Capítulo 50 - FIM

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Leonard arregalou os olhos e correu em minha direção, mas nesse momento eu caí no chão, ele me pegou em seus braços, olhou para mim, em seguida para frente e depois para mim de novo, eu podia ver seus lábios mexerem, ele estava falando comigo, mas eu não ouvia nada, engoli com dificuldade, eu podia sentir minha respiração ficar pesada e meu olhos quererem fechar, meu corpo todo pareceu desligar e então eu cedi, fechei meus olhos devagar.

Depois disso me lembro de abrir os olhos de relance, eu estava em um carro, deitada no banco de trás, Leonard dirigia, ou melhor corria, eu ainda estava fraca, fechei meus olhos novamente.

[...]

Não sei quanto tempo se passou, mas eu acordei em um quarto de hospital, olhei em volta, mas eu estava sozinha, apertei aquele botão em que chamamos algum enfermeiro, tempo depois uma enfermeira apareceu.

- Você acordou! - ela ressaltou.

Eu estava meio confusa, na verdade, muito confusa, eu só me lembro de acordar de relance no carro em movimento, e antes disso de ter levado um tiro.

- Onde eu estou? O que aconteceu? - falei um pouco ansiosa.

- Já ligamos para o seu contato de e emergência, ele está a caminho! - ela falou isso e saiu da sala com a prancheta na mão.

Meu contato de emergência com toda certeza seria meu pai, e nesse momento eu queria muito ver ele, poder abraçar ele.

Eu dormi mais um pouco enquanto esperava meu pai chegar, eu estava muito cansada provavelmente por conta da quantidade de remédios que eu estava tomando e recebendo na veia.

- Amber? - alguém me chamou, eu abri os olhos e lá estava Leonard me olhando.

LEONARD NARRANDO

Com o telefonema eu sai correndo do cemitério, eu tinha que chegar até o hospital, o mais rápido possível.

Quando cheguei no quarto em que ela residia, eu respirei aliviado ao ver que ela estava acordada, ela finalmente havia acordado, minhas esperanças estavam baixas com o discurso que o médico havia feito a alguns dias quando eu a trouxe para cá, mas ela finalmente acordou.

- Amber? - disse baixo e cheguei bem perto dela.

- O que está acontecendo? - ela perguntou parecendo confusa.

Amber tentou se sentar mas foi uma tentativa falha, o tiro havia acertado bem próximo a barriga, se tivesse sido um pouquinho ou meio milímetro mais pra cima, a bala teria rompido os órgãos abdominais, se isso tivesse acontecido, o enterro de hoje seria verdadeiro, e não de faixada.

- Primeiro preciso te mostrar um papel, ok? - peguei no meu bolso e entreguei para ela.

No papel estava algumas informações, como um nome, Anne, esse era o nome.

- Como assim? - perguntou Amber olhando para o papel.

Me aproximei mais um pouco e então comecei explicar para ela.

- Você esta no programa de proteção para testemunhas. Seu nome agora é Anne Fallon, você mora na cidade de Sedona, no Arizona, tem 18 anos... Nos criamos essa identidade para você, porque Sofia conseguiu escapar, e para que você não corra nenhum risco, nos fizemos algumas coisa, preciso que me ouça com calma... - ela acenou que sim com a cabeça - Tivemos que forjar sua morte, encontramos um corpo em uma cabana fora da cidade, a cabana estava no sobrenome da família de Jéssica e Sofia, o corpo era de uma das vítimas anteriores, ela foi ferida diversas vezes na cabeça então não teria como fazer o reconhecimento do corpo, nos fingimos ter coletado amostras de DNA, por isso seu cabelo esta cortado. - nessa hora ela passou as mãos no cabelo, mantinha a mesma expressão de confusão em seu rosto - Precisávamos para entregar o exame ao seu pai, com o atestado de óbito pronto, eles fizeram um velório para você. - fiz uma pausa - Ninguém pode saber que você esta viva, isso colocaria sua vida e a do seus familiares em perigo, eu não queria que fosse assim, eu sei que foi falha minha, se eu tivesse chegado um pouco mais cedo você estaria com a sua família e amigos vivendo uma vida normal, mas ao invés disso, você vai ter que mudar de cidade e fingir ser uma pessoa diferente, até que a gente pegue Sofia.  - respirei fundo.

