Capítulo 18

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Eu sabia, assim que cheguei em casa e me acalmei, que havia dito palavras completamente estupidas para Scott, mas eu estava surtando, mesmo que isso não justificasse, eu estava péssima, eu estava cansada fisicamente e mentalmente, eu estava começando a achar que talvez estivesse louca, de tanto pesquisar casos de chantagem na internet, de pesquisar maneiras de sair disso.

Eu não devia ter falado da família dele, eu ja ouvirá as histórias e sabia que algumas delas era verdadeiras mas ainda sim eu não tinha o direito de falar aquilo.

A família Berry era complicada, todos eram vistos como loucos, e muitos membros da família eram assassinos de aluguel, os melhores da região, Scott se mudou da casa deles, e veio morar aqui, na época disseram que ele tinha serviços aqui, mas a verdade era que ele estava tentando ter uma vida. O irmão, pai e tios do Scott, trabalhavam com isso, saiam todos os dias, dormiam com mulheres, e soube de casos em que algumas era violentadas por eles, quando Scott veio para a cidade todos o viam como um espelho dos Berry, mas aos poucos, ele desapareceu da boca do povo, pois não se mostrava visível, sempre pelos cantos, e sempre trabalhando, as vezes ate de mais para ir a escola, as pessoas aos poucos esqueceram de onde ele havia vindo, e com isso ele mudou o sobrenome, agora se chama Scott Hale, ele tirou o sobrenome do pai, e deixou apenas o da mãe. As pessoas pararam de olhar ele estranho quando lembraram de onde vinha Hale, e as histórias sobre a mãe dele e a causa da morte, foram sumindo também, Sophia Hale era daqui, porem teve Scott em Montana, bem longe de tudo aquilo que o pai dele era, mas depois que sua mãe morreu, ele voltou a morar com o pai na cidade de Port, a vinda dele pra cá ninguem nunca soube como foi, mas hoje em dia nem se fala.

Eu estava me sentindo pessima pelo que havia dito e pela cara que Scott fez, ele nunca vai me perdoar.

O casamento ja estava se aproximando, faltava apenas uma semana, e eu podia ver a agitação do meu pai e de Marie, não seria algo grande, e sim uma cerimônia pequena apenas para oficializar, eu achei que Marie fosse fazer um enorme festa, quem sabe ela arrumasse outro rico para incomodar. Mas seriam apenas amigos próximos e família. As coisas estavam cada vez mais estranhas em casa, e Marie parecia me observar de uma forma preocupada. Não entendi o porque, então apenas ignorava ela.

Falei no telefone com Jessy a alguns minutos, e ela disse que estava com saudade, sugeri que viesse no casamento, e que seria bom ter mais uma pessoa de confiança além de Moni para me ajudar com aquilo, ela pareceu distante, dizendo que não poderia vir porque tinhas coisas para resolver no mesmo dia. Aceitei mesmo ficando um pouco desapontada, ja que Jessy tem sido a única pessoa que converso além de Moni.

A campainha tocou e eu como estava na sala resolvi abrir a porta.

- Ben? - olhei confusa - O que você esta fazendo aqui?

- Vim ver se esta bem! Desde o que aconteceu com o braço que não nos falamos.

Eu não conseguia ver sinceridade nele, era como se estivesse aqui por outro motivo, um sinal de alerta piscou na minha cabeça.

E se fosse Ben? Ele se mudou para a cidade, e logo em seguida começaram as ameaças, ele agia estranho no acampamento Jessy estava de prova, e se ele estivesse aqui apenas para reconhecer território para voltar a noite? No dia que Jessy estava comigo no meu quarto eu jurava que a pessoa ao lado de fora da minha janela era ele. Algo me dizia que era ele, so poderia ser.

- Que foi? - ele semi serrou os olhos - Esta me olhando estranho.

E se fosse um jogo?

- Ah... eu estava lembrando do acampamento, não nos falamos depois. E eu nunca te disse o quanto foi coincidência você ter que vir logo para a minha cidade, não me lembro de ter mencionado muitas vezes sobre aqui, mas me lembro de dizer que morava aqui, você realmente não se lembrou quando veio para ca? - sorri amarelo.

Ele me olhou estranho e sorriu de volta.

- O que você esta insinuando Amber? - sua mão rapidamente tocava meu braço.

Ele tinha um sorriso estranho no rosto.

- Nada! Eu so acho muito engraçado o que aconteceu. - puxei meu braço cruzando ele. - Engraçado eu me lembro de te-lo visto outro dia, se não me engano em baixo da minha janela, você tem andado muito por aqui Ben? - juntei todas as minhas forças para parecer o mais forte preciso.

- Não Amber, não costumo andar a noite, acho perigoso, não acha? - aquilo soou mais como uma ameaça.

- Preciso ir, tenho algumas coisas para resolver, nos falamos depois. - meu coração começou a acelerar.

Fui fechando a porta mas ele segurou com a mão e me olhou nos olhos.

Eu pensei.

Seja o que Deus quiser.

Eu vou ter você!Onde histórias criam vida. Descubra agora