Capítulo 2

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CAPÍTULO 2

Estávamos no carro indo de volta para casa. Susan ficou a viagem toda calada, achei que fosse dizer algo sobre meu pai, ou a minha mãe, ou como estavam felizes enquanto eu não estava, em três meses muita coisa deve ter acontecido por lá. E eu não vejo a hora de chegar em casa e contar tudo para Mônica, sobre o acampamento e sobre o Ben, que se tornou cada vez mais próximo, até que um dia ele ficou furioso porque eu conversei com outro garoto, ele fez outras coisas também a maioria estranha, então eu resolvi "terminar" tudo entre a gente, nós dois sabíamos que não ia dar certo, a distância e tudo, então eu dei essa desculpa, um dia antes de vir embora. 

Abri minha bolsa para pegar meu celular, e por incrível que pareça ele não estava lá, eu tinha o pegador um dia antes de sair também, eles liberaram para você combinar com a pessoa que iria te buscar.

- Que foi? - Susan percebeu que eu estava aflita.

- Meu celular, eu tinha pegado nele ontem, mas não está aqui na bolsa! - respirei fundo.

- Chegamos! - ela anunciou - Liga pra lá, talvez você tenha deixado em algum lugar! - ela me estendeu o celular dela.

Liguei para o acampamento, e não é que eu tinha esquecido em cima da cama. Engraçado eu tinha me lembrado de ter posto ele na bolsa, hoje de manhã.

Peguei minhas coisas com a ajuda de Susan e nós entramos em casa.

- Como está sua irmã? - perguntei me referindo a minha mãe, Marie.

- Você vai continuar tratando ela como uma desconhecida? Já se passaram um ano Amber! Tá na hora de perdoar ela, assim como eu perdoei.

- É claro que perdoou, não foi com você! - revirei os olhos.

Susan não disse mais nada, apenas me ajudou a carregar tudo até meu quarto. Estava exatamente como eu havia deixado, me joguei na cama, ah como eu tinha sentido falta da cama. Do banheiro, de tudo, meu, só meu. 

- Sua mãe vai chegar logo do mercado. - Susan disse colocando a última mala perto da cama.

- E? - perguntei sem entender o motivo da afirmação.

- Por favor, trate de se comportar, ou ela vai te mandar pra lá de novo. - ela sorriu debochando da minha cara de susto.

Por mais que eu estivesse com raiva dela, eu resolvi não ser mais tão rude, nem pensar eu queria em voltar para aquele acampamento, ainda mais depois de tudo o que aconteceu por lá, eu queria deixar tudo para trás.

[...]

Tomei um banho e desci as escadas, lá estava ela na cozinha, fazendo alguma coisa de comer que eu não sabia exatamente pelo cheiro. Ela percebeu que eu estava ali e se virou sorrindo.

- Estou fazendo panquecas! Suas preferidas. Fui ao mercado buscar os ingredientes para fazer! Eu sei que você gosta. - parecia animada.

- Quando eu tinha uns cinco anos? Antes das suas aventuras? - perguntei indo direto na geladeira.

Ela respirou fundo e bufou.

Droga! Não posso ser rude, ou ela convenceu meu pai a fazer outra idiotice.

- Tem calda? - perguntei quase morrendo por dentro.

Eu não estava sendo ruim com ela, o que ela fez foi pior, largou eu e meu pai quando eu tinha so seis anos, e saiu por ai com algum doido que ela conheceu, e ainda por cima levou todo o nosso dinheiro, meu pai passou um perrengue para conseguir chegar aonde estamos, e então a um ano, ela voltou com a maior cara suja, para dizer que estava arrependida e que ainda amava meu pai, ele idiota como sempre aceitou ela, colocou ela de novo em nossas vidas, ela insistia em dizer que era nova e insensata, mas eu sabia que tinha outro homem, ela trazia ele para cá, dizia que era um amigo do trabalho, e me fez varias vezes prometer que não contaria para o meu pai. E ainda assim teve a cara de pau de voltar, e querer recomeçar as coisas, mas não é assim que funciona, ela não pode desaparecer por 11 anos com algum cara por aí, e quando ele se cansar dela, ela volta para a família perfeitinha que ela havia abandonado.

Ela sorriu e me deu um prato de panquecas e a calda. Comi em silêncio e sai de fininho. Fui a pé mesmo, não fazia ideia de onde estava a chave do carro. Um carro todo preto passou por mim e reduziu a velocidade, não consegui enxergar dentro dele, o vidro era escuro demais. Ignorei e continuei meu caminho ate a casa da Monica.

Escureceu e nem percebi que estava quase chegando quando de novo o mesmo carro passou por mim.

Deve ser coincidência, já faz um tempo e ele passou no sentido oposto a pessoa deve ter ido resolver alguma coisa e voltou pelo mesmo caminho.

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Obrigada pela leitura!
Os capítulos serão postados todas as quartas-feiras.
Espero que tenha gostado vejo você no próximo capítulo, não esqueça da estrelinha e do comentário!♡
Beijoss

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