Capítulo 21

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- O que é impressionante? - perguntei.

- Você, o jeito que lida com as coisas que não dão certo para você, sempre foi assim? - ele sorriu.

- Talvez, quem sabe, eu estou te pedindo desculpa, eu sei que tem parentesco com aquelas pessoas, mas você é diferente deles, e faz coisas diferentes, e eu não levei em conta, como você se sentiria, so como eu estava me sentindo. - fechei os olhos.

- Mas é normal para você, pensar so no que sente, ou em o que beneficia você. - agora eu estava ficando irritada.

- Eu ja disse que a melhor opção agora é não discutir.

- Mas eu quero. - ele riu e chegou perto - Eu posso ter o que eu quero?

- O que você quer? Discutir? Falar o quanto sou mimada e egoísta? - respirei fundo quando ele se aproximou mais - Scott! Não faz isso por vingança. - agora o corpo dele estava colado no meu, e eu colada na bancada.

- Não é vingança.

- Então o que é?

Perguntei abaixando a cabeça.

Ele não respondeu, apenas colocou as mãos em minha cintura. Uma corrente elétrica passou por mim nesse momento.

- Nunca disse que não queria você! - ele falou aproximando o rosto.

- Mas...

Ele me interrompeu quando me levantou, colocando-me sentada na bancada, e me beijando logo em seguida.

Eu interrompi o beijo, era tentador continuar, tentador estar com ele, mas eu sabia que não significaria nada para ele.

- Eu so preciso de ajuda, e não de mais complicações. - falei mais baixo do que queria.

Ele não disse nada, apenas se afastou e sentou no sofá.

- E sou útil como?

- Eu ja disse preciso rastrear a pessoa que esta me ameaçando, perseguindo, eu sei que insunuei coisas sobre sua família, mas eu também sei que você sabe o que fazer, e como fazer, o tempo que passou com eles pode ter te ensinado algo, e eu so quero manter minha família bem! - eu falei tudo de uma vez, perdendo ate mesmo o fôlego.

Abaixei a cabeça, meu olhos lacrimejaram so de pensar que meu pai pode ir para a cadeia se eu tiver algum descuido.

- Tudo isso é culpa minha, eu não sei quem ou por que essa pessoa quer me atingir, mas é tudo culpa minha, eu eu fiz algo, chamei alguma atenção eu não sei, e isso pode destruir tudo que meu pai construiu, e sera culpa minha Scott... - respirei fundo.

- Não vejo como isso pode ser culpa sua! A não ser que tenha se metido com pessoas barra pesada, ou feito algo muito ruim a alguém. - ele me fitou serio.

- Você esta insinuando que eu fiz mal a alguem? É isso mesmo?

Por um momento eu fiquei irritada, mas eu merecia essa desconfiança, fui extremamente idiota quando insinuei coisas sobre ele, porque ele não insinuaria sobre mim?

- Não exatamente! Eu...

- Esquece, não precisa reformular a frase, eu entendo, você pode ter desconfianças, eu tive sobre você, então não esta errado em pensar mal de meu caráter. - sai de perto dele e me sentei no sofá.

Dali em diante ficamos um tempo bem longo sem trocar uma palavra, eu não quis quebrar o gelo, eu estava focada nas coisas que Scott impria, ele conseguiu recuperar as mensagem do meu celular pela nuvem, e imprimiu tudo para que eu pudesse analisar e ver se tinha alguma semelhança com outras conversas, também tentou rastrear o número, mas o endereço que aparecia não existia, era como procurar o Gasparzinho, ou algo do tipo, eu ficava cada vez mais frustada ao reler as conversas zilhões de vezes, na esperança de encontrar qualquer semelhança na escrita.

- Vou fazer um café, você quer? - Scott me tirou de meus devaneios com as folhas.

- Não.

- Quer algo para comer, acho que tenho alguns biscoitos, e tenho coisas pra fazer sanduíche também.

- Não, eu estou bem! - voltei a ler.

- Você sabe que se reler tantas vezes com a mesma perspectiva você não vai achar nada, não é? Tem que pensar como a pessoa, e então vai saber quem se identifica, vamos fazer uma pausa, talvez seja melhor, você vai sentir dores nas costas por ficar sentada no chão, eu sei que ocupei o pouco espaço do sofa de dois lugares, mas podemos trocar amanhã. - ele me olhou serio.

- Eu estou bem, posso continuar sozinha, se estiver cansado!

- Amber são 3 da manhã, se ficar focada nisso e apenas nisso, vai perder a sua linha de raciocínio, é notável que esta cansada! - Scott falou firme.

Ele estava certo, meu olhos ardiam, eu não sentia mais minha pernas, estava tão focada nisso que posso ter deixado algo passar, eu preciso dormir e pensar melhor amanhã.

- É, talvez seja melhor continuar amanhã. Vou tomar um banho também, relaxar um pouco. - falei por fim, me levantando devagar.

- Pode usar a cama, eu vou pegar um colchão e por no chão aqui.

- Não acha melhor no quarto, eu... eu acho que seria ... mais cômodo é... - como dizer que gostaria que ele ficasse no quarto para que eu me sentisse mais segura?

- Eu vou por no quarto então, não precisa dar desculpas se estiver com medo. - ele virou as costas indo ate o quarto.

- Não me trate como uma criança, eu so... tenho medo de que alguem entre e você esteja longe, no quarto ... a gente se protege melhor! - falei rápido e me senti uma idiota por falar assim.

Ele apareceu de novo na sala, segurando uma toalha, ele jogou ela pra mim, e eu peguei.

- Se precisar de algo é so me gritar.

Me levantei e abri minha bolsa, tinha algumas roupas emboladas, eu apenas joguei elas dentro da bolsa, estava com pressa, quando tirei uma blusa grande caiu um papel dobrado, peguei do chão curiosa.

Eu vou ter você!Onde histórias criam vida. Descubra agora