Capítulo 1

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H E L E N A
🇧🇷

E

ntro em casa depois de um dia inteiro no escritório, analisando vários casos e encerrando outros. Estranho o silêncio e vou caminhando direto pela sala.

- Noah... Cida? - breu total, devem ter saído para algum lugar. - Vocês estão aí? - ainda sem respostas.

Assim que entro no quarto, tiro toda roupa e vou para o banheiro... Tudo que preciso agora é relaxar. A dor de cabeça está me matando, mas também não é para menos depois do dia cansativo de hoje.

Me tornei bastante conhecida aqui em Ohio, onde vivo hoje, graças ao meu esforço, e o meu antigo chefe que deu bastante força para mim. Ele passou horas com o Noah enquanto eu resolvia todas as coisas para a viajem.

Depois que saio do banho, resolvo ligar para Cida, ela é nossa amiga e cuida de tudo aqui em casa. Veio do Brasil há algum tempo à procura de uma vida melhor, e como eu não conhecia ninguém aqui, encontrei ela que estava atrás de emprego e não pensou muito quando ofereci abrigo na minha casa. Ela tomaria conta do meu filho até que a minha vida se organizasse, e é como uma mãe pra mim e vó para o Noah, tanto que ele a chama de "vó Cida".

Disco o número de seu celular e espero até que ela atenda:

- Oi, Helena, está em casa?

- Cheguei faz um tempinho. Onde vocês estão? Fiquei preocupada quando não achei ninguém. - eu realmente fiquei, eles sempre estão aqui quando chego.

- Estamos voltando. O Noah queria sorvete, e como não temos em casa viemos comprar aqui no Walmart, que no mercado da esquina não tinha também. - explica. - Já estamos no portão do prédio.

- Ok. - desligo o telefone e em poucos minutos a porta da frente se abre.

Termino de me vestir e vou até onde eles estão. Cida foi na cozinha guardar o sorvete e o Noah está sentado no sofá todo apreensivo, já sabendo o porquê.

- O que eu falei sobre sorvete na semana? - ele fica quieto olhando para o chão. - Noah?

- Desculpa, mãe, eu tinha esquecido. Não vai acontecer de novo. - garante.

- Tudo bem, dessa vez passa. - puxo ele para meu colo.

Noah é um garoto que não demonstra muito os sentimentos, talvez porque teve que crescer sem pai e rápido demais. Já o levei em vários psicólogos e especialistas mas não adiantou muita coisa, continua tudo do mesmo jeito.

- Tô com sono, posso ir para o quarto? - me pergunta.

- Claro. Boa noite. - beijo seu rosto e ele corre, sumindo na escada.

As coisas estavam ficando cada vez mais difícil com o Noah. Eu não sabia mais o que fazer, e o pior é que toda minha vida está bagunçada, tanto a profissional quanto a pessoal. O escritório foi denunciado por alguém que quer muito o meu mal, talvez por inveja ou alguma outra coisa que eu ainda não sei o que é, mas irei descobrir em breve. Estou atrás de um bom detetive que ajude a descobrir quem foi e por quê fez isso.
Amanhã não vou trabalhar e já deixei isso bem claro lá. Preciso de um tempo para colocar as coisas no lugar e espairecer um pouco, minha cabeça anda a mil por hora e preciso dela vazia se quiser resolver logo esse problema.

Logo pela manhã acho que vou correr um pouco no parque perto de casa. O tempo está bom para isso e logo mais chegará o outono/inverno que sempre é bem rigoroso nessa região. Estamos no finalzinho da primavera.

Por Acaso Onde histórias criam vida. Descubra agora