XXVII

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- Fica calma - ela tirou o otoscópio do ouvido de Sofia e limpou o sangue que havia no aparelho - É um perfuração simples isso significa que ela não precisa de cirurgia, aparelho de audição e essas coisas. Isso se não piorar, isso aconteceu porquê o barulho foi muito alto e provavelmente ela estava muito perto, ela é muito novinha ainda o impacto foi muito grande - eu fui para perto da maca limpando o rosto de Sofia, ela apertou minha mão com força e eu fiquei com um pouco de pena - tem um pouco de sangue seco, eu preciso limpar isso para não causar uma infecção - ela fez uma careta - é mais rápido e é melhor porque os riscos são grandes se não limpar, aqui estão os remédios para dor e vou colocar para ela voltar daqui a duas semanas para ver se tá tudo normal, observa ela se ela vai escutar direito, se ela sentir muita dor ou ter febre você pode me ligar.

- Muito obrigada - falei sorrindo.

- Eu prefiro que segure ela de novo para ela não se machucar com os movimentos dela quando eu começar a limpar - eu me afastei e David se aproximou de novo, ela limpou o ouvido de Sofia e depois que saísse dali eu faria o que Sofia quisesse porque ela merece depois dessa sessão de tortura necessária que ela teve. Nós saímos do consultório com Sofia no meu colo, com o rosto vermelho por conta de tantos choro, eu e David passaríamos na farmácia para comprar os remédios, eu já não aguentava mais todo dia acontecer algo com Sofia e esse vários remédios que ela sempre tomava.

- Você quer comer o que filha? - David perguntou enquanto íamos para casa.

- Quando a vovó volta? - ela perguntou com a voz um pouco rouca, eu estava sentada no banco de trás e Sofia estava deitada no meu colo.

- Não sei, ela não atende o celular. - ela ficou quieta, o caminho para casa foi um pouco mas tranquilo, mas estava tudo muito abalado ainda pelo atentado de hoje.

Nós compramos uma pizza enquanto íamos para casa, mas o dia de hoje foi tão corrido que David e eu comemos uma fatia e Sofia meia, eu deitei no meu quarto e Sofia de deitou conosco hoje, ela já havia dormido enquanto eu e David assistimos televisão, minha cabeça estava nos braços de David até que o celular de David tocou, eu continuei prestando atenção na TV.

- É seu irmão. - ele disse logo em seguida atendendo o telefone - Fala Marcos! - colocou no viva voz.

- Vocês não dão notícias não? Seus irresponsáveis!

- Meu celular quebrou - falei com ele.

- Eu deixei o meu em casa quando levamos Sofia para o hospital.

- Vocês estavam no estádio quando tudo aconteceu né?! Como você tá Alicia?

- Tô bem - eu respondi - foi horrível...

- Como tá o pessoal aí? E Sofia?

- Estamos bem, a Sofia teve um probleminha no ouvido devido ao barulho mas já resolvemos.

- Fico feliz - ele respondeu - amanhã eu ligo para a gente conversar melhor, descansem!

- Tudo bem, beijos.

Quando estávamos encerrando a ligação, Sofia acordou.

- Não consigo dormir.

- Quer assistir um filme para distrair a cabeça?

- Não - ela disse se sentando e passou a mão no ouvido - Meu ouvido tá doendo.

- Daqui a pouco passa - David pegou na sua mão - Vem cá - ela se deitou sobre o peito de David - nós ficamos ali até dormirmos.

- Você vai ter que cobrir hoje nas ruas sobre o atentado Alicia, e sem atrasos- eu estava na cozinha discutindo com minha chefe sobre isso, eu não queria estar nas ruas, ainda mais hoje, e eu já não sabia mais como convencer ela a colocar alguém em meu lugar. É muita falta de consideração, todos sabem que eu estava lá ontem e que ir lá hoje era a pior coisa que poderia acontecer hoje.

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