Capítulo 1

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CAPÍTULO 1

A estrada longa e cheia de árvores passava pelo vidro, não conseguia pronunciar nem uma palavra com ela, estava ignorando sua presença, de todas as medidas que ela podia ter tomado, ela resolveu me enviar para um acampamento ou sei lá qual o nome daquele lugar.

- Não vai mais falar comigo? - ela perguntou me olhando de relance.

Fiquei em silêncio, estava com raiva de toda aquela situação.

- Eu não tive escolha! - ela continuou.

- Eu já ouvi isso antes, lembra? Quando você falou que ia se separar do papai! - olhei para ela.

- A situação é diferente, você pediu isso, o que você achou? Que eu iria relevar como antes? - ela respirou fundo - Eu estou cansada Amber, dessas suas atitudes, até quando você vai tentar me punir pelo que aconteceu com o seu pai? Eu sou sua mãe. 

- Não, você não é! Você largou eu e o meu pai por anos, de repente você volta, querendo que tudo fosse como antes? A grande família feliz? Me poupe, eu quem estou cansada, cansada das suas mentiras, nós duas sabemos o que aconteceu naquele verão. E eu não sei como você conseguiu convencer meu pai de que aqui nessa droga de acampamento eu mudaria. Você me quer longe, porque sabe que na primeira chance que eu tiver, eu vou contar o que aconteceu. - encarei ela, a mesma nem desviou o olhar.

Olhei para frente e vi que já tínhamos chegado, abri a porta e sai do carro o mais rápido que pude. Peguei minhas coisas no banco de trás e segui em linha reta até a entrada do acampamento.

- Eu não sou sua inimiga Amber! Eu só quero te ajudar. - ela segurou meu braço.

- Me ajudar a quê? A te odiar cada dia mais? Por ter feito aquilo com o pai? Comigo? - ri - Você tá longe de me ter como filha.

Puxei meu braço e caminhei ainda mais rápido. Entrei naquela droga de portaria e dei de cara com a cabine.

- Nome? - a mulher alta perguntou sem animo nenhum.

-Amber. - respondi no mesmo tom.

- Idade? Vou precisar dos seus documentos, celular ou qualquer aparelho eletrônico, e coloque sua mala na bancada antes de entrar e passar pelo detector de metal.

- 17! O que isso aqui é? Uma prisão, qual é. - coloquei a mala e revirei os olhos passando pelo detector de metal.

Caminhei um pouquinho mais a frente e ela estava abrindo a minha mala.

- Utiliza algum tipo de remédio?

- Não!

- Está liberada, bem-vinda ao acampamento Sonhos Compridos.

- Tá falando sério? Comprido de comprimento?

-Sim! - ela respondeu.

Eu estou na maior piada já inventada.

Caminhei até a minha cabana, teria que dividir ela com mais duas garotas, eu não me importava, o problema era como ia ser a questão da amizade, já que eu não era muito de fazer amizade rápido.

Abri a porta e vi o quarto, era ajeitado, só tinha três camas e um banheiro, exatamente como eu imaginei. 

Joguei minhas coisas em cima de uma cama e sentei olhando para o nada. Pelo visto as garotas já tinham chegado e já estavam instaladas.

Okay, sem celular, sem bebida alcoólica nenhuma, sem remédios ou maconha, ou qualquer coisa idiota para me fazer esquecer que estava aqui. Deveria chamar, Bem-vinda ao inferno.

A porta abriu e uma garota ruiva entrou, ela me olhou meio estranha, pegou alguma coisa na cama dela e saiu.

- Nossa que simpática! - murmurei para mim mesma.

- Você deve ser Amber! - uma outra garota ruiva entrou sorrindo, caminhou ate mim e me cumprimentou - Aquela idiota é a minha irmã, me chamo Jéssica, mas me chama de Jessy, e aquela é a Sofia.

Sorri de volta e levantei.

- E então o que tem pra fazer nesse acampamento idiota? - ela sorriu e me puxou pelo braço.

- Vem comigo, ja vi que vamos ser melhores amigas! - ela falou toda empolgada.

Gostei dela.

A gente saiu e foi caminhando até uma outra cabana ainda maior, tinha várias pessoas sentadas, em mesas diferentes, refeitório, logo percebi, corri os olhos em volta e parei em um garoto de jaqueta preta cabelo penteado, calça jeans e uma blusa Branca, ele me olhou e sorriu, retribui o sorriso. Ficamos nos encarando por algum tempo até Jessy me chamar a atenção.

- Ben! Um gato né! Minha irmã está tentando ficar com ele, mas parece que ele é seletivo demais para ficar com ela. - olhei pra ela. - Você vai tentar?

- Quem sabe! - Olhei de volta para o tal Ben, que ainda me encarava.

Estou começando a achar que esse acampamento não vai ser tão ruim quanto eu imaginei, esse Ben me parece, interessante, eu vou descobrir mais!

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Obrigada pela leitura, os capítulos serão postados todas as quartas-feiras, depois me digam o melhor horário para postar! Qualquer duvida, ou qualquer crítica, sou super ouvidos! Até o próximo capítulo e deixe sua estrelinha e comentário, irei responder cada um♡

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