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Minutos antes de Dayane chegar no quarto, Carol havia pegado no sono devido ao cansaço, deixando uma certa dúvida nos familiares.

Ela já não estava dormindo durante todo esse tempo?

A pergunta não foi respondida!

E nem vai!

- Ela acabou de dormir! - Roseli respondeu assim que percebeu a confusão no rosto da nora. - O médico disso que é normal ela ter acordado cansada.

- Ela acordou bem? - perguntou. - Digo, ela não sentiu nada?

- Sentiu apenas uma dor de cabeça e fraqueza no corpo, mas o médico disse que também é normal. - desta vez quem respondeu foi Isaias. - Deram remédio e ela logo dormiu de novo.

Dayane apenas assentiu com a cabeça e se sentou no canto da cama, ao lado de Carol. Começou a fazer um leve carinho em seu cabelo, descendo por sua bochecha e subindo novamente para o cabelo. Depois, desceu ainda mais a mão, encontrando a de Carol. Começou a acariciar ali, e sorriu assim que viu a aliança de namoro delas.

Elas haviam a comprado em um dos passeios pelo shopping. Passaram por uma loja onde vendia joias e logo de cara se apaixonaram por um modelo que estava exposto na vitrine. Era um anel simples, mas ao mesmo tempo bem bonito. Racharam a conta, assim cada uma pôde pagar a metade.

Nada muito grande e não havia muito romantismo; mas mesmo assim, foi bastante especial para elas.

Algum tempo depois, os pais da ruiva saíram alegando que precisavam tomar um banho em casa, deixando Day sozinha com a ruiva.

No fundo eles, assim como ela, sabia que isso foi apenas uma desculpa para elas duas ficarem sozinhas e conversarem quando a mais nova acordar.

Mais algum tempo depois, a morena começou a ficar impaciente. Andou pelo quarto, mexeu em tudo o que sabia que podia e até no que sabia que não podia, foi para o banheiro que tinha no quarto, espremeu alguns cravos que tinha próximo ao nariz e agradeceu aos céus por serem bem poucos e por não ter nenhuma espinha.

Isso é motivo de inveja para muitos!

Principalmente para a autora, diga-se de passagem! ( N/A: sofroh kkk )

Quando voltou para o quarto quase teve uma parada cardíaca. Encontrou Carol sentada na cama enquanto coçava os olhos com as costas da mão e bocejava.

Ela havia acordado!

E estava sentada na cama!

Acordada!

Bem e acordada!

A C O R D A D A

Acho que já falei que ela está acordada né?

Dayane podia jurar que a qualquer momento ela cairia no chão desmaiada, o bom disso é que ela já estava no hospital e não teriam tanto trabalho assim.

Nem ela entendia o porquê de estar tendo aquela reação, já que sabia que a namorada havia acordado antes de ela aparecer, então era esperado que Carol acordasse a qualquer momento novamente. Mas o coração de Dayane não estava preparado para esse baque.

Oh, não estava mesmo!

Muita coisa para processar...

- Você está branca! - Carol afirmou rindo, com a voz rouca. - Por favor, não desmaia. Ainda não estou cem por cento e não aguentaria me levantar para te ajudar!

- Você acordou mesmo! - murmurou.

Certo, ela havia dito que não falaria isso, mas foi mais forte que ela. Se antes a mesma tinha alguma dúvida sobre Carol ter voltado para a realidade, todas elas tinham sumido apartir do momento que ela falou aquilo.

Ela ainda não acreditava...

Ou acreditava?

Não sabia ao certo!

Ela é meio confusa e, sempre quando pode, culpa o signo por ser assim.

A culpa é do meu signo e blá blá blá.

- É, eu acho que sim. - avaliou a si própria. - É, eu acordei sim... Ou não, isso pode ser apenas mais um sonho meu que você invade. Isso é um sonho?

- Acho que não... - falou se aproximando cautelosamente da cama.

- Pode me beliscar? Só para ter certeza, sabe? - estendeu o braço pálido, brincando. - Por que está se aproximando assim? Sou algum tipo de assombração? Alma penada? Eu não mordo viu? Pelo menos não agora, não estou nos meus melhores dias!

Ela não estava sentada em uma cama de hospital pensando safadeza não né? Oh, ela está sim!

Carol se sentiu estranha assim que acordou, primeiramente não conseguia falar, mas aí só foi beber a água que seu irmão trouxera que conseguiu fazer tal ato. E quando conseguiu, imediatamente começou a tagarelar, mesmo com a voz completamente rouca pela falta de uso. Fez bastante pergunta, foram tantas que até sua mãe estava ficando sem paciência para responder.

Ela havia acordado mais falante que o normal!

- Não, não é, eu só... só, nossa... você  acordou mesmo e... - engoliu em seco. - Nossa...

- Dayane Lima sem ter o que falar? Essa é nova! - abriu os braços. - Vem aqui, amor!

A morena então apressou o passo, andando rapidamente até a cama e, sem pensar antes nas consequências, se jogando em cima da namorada e apertando o corpo dela contra o seu.

Com esse ato, Carol gemeu de dor; mas mesmo assim não deixou com que Dayane se afastasse.

A morena sentiu seu coração, que antes estava batendo fortemente, se acalmar e aquecer. Como se estivesse, enfim, onde sempre tivera que estar: nos braços de Carol, abraçada com ela.

- Eu pensei que você iria me deixar. - fungou contra o pescoço dela, deixando com que as lágrimas caísse livremente, passando por sua bochecha e caindo no ombro coberto pelo vestido hospitalar de Carol. - Eu... eu pensei que nunca mais iria olhar nos seus olhos, que nunca mais iria ver seu sorriso, ouvir sua voz. Você não sabe a falta que me fez, amor.

- Eu estou aqui agora. - a apertou mais. - Não chora, por favor, se não eu vou chorar também. - pediu já com os olhos marejados.

Não gostava de ver ninguém que gosta chorando, pois logo fica com vontade de chorar também. A ruiva tem o coração muito mole.

- Não dá, eu não consigo. - passa a mão  pelo olho, tentando secar as lágrimas.

- Quer ver como eu consigo fazer você parar de chorar? - se arrumou na cama, sem afastar Day. - Era uma vez um pintinho que não tinha cú, um belo dia ele foi peidar e explodiu. Fim!

Dayane gargalhou. Por mais que essa piada fosse besta, se tornava bastante engraçada vindo de Caroline, ainda mais quando ela gesticula com as mãos. Essa era uma das coisas que Day mais estava com saudades: as palhaçadas da namorada.

- Viu? Você parou de rir. - falou rindo também. A morena levantou um pouco a cabeça, de um jeito que pudesse encarar Carol. - Eu te amo, está bem? E nunca, nunca, nunca mesmo deixariam você!

- Eu te amo! - selou seus lábios com os dela. - Linda!



Ágape (2° Temporada)Onde histórias criam vida. Descubra agora