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- Tem falado com os três mosqueteiros? - Vitão pergunta, tentando quebrar o silêncio que estava dentro do carro.

Ao falar três mosqueteiros, ele se refere à Ana, Vitória e Bruno, os amigos do Brasil. Eles, mesmo depois de voltarem para o país de origem, ainda mantiveram contato uns com os outros. Principalmente com Dayane, ela foi a que mais se aproximou deles, claro, depois de Álvaro. 

- Não muito. - deu de ombros. - Ana e Vitória me mandaram mensagem esses dias perguntando como eu estava. Foi você quem contou?

- Foi! Fiz mal?

- Não não, tudo bem. - olhou através da janela e lembrou que ainda não sabia para onde Victor estava a levando. - Aliás, para onde estamos indo mesmo?

- Casa do amor da minha vida. - respondeu, fazendo a garota rir.

Eles ficaram em silêncio pelo resto do caminho. Assim que chegaram na casa de Thaylise, os dois desceram do carro e tocaram a campainha, sendo atendidos pela dona da casa, mãe da Thay. Entraram na casa e foram até a sala, encontrando Thaylise e Bruno lá.

Se sentaram no sofá e Day franziu o cenho, estranhando Bruno estar sozinho ali, sem Carol e nem Álvaro, pois eles sempre andam juntos. Mas deixou quieto e não quis perguntar sobre, seria melhor assim, para evitar perguntas.  

- Day, você bem que poderia ir lá no quarto de hóspedes que fica do lado do meu pegar uma coisa. - Thay fala sorrindo suspeita. Ela estava sentada no chão, ao lado da poltrona onde Victor se sentara.

Dayane revira os olhos e bufa impaciente. Ela havia acabado de sentar no sofá, será que poderia ter um pouco de paz e descanso?

- Pegar o quê?

- A... a... - gagueja. - Fala ai para ela o que é, Victor. - cutuca a perna do namorado.

- Ah... é... minha camisa, isso. - responde o menino meio embolado. - Minha camisa que eu esqueci na ultima vez que vim aqui.

- E por que você mesmo não vai lá? - pergunta desconfiada.

- Por favooorrr? - a olha com carinha de cachorro que caiu da mudança.

- Okay. - se deu por vencida, de novo, e levantou do sofá, subindo as escadas e indo direto para o tal quarto de hospedes.

Ela conhecia bem a casa de Thaylise, portanto não era necessário a mais nova acompanha-la para mostrar o caminho. Day e os amigos sempre combinavam de ir para a casa de um deles, todo semana era uma casa diferente, então todos conhecem bem a casa e a família uns dos outros.
  
Claro que Dayane sabia que tinha caroço nesse angu, ela conhecia os amigos que tinha, e sabia que eles estavam aprontando alguma coisa. Como Vitão esqueceria a camisa no quarto de hóspedes se, sempre quando ele vem dormir aqui o mesmo dorme no quarto dela, e, consequentemente, suas coisas ficam no quarto junto com as dela. Mas não faria mal algum dar uma olhada né?

Assim que abriu a porta e entrou um pouco para dentro do quarto, ela ouviu um barulho vindo de dentro do closet e logo em seguida uma voz vindo de lá.

- Thaylise? Eu não achei a camisa, tem certeza que ele deixou aqui?

Ao ouvir isso, o corpo de Dayane, junto com a mente, travaram. Ela conhecia essa voz, ó se conhecia.

- Thaylise? Está ai... - sua voz foi diminuindo na medida que saia do closet e via a morena parada como uma estatua na porta do quarto. - Day!?

- Oi Carol, tchau Carol. - se virou para ir embora, mas parou e arregalou os olhos quando forçou a porta branca a abrir e não conseguiu. Constatou então que ela estava trancada. - Que merda...?

Ela sabia que eles estavam aprontando algo!

- Acho que ela está trancada. - Carol falou enquanto observava a namorada tentar, mais uma vez, abrir a porta, falhando miseravelmente. Dayane a olhou feio.

