H E L E N A
🇧🇷— Sara, minha loirinha, está tudo bem comigo. — Ed diz mais uma vez para a namorada. — Não vamos cancelar a viagem por besteira.
— Não é besteira. Você levou um tiro. — ela morde os lábios trêmulos. — Ai, meu Deus! Meu filho ia nascer sem um pai.
— Ele não ia nascer sem pai, ainda ia ter um... morto. — Ed diz com humor, mas Sara fica horrorizada.
— Não fala assim, Edward Scott! — ela repreende, choramingando.
— Desculpa, loirinha. — ele passa a mão pela barriga dela e beija seu rosto vermelho. — Desculpa também, filho, o papai está aqui.
Faço um som fofinho, porque acho linda a forma como ele diz aquilo, por mais simples que seja, tenho certeza que significa muito pra Sara.
Peter olha para mim, e sem se aguentar começa a rir desesperadamente, se dobrando nos joelhos. Faz uns vinte minutos que eles chegaram, e a Sara quer desistir da viagem mais do que tudo.
Nossos namorados contaram detalhadamente tudo o que aconteceu desde que nos mandaram para casa. Ficamos horrorizadas no começo, mas eu me recompus bem rápido, ao contrário da minha amiga que chorou e fez todo um drama. Até entendo que toda a choradeira é por conta dos seus hormônios da gravidez, mas o resto é bem típico dela em situações como essa. Também já vivemos muita coisa no Rio de Janeiro para ser como somos hoje.Mas não posso negar que toda a cena dela nos fez uivar de tanto rir. Até seu próprio namorado caiu sentado no sofá de tanto rir.
Estamos todos no apartamentos do Peter. Bom, todos menos a Cida, o Alfred, e o Noah. Eles decidiram ir para casa do namorado da Cida (que por acaso fica no nosso prédio) jogar algum joguinho de tabuleiro. Meu filho não protestou quando lhe pedi que fosse com eles, porém, me fez prometer que contaria tudo assim que chegasse em casa.— Relaxa, amiga, até lá ele já vai estar bem melhor. E sem o curativo. — dou mais um empurrãozinho para ajudar a convencê-la.
— Isso acontece sempre, não é nada demais. — Peter se recupera das risadas histéricas. — Vai lá, Edward, convença sua mulher.
— Mais tarde, em casa. — seu amigo pisca, fazendo o Peter sorrir.
Sara me olha com suspeita, porque com certeza estamos perdendo alguma piadinha interna aqui.
Damos de ombros mesmo assim, e então mudamos de assunto.***
Conseguimos passagens para todo mundo no mesmo voo, o que é uma tremenda sorte. Sara e Ed sairam assim que conseguimos comprá-las, mas minha amiga ainda continuava meio hesitante em fazer a viagem. Depois de comprar tudo ela relaxou mais, porque seu namorado disse que não ia ter mais volta, e não iria querer nenhum reembolso das passagens caras que achamos. Peter teimou para pagar a minha e a do Noah, dizendo que eu poderia fazer uma boa ação pagando a da Aparecida, mas eu "briguei" com ele e disse que não queria que pagasse por nada. No fim de tudo, ele quis comprar a dele e a do Noah, e eu comprei a minha e a da Cida. Não discutimos mais sobre isso.Nossos amigos foram para casa quase às onze da noite, e decidi ficar mais um pouquinho antes de ir para minha própria casa. Faz um tempo desde que fiquei sozinha com Peter. Geralmente estamos acompanhados de alguém, o que não é ruim, porque quando são pessoas que você ama, não faz diferença.
— Não acredito que estamos mesmo indo para o Brasil. — ele diz empolgado, depois de fechar a porta. — Pode me contar mais um pouco sobre como é lá?
Solto uma risadinha, porque é o que ele mais está me pedindo nesses últimos dias. Mas não posso negar que não gosto de todo esse espírito aventureiro dele.
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Por Acaso
Roman d'amourHelena Fernandes é uma advogada negra, batalhadora e que sempre lutou por tudo na vida. Tem um filho lindo e moram nos EUA por causa de toda sua carreira e para dar uma vida melhor a sua família. Peter Lins é um policial americano mais conhecido po...