Capítulo 6

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P E T E R
🇺🇸

Não existe coisa pior que festa de criança. Vários pestinhas correndo para todos os lados e gritando como se o mundo fosse acabar. Para deixar bem claro, eu só vim por causa da minha sobrinha. Ou eu jamais estaria aqui.

Ando para vários lados à procura de um lugar mais sossegado, e chego perto de uma mesa mais afastada que está perto de uma árvore do jardim.
Meus minutos de glória duram pouco, porque logo o Mattie aparece ao meu lado. Deve está fugindo dos pentelhinhos também.

- Diga a sua irmã que nunca mais faremos uma festa de aniversário. Que caos! - diz ele assim que chega.

- Continue fazendo os gostos dela. - beberico meu refrigerante. - Aliás, poderia servir alguma bebida de verdade aqui. - reclamo.

Não sou muito de beber, mas para aguentar isso aqui só com um pouco de álcool nas veias.

- Isso é uma festa infantil, Peter, nada de bebidas alcoólicas. - avisa.

Resmungo qualquer coisa e deixo ele conversar várias besteiras.
Estava escutando tudo, até um Civic estacionar nas poucas vagas restantes e uma mulher linda pra caralho descer dele, indo até a outra porta para pegar uma embalagem grande.

Puta merda...

Ela se dirige até a porta e nem olha para mim, também depois do idiota que fui, não esperava menos.
Encaro até quando ela entra em casa com seu filho.
Mattie me cutuca de uma forma irritante.

- Está escorrendo baba no canto da sua boca. - aponta.

- Deixa de ser idiota. - dou um soco na sua cabeça e ele sorri.

- Tenho que saber como está tudo lá dentro, vai entrar? - pergunta.

- Vou.

Atravessamos o jardim e eu procuro por Helena em meio a multidão de crianças chatas correndo sem parar. O Mattie sumiu.
Encontro ela no canto onde ficam os refrigerantes e salgadinhos, aproveito que o menino não está perto e vou até lá.

- O que você quer? - ela pergunta assim que paro ao seu lado.

- Podemos conversar? - vou pedir desculpas de novo.

- Não! - exclama, sem pensar duas vezes.

- Só cinco minutos? - insisto. Ela revira os olhos mas afirma com a cabeça. - Vamos falar lá fora.

Helena me segue para o exterior da casa e eu paro na porta de entrada.

- Queria te pedir desculpas pelo outro dia. - olho para sua face. - Eu fui um grosseiro e me arrependo muito por isso, é sério.

- Deveria ter pensado antes de falar aquelas coisas. - resmunga, com a cara fechada.

- Eu já pedi desculpas. - olho feio pra ela. - Quer me ver ajoelhar?

- Não seria uma má ideia. - debocha.

- Então pode esperar, porque você nunca me verá ajoelhado por uma mulher. - respondo.

Por Acaso Onde histórias criam vida. Descubra agora