Capítulo 36

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P E T E R
🇺🇸

Eu vou ser pai! Isso é surreal!

Por quase dez anos da minha vida, eu comecei a perder as esperanças de começar uma "nova" família, de nunca mais conseguir retomar meu eu de antes.

A Chloe entrou na minha vida e saiu de forma tão brusca que todo o meu mundo pareceu desmoronar naquele momento. Coloquei na minha cabeça que eu era um monstro. O da pior espécie possível. Demorei para conseguir retomar minha vida normal. Foi um processo muito demorado.

A minha irmã, Jess, me ajudou bastante, assim como o Edward. Eles praticamente me obrigaram a fazer terapia. Quando finalmente concordei, só fui em uma sessão. De que adiantaria eu compartilhar a merda que era minha vida com outra pessoa? Não fazia nenhum sentido.
Eles tentaram me levar de volta, mas dessa vez, a cada sessão, que era duas vezes por semana, o Ed e minha irmã decidiram ficar comigo até o final de cada uma delas.
Gastei seus preciosos tempos por quase nove meses, ambos deram uma pausa nos seus trabalhos por minha causa. O pior é que a Jess já era mãe, então ficava meio difícil se organizar entre a Abby, o seu marido Mattie, e eu. Mas como ela é Jessie Rose Lins, ou melhor, Jessie Walters, a mulher sempre consegue dar um jeito em tudo.

E ainda conversou (tendo o apoio do Edward) com o xerife, por isso, assim como meu amigo, também fiquei um curto período afastado do batalhão. 

Eu não disse nada por muito tempo, até que certo dia, depois que a doutora Lance me serviu umas doses de uísque, a fim de fazer com que eu me abrisse, comecei a tagarelar por horas e horas. A coitada cancelou seus outros pacientes só para me escutar. Kellen Lance me ajudou bem mais do eu posso agradecer. Infelizmente ela morreu depois de sofrer um acidente de carro numa viagem que ela fez para o Canadá. O motorista estava bêbado, e bateu bem no carro (mais precisamente, do seu lado) em Kellen estava com a sua família.
Seu corpo pôde ser transportado aqui para Ohio, e eu fui na cerimônia. Levei rosas vermelhas, as suas preferidas e as que eu sempre via enfeitando sua sala. Não consegui ficar até o final, mas pelo menos confirmei presença.

Finalmente melhorei, e logo depois encontrei o penhasco da amargura que a partir de hoje pode muito bem se tornar o penhasco das revelações.
Helena foi a primeira e única pessoa que eu levei lá. Foi onde ela me revelou a sua vida inteira, e onde revelou a existência da nossa pequena benção que está a caminho.
Nunca estive tão certo em toda minha vida, e nunca irei me arrepender de ter saído para espairecer naquela manhã. Fui um puta grosso com ela, e talvez eu nem tivesse reparado tanto na Ellie se não tivesse ficado bravo.
Uma mulher tão atrevida, audaz, inteligente... E tão ingênua! Qual pessoa em sã consciência, uma advogada ainda por cima, pega carona com um estranho? Eu ri tanto quando cheguei ao meu apartamento naquele dia, mas a melhor coisa que fiz foi ter me oferecido para lhe deixar em casa.

OBRIGADO POR AQUELA CHUVA, DEUS!

Estou tão certo de tudo que fiz até aqui, que é por isso que estou saindo com um sorriso maior que tudo de dentro da velha e conhecida joalheria.
O anel ficou tão bom quanto a pulseira. É um pouco diferente dos que as mulheres estão acostumadas, mas a minha Ellie é diferente de todas as outras mulheres, por isso esse anel combinará perfeitamente com ela.
No momento em que ela me deu a notícia, a melhor notícia do mundo, eu queria estar com esse anel bem no bolso do meu casaco. Com certeza eu não esperaria até o Natal para fazer o pedido de casamento, mas como faltam exatos dois dias até lá, posso esperar mais um pouco.

Por Acaso Onde histórias criam vida. Descubra agora