— Maurice! — ambas exclamaram e me abraçaram com força. — Que bom que veio junto.
— Eu sempre venho, sogrinhas.
— Meu filho, como você está? — Isabel, uma das mães de Alain, perguntou, dando um beijo na testa dele.
— Muito bem, mamãe.
— Vamos, entrem.
Entramos dentro da casa e elas fecharam a porta.
— Aonde está a Charlotte? — Alain perguntou, e de repente, escutei um grito:
— Alain!
Charlotte veio correndo para abraçar o irmão e depois me abraçou.
Me impressionei como ela estava diferente, afinal, já se passaram 10 anos desde que eu e Alain nós encontramos de novo e passamos a namorar.
Eu e Alain agora temos 28 anos, suas mães estão ficando cada vez mais velhas e Charlotte agora tem 17 anos, se tornou uma linda mulher.— Estou pensando em me mudar para Paris — ela disse para o irmão. — E fazer faculdade na onde você fez.
— Jura?
— Sim, a última vez que vi Paris foi quando eu tinha 6 anos.
Ele sorriu.
— A cidade conquistou seu coração?
— Óbvio! — exclamou. — Paris é tão linda!
— Queridos, venham almoçar! — uma das mães de Alain nos chamou da cozinha e fomos.
Me sentei a mesa, um pouco nervoso, com o que estava preste a fazer. Minhas sogras e minha cunhada sabiam muito bem o que eu faria.— Bem, Maurice — Alícia, minha sogra, disse. — Acho que é agora ou nunca.
Charlotte segurou a risada e Isabel apenas piscou para mim, me dando conforto, de que tudo iria acabar bem. Alain, apenas ficou confuso.
Ele olhou para mim e levantou uma sobrancelha.— Como assim? — depois ele olhou para a irmã que está segurando a risada. — O que vocês estão aprontando?
Segurei a mão de Alain com força, fazendo ele olhar para mim novamente.
— Amor, você sabe que eu te amo, muito.
Ele sorriu.
— É claro que eu sei, querido, eu também amo você.
— Desde da primeira vez que eu te vi, eu te amo.
— Eu também — ele riu. — Não pude resistir a seu rosto bonito da adolescência.
— Agora que sou adulto sou feio?
— Não, bobo, agora você é mais bonito.
— Que bom — beijei a costa da sua mão. — Enfim, desde então, eu não parei de te amar. Quando eu descobri sua depressão, me senti tão péssimo, porque você não merece ser triste.
— Mas eu superei isso, graças a você.
Alain realmente tinha se superado da depressão por completo. Desde que começamos a namorar, eu fui o ajudando em cada crise. Aos poucos ele parou de ir ao psicólogo, parou de tomar remédios e recuperou sua vontade de viver. Hoje, aproveita cada pedacinho de felicidade que sua depressão o impediu de viver.
— Eu sei — apertei sua mão um pouco mais forte, pela minha ansiedade. — Até quando nos afastamos por um ano, eu continue te amando, e meu Deus! Como eu senti sua falta! Às vezes eu achava que iria morrer de saudade.
— Tudo bem, aonde quer chegar?
Respirei fundo e me levantei da mesa. Retirei a caixinha aonde estavam as alianças e a abri assim que me ajoelhei no chão de frente para Alain.
Ele arregalou os olhos, surpreso, como se tivesse acabado de sacar tudo.— Maurice...
— Alain Morrice, você quer casar comigo?
Lágrimas saltaram de seus olhos e ele se ajoelhou no chão também para me abraçar.
— Óbvio que sim!
O abracei de volta mas logo o afastei para colocar a sua aliança no seu dedo.
Ele limpou as lágrimas e pegou a minha aliança, colocando a em meu dedo.
De repente, escutei gritos femininos. Minhas sogras e minha cunhada estavam comemorando felizes.
Nos levantamos do chão e nos beijamos.
Durante o beijo, lembrei da antiga psicóloga que Alain visitava, e do que ela disse para mim. Ela disse que o amor não é uma droga, ele existe de uma forma feliz, mas isso só ocorre quando se acha a pessoa certa. Como ela estava certa.
Penso em mamãe, triste por ela não ter achado a pessoa certa e acabar morrendo nos braços da pessoa errada, nos braços de um amor falso. Mas, para recompensar, eu como seu filho, encontrei um amor de verdade, que me faz feliz mais do que qualquer coisa. Além de Alain, também tem a sua família. Eu adoro suas mães e adoro sua irmã. Eu sou tão feliz, e é tudo graças ao amor.— Eu te amo. — Alain sussurrou, assim que nos separamos.
— Eu te amo mais, muito mais.
-Fim-
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A cidade do amor
RomanceÀs vezes eu me pergunto, o que pode ser pior do que viver em Paris, a cidade do amor, mas não conseguir acreditar nele?