Capítulo 40

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P E T E R
🇺🇸

Finalmente consegui acabar logo com isso. Eu já estava ficando apavorado com a possibilidade da Ellie dizer não.
Sempre fui confiante, mas, quando ela demorou para me responder, minhas expectativas estavam quase indo pro buraco.

Agora, observando a minha noiva olhar seu anel com tanta admiração, só consigo sentir gratidão. Por tudo.

- Você gostou? - preciso ouvir mais uma vez, só mais uma vez.

- Peter, já é a décima vez que você me pergunta isso desde que eu disse sim. - ela ri. - Olha isso, tem como não amar? - suspende a mão, na direção da luz.

Estou feliz pra cacete! E ainda nem acredito que estou noivo, mesmo tendo planejado esse momento há algum tempo. Sempre soube que daria certo.

Nossos amigos já nos cumprimentaram com abraços e zoações, principalmente dos caras. Já estão todos "amarrados", por que eu não posso arriar meus quatro pneus também? Apesar deles já estarem no ar desde que beijei essa mulher pela primeira vez.

Estamos todos reunidos ao redor da lareira. Começou a nevar mais forte lá fora, e está um frio da porra. Quase eu ficava congelado quando fui buscar os presentes.

- Agora que estamos todos aqui, quero saber que história é essa de bebê? Por que ninguém me contou? - Jess nos fuzila com o olhar.

- Era pra ser uma surpresa de Natal. - Helena explica, sorrindo. - Deu certo?

- Sim, muito certo. - minha irmã suspira. - Mas se eu soubesse antes, poderia ter comprado alguns presentinhos pra ela.

- Como assim ela? - eu encrespo. - É um moleque!

- Menino nada! Eu já tenho um, agora preciso de uma linda garotinha. - Helena passa a mão, delicadamente, na barriga.

- Vai ser uma menina, meu amigo. - Alfred sorri. - Prepare o coração.

- Aí, Peter, imagine os pentelhinhos querendo levá-la ao baile da escola? - Mattie coloca mais lenha na fogueira.

Começo a visualizar a cena na minha cabeça...

- Ei, Sr. Lins, estou aqui para levar a sua filha ao baile. - um boyzinho todo cheio de não-me-toque parado bem na porta da minha casa.

- Papai, esse é o meu namorado. - minha filha sorri.

Eu estou parado, impotente, diante dos dois. Não sou capaz de mexer um músculo. A única coisa que consigo ver a minha sanidade indo para o espaço.

Ah, mas é aí que me lembro com o que trabalho. Fico feliz, e dou um sorrisinho maquiavélico na direção do desgraçado ao pegar minha espingarda e...

- Peter! - ouço as vozes me chamar, e só então volto a realidade. Caralho... Estou ficando paranóico!

- No que você estava pensando? - a mãe do nosso futuro bebê indaga.

- Em nada. - olho ao redor da sala e vejo que todos me olham com zombaria.

- No que mais seria, é lógico que está pensando na cena que acabamos de plantar na cabeça dele. - Ed gargalha.

Por Acaso Onde histórias criam vida. Descubra agora