Capítulo 11

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H E L E N A
🇧🇷

Meu dia estava indo as mil maravilhas. Resolvi tirar umas férias e descansar minha cabeça que está indo de zero a cem em segundos.
Faz alguns dias que eu não pratico nenhum exercício e já estou sentindo os efeitos, então como a noite está ótima, resolvi ir até o parque dar algumas voltas.

- Noah, quer ir andar um pouco comigo? Preciso de companhia. - chamo, enquanto prendo o cabelo.

Não demora para que ele apareça na sala.

- Esta frio. Tem certeza que vai sair hoje?

- É uma ótima noite! Por favor, vamos? - imploro.

- Sem condições, mãe, quem sabe em um dia de sol? - sugere, sorrindo e mostrando as covinhas nas bochechas. Tem como ser mais fofo?

- Cadê a Cida?

- No quarto.

Nunca que ele irá ficar sozinho em casa, é capaz de quando eu chegar o prédio tenha pegado fogo. Melhor prevenir.

- Cida! - chamo.

- Tô aqui. Pode ir tranquila, vamos ficar com o chocolate quente e os cobertores. - abraça o Noah.

- Seus ingratos! - mostro a língua para eles, que revidam. - Até mais tarde.

Na rua, o frio está rachando. Quase me arrependo por ter vindo, mas não vou desistir sem ter começado.
O parque não fica tão longe de onde moro, só alguns minutos de caminhada e está tudo certo. Eu que imaginava as pessoas embaixo dos cobertores, estou muito enganada. A rua está uma aglomeração gigante, com gente para todos os lados, seja voltando do trabalho, fazendo compras ou exercícios.

Caminho por alguns quarteirões antes de ir direto ao meu destino. Ao chegar no parque encontro algumas pessoas se exercitando e vou direto me juntar a elas. Tem alguns conhecidos das caminhadas matinais que eu faço. Agora estou desleixada.

Uma cena próxima me desvia o foco, e eu não acredito no que estou vendo. Peter e uma loira se beijando.

Peter beijando outra...

Foram poucos segundos até que ele olha na minha direção. Parece sentir minha presença. Está assustado. Não dou tempo para que ele venha até mim e saio o mais rápido que posso do local, antes que eu coloque tudo o que comi para fora.

- Helena, espera! - ele grita.

Eu não sei porque estou com raiva, não temos nada. Acho que fiquei magoada por pensar que ele não era como os outros e estava enganada mais uma vez.

Sou puxada pelo braço e bato de frente com ele.

- Não é o que você está pensando...

- Não precisa se explicar. Você pode ficar com quem quiser, não me deve explicações, não temos nada. - falo, quase engasgado com as palavras.

- Ela me beijou, justamente porquê eu falei que não queria nada com ela. Só dormi com a Hanna uma vez e estava muito bêbado. - se explica. Parece até um pouco desesperado.

- Tá tudo bem, Peter. Eu só preciso ir para casa, estou com frio e uma dor de cabeça tremenda.

Viro as costas e deixo ele parado, sozinho e confuso. Mas como ele é o Peter, lógico que não vai deixar por isso mesmo.

- Posso te recompensar? Minha casa é mais perto que a sua, lá posso te emprestar algo mais quente para vestir e te levo de volta com o carro. - sugere.

Por Acaso Onde histórias criam vida. Descubra agora