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Quarta Feira - Paris, França 06:10

Voltar a rotina normal é com certeza o "acorda" que tava difícil aceitar, eu não sabia que depois que saísse do Brasil o peso de voltar para Paris sem saber que minha mãe não estava viva ia ser tão doloroso quanto tá sendo... Eu pensava nisso o tempo todo e só ficava com aquilo para mim, não posso deixar que David e Sofia sofram essas consequências comigo.

Levantei mais cedo que o previsto e fui tomar banho de banheira, eu fiquei ali por exatamente uma hora e meia só esperando o tempo passar e começar um novo dia, ou talvez queria que toda a negatividade, desânimo, cansaço, baixo astral saísse de logo de mim, já que era um dia novo que se iniciava, depois de um tempo David acabou acordando e entrou na banheira ficando ali comigo, sentou por trás de mim e eu deitei em seu peito.

Essa minha fase chata deveria passar logo porque se eu não me estou aguentando imagina David. David me deu um beijo nos ombros e depois pegou em minhas mãos, eu já tava pensando em qual mentira inventar para falar que eu estava bem, que ele não precisa se preocupar, que era coisa da cabeça dele e coisas assim.

- Você sabe... - ele começou - eu sei que você tá longe daqui.

- Não tô nada

- Para de tentar mentir para mim.

- Eu não tô mentindo, você que tá delirando.

- Alicia?

- É diferente - eu suspirei - achei que ia ser mais fácil.

- Eu te amo, e tô com você.

- Eu sei, e te amo também - me virei e dei um beijo nele.

(...)

- Não quero ir para o balé hoje - Sofia reclamou enquanto tomávamos café, ela deitou a cabeça na mesa.

- Deixa de ser preguiçosa! Olha o tempo que ficamos fora.

- Quem vai me buscar na escola hoje?

- Eu - David respondeu.

- E me levar?

- Você vai de táxi com a Lúcia.

- Por que você não vai me levar mamãe?

- Eu preciso trabalhar, né filha... - ela fez um beicinho - Não vai me convencer com essa cara de dó.

- Nem se eu chorar igual um bebê? - eu rir.

- Nem se você chorar igual um bebê.

- Eu sonhei que ganhava um irmãozinho - eu engasguei, David riu.

- Isso não é longe de acontecer não filha, daqui a pouco você vai ganhar um.

- Não sei se quero um irmão - ela fez uma careta.

- Quer sim, toca aí - David falou com e ela bateu na mão dele - boa menina - ela riu.

- Acabou? - perguntei pra ela que enrolava para comer - A gente vai se atrasar.

- Acabei - ela disse saindo da mesa. - Vou escovar os dentes e já volto - ela saiu da mesa.

- Irmãozinho é? - respondi encarando David.

- Vamos realizar esse desejo dela, aproveitar que esqueceu do cachorro. - ele falou me dando um beijo.

- Saí fora - o empurrei de levinho rindo da sua cara.

Eu subir as escadas indo escovar meus dentes e assim que acabei encarei o espelho por um momento e pensei "até quando eu vou adiar essa história de casamento?" eu não tinha o porquê esperar mais, eu amava David, eu estava disposta a passar o resto da minha vida com ele. O motivo de não querer casar antes é que eu queria que minha mãe acordasse, mas como isso não é possível mais eu não tenho o porque esperar.

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