Aquela mensagem tornou tudo ainda pior. Como tinha meu número?
Eu cogitei ligar para a polícia, avisar, mas o que poderiam fazer? Eu tinha medo de olhar pela janela, medo de ainda estar la, me esperando na chuva, não sei o que essa pessoa queria mas eu ainda sim sabia que se me alarmasse as coisas podiam piorar. De relance meu pensamento foi direto para os dias que voltará sozinha da escola, e se eu tivesse vindo sozinha? O que poderia ter acontecido? Meu coração disparou.
Ouvi passos, segurei o choro para fazer o menor barulho possivel, eu não queria ser encontrada, não podia ser encontrada, não tinha nada para me defender, olhei a luz por de baixo da porta e pude ver a sombra, havia alguem ali, em frente a porta, parecia estar tomando atitude para abri-la, pensei em correr para o banheiro, mas era perto de mais da porta, me mantive imóvel, ouvi barulho de carro, engatinhei ate a janela
Graças a Deus, era meu pai!
Olhei para porta e a sombra havia sumido, não me levantei, me mantive imóvel, eu ainda estava com medo, ouvi passos novamente, tentou abrir a porta, mas não conseguiu.
- Amber! - ouvi a voz dele e so assim levantei para abrir a porta.
- O que aconteceu? Por que a porta da sala estava aberta? Por que esta chorando? - perguntou.
- Alguem... alguem entrou aqui... eu ... estava na sala... corri para ca... eu não... - tentei montar a frase sem gaguejar mas era impossível.
Ele apenas me abraçou.
- Calma! Esta tudo bem, eu estou aqui!
[...]
Aquela foi a primeira vez em que não dormi, tinha medo de dormir e a pessoa voltar, meu pai trocou todas os segredos das portas, colocou trancas nas janelas, e acrescentou mais câmeras. Eu não sabia se estava ficando louca, mas ainda tinha medo, era uma casa grande, grande de mais para ficar sozinha.
O sol nasceu e eu ainda estava parada em frente a janela, a porta se abriu e la estava Betty.
- Esta tudo bem? - ela perguntou preocupada - Se não quiser ir a escola eu ligo para avisar.
Nem pensei nessa hipótese, eu não queria passar mais tempo em casa, tudo me lembrava a noite anterior, e se eu por um descuido deixasse algo aberto?
- Estou bem! Não precisa se preocupar.
Abracei ela e entrei para o banheiro. Me arrumei para a escola, coloquei casaco desta vez e sai de casa, a brisa gelada bateu de imediato em meu rosto, Scott me esperava na calçada, encostado na moto, me encarou por um longo tempo e sorriu. Tentei sorrir do meu jeito mais sincero, mas ainda estava abalada.
- Nossa! - ele me fitou serio - Você não dormiu ontem a noite?
- Não! - peguei o capacete e coloquei na cabeça.
- O que aconteceu? Estava muito ansiosa por hoje? - sorriu malicioso.
- Apenas dirija.
Ele concordou, subiu na moto e eu fiz o mesmo, coloquei as mãos no metal gelado atrás para segurar e ele em um movimento rápido as soltou de la colocando em sua cintura, eu não hesitei, ele estava quente.
Quando estavamos chegando na escola ele passou direto, eu não entendi mas respirei fundo e não disse nada.
Ele parou a moto um tempo depois em uns prediosinhos, desci da moto e ele fez o mesmo.
Não disse nada, apenas caminhou ate a entrada, e eu o segui. Subimos a escada e ele abriu a porta de um apartamento, colocou o capacete no chão e tirou a blusa, era arrumado para um lugar pequeno, era perfeito. Fiz o mesmo que ele, fiquei observando as fotos em familia que tinham logo na entrada na mesa onde estava a tv.
- Aqui que você mora? - perguntei por fim.
- Sim! Desde os 16 anos na verdade, foi quando me mudei para ca. - ele me entregou um copo com café quente.
Peguei e dei um gole.
- Por que me trouxe aqui? - perguntei encarando ele sentar no sofá.
- Esta na cara que você não esta bem Amber, eu não ia te levar para escola e ficar com peso na consciência caso passasse mal ou algo do tipo! - ele fez sinal para que eu sentasse ao lado dele, assim fiz - O que aconteceu?
- Você ja soube ne? - perguntei e tomei outro gole.
- Eu trabalho para o seu pai, as vezes. E bom, ele comentou algo na empresa, então eu fiquei sabendo. A secretaria dele contou para todo mundo do predio, inclusive para mim, hoje de manhã, por mensagem o que não foi muito legal.- ele sorriu.
Respirei fundo.
- Tem algo errado, eu estava com medo de ligar para a polícia ou algo do tipo. - fechei os olhos.
- Tudo bem! Não precisa falar nada se não quiser, trouxe você para ca, porque sabia que na escola te encheriam de perguntas, e acho que não esta bem para responder! - deixou o copo na mesinha de centro e me olhou serio.
- Somente por esse motivo? Nos dois sabemos o que acontece aqui! E eu não quero fazer parte disso! - coloquei o copo na mesinha também, e o olhei seria.
- Não! Não trago garotas aqui!
De certa forma me surpreendeu, ele parecia sincero, então por que diabos ele estava sendo assim comigo?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Eu vou ter você!
Mistério / SuspenseAmber uma típica adolescente rebelde, há quem a conheça como garota encrenca, ja que esta sempre envolvida em algum problema, ela acaba sendo mandada para um acampamento no verão, também conhecido por reabilitar jovens problemáticos. Quando ela volt...