- Ah, você jura? - ironiza. - VICTOR SE VOCÊ NÃO ABRIR A PORRA DESSA PORTA AGORA PODE ESPERAR QUE QUANDO EU SAIR DAQUI VOCÊ VAI SER UM HOMEM MORTO!

- Como sabe que foi eu quem trancou a porta? - ele respondeu do outro lado da porta, enquanto sorria e girava a chave em seus dedos. - Pode não ter sido.

- Eu sinto que foi você, seu meliante! - bate na porta. - VICTOR!

- Vocês só vão sair dai quando conversarem e se acertarem! - afirmou. - Podem transar também, faz bem e o sexo de reconciliação é ótimo, digo por experiência própria. - Thaylise, que estava ao seu lado, lhe deu um tapa no ombro ao ouvir isso. - Ai, amor!

- Como o Victor disse, vocês só irão sair daí quando se acertarem. - Thaylise falou. - Vamos. - puxa o namorado para longe do quarto, indo para a sala fazer companhia para Bruno, o outro meliante que estava envolvido no esquema.

- Day. - Carol a chamou, mas a menina não ligou. - Day. - nada, ela continuava espancando a porta, tinha a esperança de que a porta iria se abrir magicamente, por mais que soubesse que não tinha tanta força assim. - DAYANE.

- QUE É? - se virou para ela.

- Você sabe que eles não vão abrir isso né? - disse cautelosamente. Ela tinha que confessar que estava ficando com medo da cara de Dayane, estava assustadora. - Pelo menos não até a gente conversar...

- Okay, vamos conversar. - ela foi até a cama de casal que ficava no meio do quarto e se sentou nela. - Então, por onde você quer começar? - Carol iria começar a falar, mas Day continua a impedindo de o fazer. - Porque olha, eu não tenho o que falar. Não fiz nada de errado, não acusei ninguém de nada, principalmente de ter traído alguém. Você fez isso? Eu não!

Enquanto falava, a menina gesticulava com as mãos, como um afronta. Queria, de algum modo, jogar na cara da ruiva que ela havia sido uma idiota imatura, mesmo sabendo que ela também seria idiota fazendo isso. Mas agora ela não estava ligando para isto, queria afrontar.

- Beleza. - vai até a cama e se senta ao lado da namorada. - Me desculpa...?

- Não! - respondeu simples, fazendo Carol arregalar os olhos. - Quero algo mais elaborado e mais romântico. Faz de novo, faz direito!

Carol suspirou fortemente e buscou em sua mente o espirito mais romântico que ela poderia ter dentro de si. Suspirou mais uma vez e ponderou mais um pouco, forçando sua mente a agir rápido.

- Dayane, amor da minha vida, razão do meu viver e dona dos meus pensamentos impuros e não impuros. -  Day se arrumou na cama, colocando as costas na cabeceira e cruzando os braços, enquanto um sorriso aparecia em seu rosto. Isso iria ser bom. Sim, ela iria brincar um pouco com a cara da ruiva.

É certo que ela está, ou estava, sim, com raiva de Carol. Bom, não era bem raiva, era apenas um pouco de ressentimento e decepção, mesmo que seja minimamente. Mas agora, ela iria aproveitar a situação. Iria deixar para para jogar mais coisas na cara dela em outras ocasiões.

Isso soou um pouco idiota...   

- Eu fui uma idiota burra por ter achado que você faria uma coisa tão impura como é a traição. Eu sei que você nunca faria isso. Pelo menos eu acho... Você não faria né? - a morena negou. - Certo. Eu te amo, muito, muito, muito e nunca mais na minha vida vou pensar esse tipo de coisa de você e... e você é muito importante para mim, ficar sem falar com você durante essa semana foi muito difícil e...

- E a gente deveria casar! 

    


Ágape (2° Temporada)Onde histórias criam vida. Descubra agora