Capítulo 20

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P E T E R
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Puta merda! Por que eu sou tão idiota? Isso mesmo, pessoal! O policial Peter Lins é um verdadeiro babaca.
Eu que estou acostumado a andar no banco do carona nas rondas policias, fui um tremendo cretino com a Elle - acho que atribuí esse apelido pra ela porque não sei o verdadeiro.
Algumas vezes eu sinto que preciso estar no controle, mas não soube lidar muito bem com um "não" bem na minha fuça. E, olhando aquela mulher agora bem na minha frente, eu só sei sorrir e agradecer silenciosamente pela sua negação, e sem hesitar. Com todo esse espírito genioso que ela tem, com certeza eu vou ser consertado. Posso apostar um dedo meu.

Estamos sentados na praça de alimentação do shopping, comendo nossos lanches enormes. Caramba! Quanto tempo eu não comia um hambúrguer?

- Eu realmente estava precisando disso. - Helena comenta, enquanto dá sua última mordida. Eu já acabei segundos antes.

- Você quase nunca me deixa comer essas coisas. - Noah fala. - E olha só quem gostou! Agora não pode me julgar. - gargalho. Esse moleque é esperto.

- Isso aí, pequeno Fernandes. - dou um soquinho na sua mão, e ele sorri. Acho que estou começando a ganhar pontos com o garoto.

- Se revoltaram contra mim? - minha namorada coloca a mão no coração, fingindo falsa ofensa. - Falo isso para o seu bem, Noah.

- A mamãe também não me deixa comer besteiras, diz que faz mal e é cheio de gorduras ruins. - Abby mexe no canudo do seu copo. - Mas ela não precisa saber, né? - solta uma risadinha e nós acompanhamos.

Estar aqui com eles está sendo incrível, faz tempo que eu não tenho um momento como esse. Meu forte não é sair para um passeio com a namorada e crianças, e sim, para pubs e jogos de paintball com Ed e o pessoal do trabalho.

Bom, de vez em quando é preciso inovar a rotina, mesmo que seja só para dar umas voltas no shopping. Eu sei que Helena gosta desse tipo de coisa, é por isso que eu faço o possível para lhe agradar. Ela me dá o espaço certo para entrar na sua vida e eu já estou me sentindo como se fosse da família.
O único que anda omitindo as coisas aqui sou eu, mas se quisermos que isso dê mesmo certo, eu tenho que aprender a dividir minha história com outras pessoas que não seja a Jessie e o Edward. Isso com certeza mudará em breve.

O dia de ação de graças está próximo, e logo mais o natal estará batendo na porta, e eu que não sou muito de comemorar a data, já tenho alguns planos que estou pensando em colocar em prática. Só espero não estar sendo muito impulsivo...

- Peter! - levo um susto quando Helena me tira dos devaneios. - Está tudo bem?

- Claro, só pensando em umas coisas. - sorrio. - Qual a próxima parada?

- Hospital. Noah precisa tirar o gesso.

- Tio Peter, que tal irmos no parque de diversões que tem aqui? - Abby pede, animada.

- Podemos ir outro dia, princesa, seu amigo vai se livrar disso aqui. - bato na perna engessada do menino.

- Finalmente! - ele comemora. - Vamos logo?!

***
O processo de retirada do gesso foi rápido, menos do que imaginei. Fiquei aguardando com a Aubrey na sala de espera enquanto Helena levou o filho pelo longo corredor.

Eles apareceram quase meia hora depois, mas parece que Noah ainda teria um pouco de dificuldade para apoiar o pé no chão, depois do longo tempo que ele passou sem movimentar aquela perna. Só que as crianças se recuperam mais rápido que um adulto, daqui a pouco ele vai estar correndo por aí de novo.

Por Acaso Onde histórias criam vida. Descubra agora