019

108 12 4
                                    

ஜ۩۞۩ஜ
иιиєτєєи ϲαρ

Eu me negava a abrir a boca.

Eos cortes pelas minhas pernas já dormentes eram frequentes, eu insistia em permanecer com os olhos fechados, evitando a todo custo ver o seu sorriso. Meus braços recheados de milhares de cortes profundos. Em meu pescoço se via cortes e arranhões superficiais, porém, incomodos o suficiente para que eu não conseguisse me mover sem sentir uma intensa dor.

As lágrimas escorriam, mas não emitia som algum.

Jack me apagou, depois, me prendeu em uma cadeira de ferro em algum lugar estranho, com objetos de tortura em volta. E elez estava me torturando. Cortes, arranhoes, arrancando meu sangue, colocando insetos para andar pelo meu corpo.

Eu me mantinha quieta, com todo o meu ser em um desespero completo, o pânico havia tomado uma onda maior em meu ser. Aquele medo se alastrava como um mar pela minha alma. Minha mente não trabalhava bem, já não pensava direito, eu apenas absorvia aquele ódio em silêncio.

Sentia que a qualquer momento, eu fosse infartar.

- Você nunca entendeu realmente o perigo que estava correndo, não é, Mei? - ele continuava, arrastando uma agulha pelo meu braço, causando um arranhão bem longo, eu mesma sentia a minha pele rasgando aos poquinhos.

Jack parecia possesso em me ver sofrer, não conseguindo o que quer, ficando ainda mais perturbado.

- Eu me divertia com a sua rebeldia. Mas as vezes você acaba falando demais... e isso machuca.

Ele enfia a agulha em mim. Uma dor chata consumiu ainda mais o meu corpo.

- Qual o problema em continuar me obedecendo? Eu sou tão bonzinho com você. - continua. - Mas ainda assim... você tem que ser uma vadia fútil. Dando desculpas idiotas pra poder se dar a qualquer cara, você realmente não tem o mínimo de respeito consigo mesma, não é Mei?

Ouvindos tais palavras, eu não consigo contar uma risada. O silêncio pairou logo após isso.

- Mas bem que você gostou. - pela primeira vez, eu abri a minha boca.

Ele alcança meu queixo con força, erguendo meu rosto brutalmente. Eu não mudei minha feição, me mantinha indiferente.

- Você disse que era fácil fingir, e eu bem de demorei pra perceber a maldita que você é. - ele parecia bravo.

- Não me diga que esperava algo?

Ele fica quieto. E eu passei a rir.

- Como você é idiota, Jack! - disse entre risos. Assim, lentamente, abrindo os meus olhos, vendo sua face bem próxima a minha. Eu não sabia descrever o seu olhar. - Acha mesmo que eu poderia gostar de você?

Um sorriso cresceu em meus lábios.

- Você é horrível. Não se compara a sequer um ser humano. Tem noção da minha repulsa?

O barulho que sua mão fez contra a minha bochecha, foi estridente. A força foi tanta, que meu cabelo chegou ao meu rosto. Assim, eu me mantinha paralisada naquela pose.

Mas não demorou, para que eu começasse a rir.

- Você achou que... eu gostava de você?! - o olhei, tendo lágrimas em meus olhos. - Ora, Jack... se enxergue. Nem a sua criança te quis.

Ele avança em meu pescoço.

- CALA ESSA BOCA!

- Você é deplorável, Jack...

Ele me apertou, com tanta força, que eu não consegui mais sorrir, mas ainda assim, olhava em seus olhos, recheados pelo ódio extremo. Aquelas lágrimas rolaram pelas minhas bochechas, caindo em sua mão, firme contra o meu pescoço, me trazendo a dor aos poucos.

E do nada, ele me solta, se afastando. De costas.

Foi inevitável tossir. Um riacho escorria de meus olhos freneticamente, eu apenas conseguia chorar pela dor, pela aflição, pela agonia.

- Você se esqueceu... - pigarreio. - Que eu adoro essa sensação?

Ele continuou de costas.

- Não entendi porque parou.

Jack se mantinha quieto.

- Volta aqui... continua.

Eu me debati.

- Vamos, Jack! Me mata!! Você quase conseguiu, mais um pouco, e você teria mais um presente para o seu amigo.

Ele levou suas mãos aos ouvidos.

- JACK! Você deveria ter o mínimo de responsabilidade, terminar o que começou!!!

Quieto e parado... apenas se ouvia a minha voz no local.

- Me mata!!! Assim eu nunca mais vou precisar ter medo de encontrar essa sua cara!! Nunca mais, nunca mesmo, vou precisar te ver de novo... então, por favor, me mata!!

Assim, ele saiu andando. Sem sequer me olhar.

- Seu covarde!!! INÚTIL!

Jack saiu pela porta, indiferente.

- POR FAVOR, JACK! Me mata...

Mas ele já não parecia me ouvir mais. Em um surto profundo, eu gritei, um grito agudo, me debatendo, sem sucesso algum em conseguir me soltar. Eu queria apenas ir embora, do mundo.

Nunca mais ter que acordar, nunca mais precisar passar por toda aquela agonia de sempre. Ver pessoas distraídas, sem nunca poder fazer nada. Observar as crianças correndo, entrando em lugares isolados, e nunca poder ir atrás.

A agonia, de precisar ficar quieta. E nunca me mostrar, quem eu sempre abominei ser. Odeio saber, que eu preciso descartar as vidas alheias para ter que viver.

É uma necessidade... um vício, um prazer.

Por que eu sou tão maldita...? Uma assassina maldita. Uma sociopata fodida. Eu apenas queria me sentir normal.

Mas eu já não posso, não dá mais. Eu nunca vou conseguir ter essa sensação, mesmo que eu me cuide, eu sempre vou lembrar das coisas que eu fazia, eu sempre vou ser internamente doente, eu nunca, vou poder ser como todos.

Nunca vou conseguir ter a sensação de ser comum, viver como todos ao meu redor. Sem segredos. Mesmo que eu pare, isso nunca mais me abandonar.

Eu apenas posso morrer. Eu deveria morrer.

Ele tem que me matar... eu quero que ele faça isso, o Jack, precisa ser ele a me matar. Só ele.

Só o Jack, pode me fazer feliz.

ஜ۩۞۩ஜ

maybe it's... the best. /_ Laughing JackOnde histórias criam vida. Descubra agora