Capítulo 9

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H E L E N A
🇧🇷

Chego no local de encontro (se é que pode ser chamado assim), e não vejo o Peter. Será que eu me precipitei? Acho que li errado quando ele me disse o horário.
Procuro o lugar mais vazio que tem ali e me sento. Uma garçonete logo aparece, e peço um suco natural enquanto espero. Meu celular apita, informando que é uma mensagem. Cida.

C: Helena, o Noah pediu para dormir na casa da Abby; de novo. Alegou que tem umas coisas da escola para fazer. Ele pode ir? - está escrito.

Ultimamente o meu filho só quer saber de dormir lá; está sem freios. Eu não quero ser chata, mas também não quero que achem que ele não tem uma casa com uma mãe decente para cuidar dele, não que a Jessie vá pensar isso, ou vai? Acho que estou um pouco paranóica.
Como ele disse que é sobre a escola, acho que vou deixar. Mas se ele estiver mentindo...

H: Ele pode ir. não quero que isso seja alguma mentira dele. Você também pode sair, se quiser, como ele vai ficar , acho que não vamos precisar de você por hoje. Quem vai buscar ele? - envio.

A resposta não demora a chegar.

C: Os pais da garota vêm aqui. Volto logo pela manhã. Boa noite. - ela precisa mesmo sair mais.

H: Ótimo. Boa noite, se divirta.

Me assusto com uma pessoa puxando a cadeira na minha mesa, e só então percebo que é o Peter.

- Oi, tá esperando há muito tempo? - ele pergunta.

- Não. Cheguei faz uns dez minutos. - respondo. - Vai me mostrar o vídeo, ou quer pedir algo?

- Você é muito ansiosa. Pode acalmar esse coração. - diz de um jeito zombeteiro. - Vou te mostrar o vídeo. E obrigado, não vou querer nada, acabei de vir da casa da minha irmã.

A garçonete que me atendeu, traz meu suco. Joga os cabelos para vários lados quando nota o Peter na mesa, estica o decote para baixo fazendo seus peitos quase saltarem do uniforme enquanto se inclina mais do que precisa para me servir a bebida.

- Precisa de mais alguma coisa? Será que o moço não quer pedir algo? - abre um sorriso exagerado.

- Não precisamos de mais nada! - rosno para ela. Peter como o cínico que é, está retribuindo o sorriso. - Pode nos dar licença, isso é uma conversa particular. - olho para a garota, fuzilando ela.

- Claro. Se precisar de algo, meu nome é Samanta. - se vira e sai rebolando, não sem antes dar uma piscadela na direção do cretino a minha frente.

Encaro ele que está olhando minha cara furiosa e sorrindo, eu por outro lado não estou achando graça nenhuma.

- Está rindo do quê? - bufo, irritada.

- Está com ciúmes, meu bem? - estou com ciúmes?

- Claro que não! - caio na gargalhada. - Ciúmes de você? Não se iluda tanto.

- Depois da cena que vi aqui, posso ter certeza que era ciúmes. Você quase pulou em cima da garçonete. Coitada. - defende a perua.

Por Acaso Onde histórias criam vida. Descubra agora