Capítulo 3

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CAPÍTULO 3

Apertei a campainha e Mônica logo atendeu me dando um grande abraço.

- Eu morri de saudades, vamos entrar. - ela me puxou para dentro de casa - Quem diria passar 3 meses em um acampamento de reabilitação.

- Não era reabilitação! Se fosse ia ser mais interessante, e aí como o Jackson tá? - perguntei.

- Como sempre! - ela se jogou no sofá - Como foi as férias?

- Por que tá mudando de assunto? - perguntei sentando ao lado dela.

- Tá eu vou falar a verdade, ele a Loren começaram a sair, aquela vadia sempre quer o que é seu. - ela me olhou meio preocupada.

- Que foi? Eu já imaginava, o Jackson é um trapo, convenhamos, eu só ficava com ele porque ele era interessante.

- Tudo pra você tem que ser interessante? - ela sorriu.

- Sim, senão que graça tem? - levantei pegando uma lata de cerveja - E aí? Qual o novo lugar do momento, aonde vamos?

- Eu não acho uma boa ideia! Você se ferrou da última vez que saímos! - ela pegou a lata da minha mão.

- Da última vez Jackson queria roubar o mercado de bebidas ao invés de comprar, eu não sabia que ele tinha colocado as coisas na minha mochila, eu fui pagar normalmente com a mochila no carrinho, ate o segurança idiota querer ver ela. Eu não sabia, você sabe que eu não roubo, a gente bebe, fuma, mas não roubamos. Não somos idiotas! - peguei a lata de volta.

- Abriram uma nova boate, chama Hens está ficando bem movimentada esses dias! - Mônica deitou novamente.

- E o que a gente tá esperando?

Sorrimos juntas e fomos para o quarto, peguei um vestido preto tubinho e a Moni escolheu um rosa que ela amava. Nos arrumamos para matar e saímos no carro dela.

- Não vamos beber! Amanhã tem aula e esse ano eu vou melhorar minhas notas, ano que vem é faculdade! 

- Faculdade! - gritei pelo vidro do carro - É ano que vem é faculdade.

Eu sabia exatamente o que eu queria fazer na faculdade, arquitetura, podia ser uma "descontrolada" mas eu sempre mantive minhas notas boas, eu sabia que era a única forma de sair dessa cidade logo, ir para longe, viver uma vida diferente da que eu tinha.

Chegamos na boate, e as luzes piscavam freneticamente, a música já era ouvida desde que estacionamos o carro.

Entramos com toda facilidade, o segurança já conhecia Moni, ela já havia ido a praticamente todas as boates de toda a região. A música estava alta, todos dançavam, ou beijavam, estava divertido, hoje eu optei por não beber e também, então já fomos logo para a pista dançar.

Já estava ali a algumas horas até que fiquei com sede e fui para o bar.

- Me dá uma água bem gelada! - falei esperando alguém me ouvir.

Um cara alto, musculoso, cabelo preto, dos olhos azuis e dentes perfeitos levantou e me olhou estranho. Pegou uma água e colocou no balcão. Entreguei o dinheiro e me sentei no banco.

Ele era muito bonito, mas por algum motivo não foi com a minha cara.

- Quer mais alguma coisa? - perguntou meio grosso.

- Com essa educação eu quero que você seja demitido. - respondi no mesmo tom.

- Olha se não é a garotinha mimada que fica encarando os outros e ainda espera ser tratada como princesa estando em uma boate! Pede logo ou vasa! - ele voltou a limpar o balcão.

- Quer saber! Vai se ferrar! Idiota.

Levantei e sai andando, meu clima tinha acabado, aquele imbecil conseguiu me deixar nervosa. Moni estava se divertindo, não quis incomodar deixei ela e sai da boate, peguei o primeiro táxi que passou e fui direto para casa, entrei sem sapatos, e tentando fazer menos barulho possível, estava no início da escada quando a luz da sala acendeu.

- Você me deixou preocupada! Onde estava? Você sabe que horas são? - Marie chegou mais perto - Você estava bebendo! - ela me cheirou.

- Não! Eu saí com a Moni, a gente foi uma festa tá legal? Eu não bebi, pega o bafômetro que você comprou, pode testar, eu bebi só água! A quer saber eu não vou discutir com você! - voltei a subir as escadas.

- Não fui eu! 

- Não foi você o que? - perguntei me virando.

- Que tentou mandar você para o acampamento, foi seu pai! Eu disse que resolveria, e que você iria voltar com mais raiva, eu tentei fazer ele mudar de ideia, mas não consegui! - ela me olhou - Você pode não me culpar, pelo menos por isso?

Eu não respondi, apenas subi as escadas entrei no meu quarto, e me joguei na cama, eu sabia que o que ela tinha falado era mentira.

- Amanhã vai ser um longo dia.

Eu vou ter você!Onde histórias criam vida. Descubra agora