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Point Of View Autora:

Dias de chuva sempre deixavam Dayane apreensiva.

Não a entendam mal, mas quando se está dirigindo um automóvel é compreensivel sentir isso. Medo de, sem querer, acabar indo rápido demais e escorregar na pista, causando um acidente.

Por isso evitava dirigir quando o tempo mudava.

São raras as vezes que chove em Miami. A cidade, na maioria das vezes, é bem insolarada. Nada de chuva. Nada de frio. Nada de céu nublado. Nada de nada. Apenas o sol e o calor.

Mas de repente, justo quando ela nessesitava sair de casa para ir de encontro com Carol, uma forte chuva começou a cair perante seus olhos.

O céu não queria que ela saisse, foi o que pensou.

Mesmo assim, mesmo com a chuva, ela saiu. Não iria deixar de "reencontrar" sua namorada acordada por causa de uma simples chuva.

Não tão simples, para falar a verdade.

Depois de quase quatro meses sem conversar olhando nos olhos de Carol, ela não iria adiar mais isso. Não iria adiar mais ainda esse encontro.

Correu até o carro tentando não se molhar, falhando mizeravelmente. Entrou nele molhada, mas não tanto ao ponto de a fazer desistir de "seguir viagem".

Foi o caminho todo pensando no que falaria quando a visse.

"Você acordou!"? não não, muito clichê! É claro que ela estava acordada, se não seus olhos não estariam abertos.

Uh...

"Como você está?" é, até que essa seria boa. Ainda clichê, mas boa. Afinal, queria saber se ela estava realmente bem. Se não estava sentindo nenhum tipo de dor, ou, na pior das hipóteses, se não havia acordado com algum efeito colateral.

Deus queíra que não!

Iria ser horrivel se isso acontecesse! Oh, com toda certeza seria!

Ao chegar no hospital, estacionou rapidamente o carro na única vaga desocupada e, fugindo das gotas de chuva, entrou no local correndo, desejando internamente que a vaga a qual pegara não fosse particular de algum funcionario ou de deficientes.

Iria se sentir pessima de ter tomado a vaga de um deficiente!

Parou na recepção apenas para pegar seu crachá de visitante, seguindo rapidamente para o caminho do qual ela já sabia de có.

Dayane estava tão distraida em seus pensamentos, que não notara uma figura feminina vindo de frente com ela, as fazendo bater uma na outra.

Já vai virar costume esbarrar em alguém no meio do corredor do hospital, pensou lutanto para não revirar os olhos.

Desta vez ninguém caiu!

- Ai, desculpa. - pediu se recompondo. Por mais que estivesse com pressa, não seria grossa. Ninguém merecia ser tratado com grosseria. - Estava distraida!

Não há como saber o que se passa na vida do outro, então o melhor a se fazer é sorrir e ser educado. É uma regra para ela de agora em diante!

Sorrir e ser educada!

Ela já foi grossa, muito grossa e irritante, chata também. Mas isso foi antes! De agora em diante, Dayane de Lima Nunes irá sorrir mais.

Irá se desculpar se tiver feito algo de errado!

Irá sorrir, mesmo não querendo!

Irá ajudar alguém, mesmo estando com a maior preguiça do mundo!

Okay, esse ultimo talvez ela não cumpra sempre, mas vai tentar ao máximo.

Ou não...

- Tudo bem, eu também estava! - a moça fala. - Eu já não te vi mais cedo?

Oh, sim. "Elas" já haviam se visto mais cedo!

Day reconheceu os cabelos loiros escuros de Elana assim que levantou o olhar.

A outra garota a encarava sorrindo e com o cenho franzido.

- Ah, sim sim. - Day concordou. - Elana, certo?

- Sim! Dayane? - a morena concordou.

Enquanto Elana a encarava completamente sem graça, Dayane olhava para os lados enquanto mexia as mãos.

- E a- - Elana começou a falar, mas foi impedida de tal ato quando a outra a interrompeu.

- Olha, não querendo ser grossa, mas eu tenho "muito" que ir agora. - estralou os dedos.

- Ah, okay. Sem problemas!

- Foi bom te reencontrar, a gente se vê por ai. - Day falou já se afastando dela.

- A gente se vê. - acenou em despedida, mesmo sabendo que a morena não iria ver.

Certo, Dayane tinha, certamente, falado que não iria ser grossa com ninguém, mas naquele momento ela não conseguiu segurar.

Mas afinal, aquilo foi grosseria? Ela só falou que tinha que ir. Estava com pressa e, graças a chuva, demorou mais do que o previsto para chegar no hospital. E, se tivesse magoado Elana, na próxima vez que a ver faria questão de pedir desculpas.

Se houvesse uma próxima vez.

Sua ansiedade estava a matando por dentro. Desejava ter algum tipo de super poder que a fizesse estar em qualquer lugar a hora que quisesse e o mais rápido possivel. Teletransporte, esse é o nome.

Com as mãos tremendo e suando, ela bateu na porta do quarto, assim que parou na frente da mesma. Ouviu um "entre" relativamente baixo como resposta. Franzio o cenho e empurrou a porta, encontrando um quarto quese fazio, se não fosse por Roseli sentada em uma poutrona, Isaias ao seu lado sentado em um banco e Carol, que, como sempre, estava deitada na maca dormindo.

Espere, dormindo?

Dayane sentiu seu coraçã bater mais forte que o normal ao observar Carol dormindo, como sempre. Pensou que a ligaçã feita por Roseli houvesse sido apenas um sonho e que Carol não havia acordado ainda. Observou a ruiva mais de perto, percebendo assim que ela já não usava mais o mesmo "vestido" hospitalar, antes era um verde escuro, agora está com um azul claro. Seu cabelo parece ter sido penteado e o cheiro de sabonete emanava por todo o quarto.

Afinal, foi ou não foi um sonho?

Era essa a pergunta que Day tinha em mente.



Ágape (2° Temporada)Onde histórias criam vida. Descubra agora