu único arrependimento era de não ter vindo antes, e esse frio ridículo, porque eu sinto saudades de usar um shortinho.

Hoje David e eu íamos anunciar para a diretoria da CT que estávamos namorando. Claro que todos já sabiam. Porém conversamos e percebemos que isso é o melhor a se fazer depois de alguns boatos que rolaram sobre nós. E tinha um jogador - Verratti - que estava "dando" em cima de mim. E David, já tinha percebido, o que gerou brigas e discussões.


— E se eles não aceitarem?

— Eles não tem o que aceitar - ele disse olhando para a estrada - Não estamos fazendo nada demais. Nem deveríamos avisar.

— Então por quê estamos avisando?

— Para o anão parar de dar em cima de você. Antes que eu dê em cima da cara dele.

— Você liga para o Verratti, David?

— Ligo.

— Um pior que o outro. - eu revirei os olhos e olhei pela janela.

Eu até que estava amando minha vida aqui em Paris, não me arrependo de maneira alguma de ter largado e tudo e ter vindo para cá. Mas às vezes a saudades de casa apertava, e tinha dias (como hoje, aniversário do meu pai) onde eu só queria ficar perto dá minha família, da minha irmã mais nova, do Marcos, de meus pais. E isso me deixa sem muita paciência para conversar. Mas claro, David não se tocou quanto a isso.

— De qualquer maneira vamos falar, para evitar acontecimentos..

— Até agora nesse assunto?

— Não sabia que ele tinha acabado?! - ele tirou os olhos rapidamente e me olhou - Você tá muito mal humorada hoje. Cadê a menina linda e meiga que estava no meu quarto ontem?

— Ficou lá - falei rindo.

— Você pode me falar o que tá acontecendo, pra ela voltar - ele agora falou sério - Estou tentando fazer de tudo para que fique bem entre nós e você fica me dando patadas desnecessárias, e ignorância.

— Eu só respondendo às perguntas que você faz.

— Tudo bem, Alicia. - ele disse exausto e se concentrou no caminho, o que para mim era bom, porquê eu realmente não estava afim de conversar.

Todo mundo tem um dia em que se arrepende de levantar da cama, e eu não tinha dúvidas de que o meu era hoje. Na verdade não, eu não sou tão ingrata assim, eu só queria minha camisa hoje, meu pai. Sendo mais específica.

Não posso deixar de ressaltar que David era incrivelmente lindo dirigindo, dirigindo irritada então, era a coisa mais linda deste mundo.

Chegamos a CT e meu coração parecia sair pela boca pelo meus próximos segundos. Desci do carro, coloquei a bolsa no meu ombro esquerdo e esperei que David terminasse de fechar o carro.

Ele estava irritado, eu sei que eu não estava um amorzinho de pessoa também, mas preferir ignorar e só seguir em frente. Ele estava com as mãos no bolso e caminhava do meu lado. Entramos na CT e algumas pessoas nos cumprimentaram. Tinha uma recepcionista que para minha sorte ela só falava francês, eu já soltei tantas ofensas para ela em português que nossa. Aquele sorriso dela de eu-estou-feliz-o-tempo-todo me tirava do sério, ou talvez eu que fosse chata mesmo.

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