Jessy me mandou algumas mensagens. Não é que eu estivesse a evitando, eu so não queria ter que explicar o que estava acontecendo, então eu respondi o básico assim como fiz para Monica, e me mantive longe do celular. Estava bem tensa no final de semana, eu queria que Monica voltasse, pelo menos para me fazer companhia.
Alguem bateu na porta e logo abriu. Era Susan, ela ouviu minhas preces.
- Como esta Amber? - ela disse sorrindo.
- Bem! - sorri de volta - O que faz aqui?
- Seus pais vão ir em outra cidade pra resolver algumas coisas do casamento, então para mim ficou a função baba. - ela riu - Faz quando tempo que não sai desse quarto? - ela olhou em volta.
- Desde quarta. - fui sincera.
- Ja é sabado Amber, você precisa levantar dessa cama, isso não faz bem. - ela me olhou preocupada - Tem faltado a escola também?
- Sim!
Podia ver que estava ficando irritada.
- Mas não se preocupa semana que vem eu vou voltar a ir, eu prometo.
Cruzei os dedos por debaixo da coberta.
- Vamos, levanta eu tenho que te levar para fazer uma coisa. - ela sorriu largamente - Anda!
Me levantei um pouco tonta, tomei um banho e me arrumei, saimos de casa e entramos no carro dela. Confesso que sentia medo de sair de casa, mesmo acompanhada, por isso fiquei no meu quarto, era como sentir que as pessoas me observavam, e no meio delas estava o chantagista, que se habilitou a mandar mensagem todos dias, dizendo que estava por perto, e eu sabia que era verdade, meu coração começou a acelerar, eu podia sentir, era horrivel a sensação, era como se alguem estivesse apertando meu peito, e prendendo meu nariz, eu não conseguia respirar, era óbvio, abaixei a cabeça e a encostei no porta luvas.
- Amber? - a voz de Susan equalizava na minha cabeça.
Ela dizia algo mas era impossível ouvir, ou melhor, assimilar o que ela estava falando. Meu olhos começaram a fechar eu podia sentir frio, e nada mais, era como se estivesse congelando, era horrivel a sensação, ouvi algumas vezes Susan gritar, mas eu não conseguia formar palavras, e então meus olhos se fecharam por completo e eu senti meu corpo ficar leve.
[...]
Pisquei algumas vezes, a claridade me incomodava, olhei em volta, eu sabia que estava no hospital, era visível. Respirei fundo, era bom respirar de novo. Ouvia vozes, era Susan e mais alguem.
- Amber? - Susan se aproximou ao lado de um médico.
- Oi?! - respondi.
Ela me abraçou.
- O que aconteceu? - perguntei confusa.
- Você teve um crise respiratória. - o médico respondeu de imediato.
- Como assim?
- Você estava estressada de mais, a ponto de gerar uma crise de asma. - ele pausou e olhou uns papeis em sua mão - O que me intrigou foi o fato de você não ter asma!
- Se eu não tenho asma como eu tivesse isso? - perguntei ainda mais confusa.
- Vamos descobrir, você vai ter que ficar mais um tempo aqui, para mais alguns exames.
Respirei fundo, eu odeio hospitais, para mim é um imã de lembranças ruins e sentimentos piores ainda.
Flash back
Eu corria pelo corredor, tinha apenas 5 anos, Marie corria atrás, eu era uma criança bem agitada e eu sabia, nem sempre meus pais davam conta.
-Amber volta aqui agora! - Marie gritou.
Eu odiava quando ela gritava, eu sentia vontade de chorar. Parei de correr no exato momento em que ela gritou.
-Vamos conversar! - ela me pegou no colo - O que você viu?
-Mamãe estava beijando moço no quartinho, sem roupas! - soltei uma risada.
-Não querida! Mamãe veio fazer exame, mamãe esta doentinha! - ela sorriu.
- Mas eu ... - ela me olhou seria.
- Repita Amber.
- Mamãe foi fazer exame! - falei seria.
Flash back
Eu era so uma criança, e eu não sabia o peso de uma mentira, não naquela época.
Talvez seja isso! Eu tenho que contar das traições, talvez seja isso que a pessoa queira. Isso não seria de tudo ruim.
Meu celular vibrou.
Como esta minha garota preferida? Como se sente? Espero que o hospital seja um lugar seguro a noite, ouvi dizer que é um lugar cheio de pessoas doentes! Talvez eu deva visitar você.
E de novo meu coração parou.
Eu sei o que você quer, eu vou contar sobre as traições, mas por favor, pare.
Não estava me referindo a isso querida. Mas acho melhor se apressar a por a verdade a tona, ou seu querido papai, vai sofrer com isso!
Logo abaixo da mensagem continha um anexo, era um documento, eu abri, era uma planilha, havia muitas coisas as quais eu não compreendi, mas eu sabia a o que se referia, e eu não podia acreditar, meu pai disse que estavamos seguros, que isso não voltaria para nos prejudicar.
Eu não posso acreditar.
O que você quer de mim?
Pensei por um momento, talvez fosse dinheiro, talvez fosse algo mais. Eu so precisava saber.
Quero que seja alguém melhor minha querida. Alguem melhor!
Como assim? O que queria dizer? Eu estava caminhando bem para ser alguém melhor, por que isso? O que eu fiz?
Fechei meu olhos, eu sentia um peso em cima de mim, e era mais de uma tonelada, eu não tinha como levantar, não tinha como fugir, eu estava fardada a seguir cegamente ou perder tudo que tinha.
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Eu vou ter você!
Misteri / ThrillerAmber uma típica adolescente rebelde, há quem a conheça como garota encrenca, ja que esta sempre envolvida em algum problema, ela acaba sendo mandada para um acampamento no verão, também conhecido por reabilitar jovens problemáticos. Quando ela volt...