XXI

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Eu escutei os gritos de Marcos lá dentro e o médico que falava comigo entrou de novo, eu me sentei em uma cadeira ali e comecei a chorar muito mais do que queria, minha mãe podia acordar daqui uma hora, uma semana , um ano.

Eu não sabia como contar para Amanda, eu não sabia como reagir a isso, eu queria que todas essas coisas ruins acabassem logo, parecia que eu nunca ia ser feliz por completo, que sempre ia acontecer algo fosse me deixar chateada.

- Alicia, o que foi? - David perguntou agachado na minha frente, eu nem tinha percebido que ele já tinha voltado - como ta sua mãe? Alicia, o que ela tem?

- Ela tá em coma - eu soluçava - não sei se vou aguentar mais essa David - foi a única coisa plausível que eu consegui dizer.

Ele se sentou do meu lado e me deu um abraço apertado, eu desabei ali e chorei por tudo que estava acontecendo.

- Vamos conseguir sim, você tem uma filha agora - ele me deu um beijo na testa - vai aguentar por ela - ele me abraçou forte.

Eu não entendia o porque de tudo da errado para mim, era só metade de 2015 e eu já não tinha forças para aguentar tudo isso, David ficou abraçado comigo por longo tempo até eu criar coragem e para levantar dali e ir até minha mãe ou Marcos.

Decidir que ver minha mãe totalmente mobilizada em uma cama não era algo que eu queria, então eu me concentrei em esperar Marcos rçqrrqq entendia.

Me soltei de David e dei um beijo na testa da minha mãe e um abraço em Marcos que estava abatido.

- Não fica assim - eu o abracei - vai ficar tudo bem, ela só precisa descansar - eu dei um beijo na sua testa - eu vou falar com Amanda, e depois conversamos..

- Vão com Deus - ele disse e me deu um beijo na testa.

- Liz, você pode ver se tá tudo bem com Maria Antônia? Deixa ela com a Larissa.

- Posso sim.

David e eu saímos dali, eu estava pensativa pensando em como eu deveria ajudar Amanda.

Bom, vamos recapitular.

Eu sou uma jovem de 25 anos com uma filha de sete meses, quase noiva, com o pai morto, irmão mais velho com uma filha e casado, uma irmã de 15 anos que sofria com a morte do meu pai e com uma mãe em coma em um hospital.

Eu não podia deixar a vida de David tão louca, daqui a um tempo ele ia se cansar de mim e me larga para lá já que ultimamente eu só venho trazendo problemas com minha família para ele.

Não podia virar às costas para Amanda também, já que Amanda precisava muito de mim, principalmente porque ela e Marcos brigavam muito, e ela era muito sensível e Marcos já é tão compreensível assim, então nem sempre ele compreendia o porque ela ainda sofria com a morte do nosso pai, e agora era bem mais difícil para ela compreender isso que aconteceu com nossa mãe.

- Você quer parar em um lugar antes de ir pra casa? - David me perguntou me tirando de todos os meus pensamentos.

- Acho que sim - falei dando um sorriso.

Não sei onde exatamente estávamos indo, mas ele tomou um caminho e quando chegamos era bem no alto de um morro, não havia casas ali, era só uma estrada.

Ele saiu e abriu a porta do carro para que eu pudesse sair também, dava pra ver Juiz de Fora inteiro de onde estávamos, o céu estava estrelado e tinha uma lua perfeita para completar.

Ele parou na frente do carro e eu fiquei entre suas pernas, ele me abraçou por trás me dando um beijo nos meus ombros.

- Esse aqui é meu lugar favorito de Juiz de Fora - ele deu um sorriso - Sempre que eu preciso pensar em alguma coisa, tomar uma decisão e não quero ouvir ninguém venho pra cá.

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