— Podem descansar um pouco — a Senhora Dubois disse. — Já fizeram o suficiente por hoje, só quero que lavem a louça do jantar mais tarde.
— Tudo bem, obrigado Senhora Dubois. — eu respondi.
Ela saiu e respirei aliviado.— Graças a Deus! — Alain exclamou, caminhando para o nosso quarto. — Se ela desse mais um serviço eu iria morrer!
— É, admito que eu também iria.
Entramos dentro do quarto e caímos na mesma cama, cansados. O puxei para perto e o abracei.
— Bom momento para descasamos.
— Com certeza — ele se aconchegou em meus braços. — Eu estou exausto!
Peguei meu celular e ofereci uma parte do fone para Alain. Ele aceitou e colocou no ouvido. Fiz o mesmo e coloquei para tocar a música Amour Plastique.
— Eu amo essa música!
Eu sorri.
— Sempre achei que essa séria nossa música. — sussurrei, fazendo ele corar.
O beijei de leve na boca e ele correspondeu.— Com certeza é a nossa música.
Ele afundou mais a cabeça no meu peito e aproveitamos o som da música, até pegamos no sono.
— Fim de louça — sequei minhas mãos no pano. — É igual a fim de castigo.
Alain levantou as mãos pro alto e comemorou.
— Terminaram?
A Senhora Dubois entrou na cozinha.
— Sim. — respondi.
— Muito bem! Espero que vocês nunca mais saíam sem a minha permissão.
— Nunca mais, Senhora Dubois.
— Então, vão para seus quartos e durmam.
Assentimos e saímos da cozinha, subindo para nosso quarto como mandado.
— Eu vou tomar banho primeiro — Alain anunciou, abrindo a porta. — Um banho quente para eu relaxar depois desse dia cansativo.
Andei mais rápido, me aproximando dele e comecei a fazer massagem nas suas costas. Ele balançou a cabeça para lá e para cá, em um processo lento, parecendo relaxado.
— Isso, continua — ele sussurrou. — mais para baixo, por favor.
Não o obedeci, em vez disso, parei.
— Por que parou?
Sem pensar duas vezes, o joguei contra a parede do quarto.
— Me dê o seu melhor beijo. — sussurrei, e então o beijei. Alain correspondeu, agarrando meu cabelo durante o beijo.
Eu queria falar de como esse garoto me enlouquece. Eu não tenho mais juízo.— Tudo bem, já chega — ele riu, enquanto se afastava. — Eu vou tomar meu banho.
Coloquei meu pijama e caminhei até a cama de Alain, aonde ele estava sentado, com o celular em mãos. Me deitei do seu lado, o abraçando. Ele sorriu e continuo mexendo no aparelho. Dei uma espiada e vi a foto de um garoto ruivo, com o rosto cheio de sardas. Ele estava beijando a bochecha de Alain e ele sorria como nunca antes.
— É o seu ex-namorado?
— Sim — ele respondeu. — Sinto falta dele.
Ele observou por um tempo a foto e logo depois a apagou. Então, apareceu outra foto. Dessa vez era apenas seu ex sorrindo no meio das sardas. Alain também apagou essa foto. E foi apagando mais várias que apareceu.
Quando ele pareceu finalmente terminar, desligou seu celular e se virou para mim.— Sente falta dele, é?
Alain sorriu.
— Tudo bem, agora eu tenho você — ele disse, se aproximando mais de mim. — E, além disso, ele é um idiota.
— Alain — coloquei minha mão sobre seu rosto, fazendo ele me olhar nos olhos. — Eu amo você.
— Eu também te amo.
O beijei.
— Vem aqui.
O puxei para fora da cama comigo e peguei meu celular que estava sobre a cômoda.
— Maurice, já vai dar meia-noite.
— Isso não é problema, amor.
Ele corou.
— Amor?
— É, o meu amor.
Alain sorriu e me beijou mais uma vez.
Coloquei a música Amour Plastique para tocar baixinho, para a Senhora Dubois não escutar e mandar nós dormirmos.
Segurei a mão de Alain, puxando para uma dança.— Maurice! Eu não sei dançar!
— Eu também não! — exclamei, com um sorriso. — Mas vamos tentar, amor.
— Tudo bem.
Então, começamos a dançar, algo parecido com uma valsa um tanto animada. É atrapalhado, porém eu estou gostando disso e Alain parece feliz também. Digamos que é uma péssima valsa, mas acima de tudo, é a nossa péssima valsa.
— Alain.
— Hm?
Ele já se encontrava com a cabeça em meu peito e os olhos fechados. A nossa dança está ficando cada vez mais lenta e calma.
— Eu realmente amo você — sussurrei. — É verdade toda vez que eu digo, eu amo tanto você que às vezes sinto que vou explodir!
Ele continuou com os olhos fechados mas se afastou do meu peito para chegar a minha boca. E lá relaxou seus lábios nos meus.
— Eu sei disso, porque eu sinto o mesmo.
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A cidade do amor
RomanceÀs vezes eu me pergunto, o que pode ser pior do que viver em Paris, a cidade do amor, mas não conseguir acreditar nele?