- Ainda estou um pouco tonta, acho que são os remédios, você provavelmente terá que me explicar isso tudo de novo, e com mais clareza. Mas eu so quero te dizer que eu faço o que precisar para proteger as pessoas que eu amo, e que você não destruiu a minha vida, você me salvou, eu poderia estar morta agora, se você não tivesse chegado a tempo. Obrigada! - ela sorriu fraco, parecia muito cansada e meio dopada - Quanto tempo eu dormi?

- Três dias, consideramos isso um coma na verdade. O tiro foi certeiro, precisaram fazer uma cirurgia de emergência para tirar a bala sem que cortasse nenhum órgão ou vaso sanguíneo. O médico disse que eram poucas as esperanças de você acordar "cedo" que poderia demorar semanas ou meses.

- Esta todo mundo bem? Eu ... prestei atenção na parte do enterro, eu estaria mais chocada, se não estivesse tão medicada nesse momento. - ela sorriu de novo.

- Sim, e o Scott me odeia, ele me culpa pela sua "morte"... seu pai não sabe de nada, para ele foi um caso isolado e acidental, porém ele também me odeia, Moni não falou comigo. Eu sei que as coisas fugiram do plano inicial, mas agora é a única coisa que podemos fazer para te manter segura. Eu tinha pedido para que um agente levasse você para Sedona, mas no momento eu prefiro que eu mesmo leve você, eu não vou me separar de você nem por um minuto quero que você esteja segura.

- Eu não sei se era essa a expressão que você esperava que eu tivesse sobre tudo que está acontecendo, mas depois de tudo o que Sofia fez e de saber que eu poderia ter morrido, eu entendo que é a melhor forma para me manter segura e também a minha família. Eu não quero passar por nada daquilo de novo. Eu faço o que for preciso. - ela falou seria - não quero que você se culpe pelo o que aconteceu as pessoas não vão entender e na verdade eu acho que seria melhor que elas não tivessem essa distância com você, assim você vai conseguir trabalhar melhor. A não ser que você vá morar em Sedona comigo, podemos inventar que você foi demitido ou suspenso algo assim por não ter conseguido pegar Sofia, e assim você vai comigo eu não quero ficar mais nenhum momento sozinha. - ela parecia preocupada.

AMBER NARRANDO.

Nunca parei para pensar como seria minha vida após minha morte, sabe? Existem pessoas que acreditam em vida após a morte ou coisas assim, não que eu não acredite, mas meu caso é diferente, não se trata de uma morte real, mas uma fictícia.

Com alguns dias eu tive alta do hospital, e nesse mesmo dia eu e o Leonard viajamos para Sedona, nós fomos em um jatinho particular que o FBI disponibilizou, eu sei que pode parecer um pouco de egoísmo ou loucura pensar que aquilo era legal, Mas querendo ou não eu tinha que pensar positivo, ficar tanto tempo longe do meu pai de Moni e também do Scott não seria algo fácil, então eu teria que tentar fazer tudo parecer menos traumatizante.

Dentro do jatinho Leonard me entregou o meu antigo celular, a última mensagem que estava nele era:

EU VOU TER VOCÊ!

Ela estava na minha caixa de mensagens no dia em que Sofia me sequestrou. Em pensar que tudo aquilo era uma coisa da cabeça de Jessy me fez sentir um calafrio.

- Amber não se preocupe elas não sabem que você está viva! Essa mensagem é de antes de encontrarmos provas na casa de Jessy. - ele disse sorrindo fraco.

- Ok! - eu disse e entreguei o celular de volta - Eu não quero nada disso a partir de agora você é uma nova pessoa não quero que me chame de Amber mas agora o meu nome é Anne!

Olhei pela janela do jatinho observando o céu czul era lindo, mas havia uma frase que não saía da minha cabeça.

Custe o que custar eu vou encontrar você Sofia e vou fazer você pagar por tudo que fez...custe o que custar!

FIM!

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Link do segundo livro:

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Eu vou ter você!Onde histórias criam vida. Descubra agora