Por Acaso

Capítulo 8

P E T E R
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- Cara, você está estranho hoje. - Ed comenta. Está segurando copinho de café ao meu lado.

- Tô nada, impressão sua. - eu não estou estranho, as pessoas é que estão ficando malucas.

Não dormi nada na noite passada, acho que estou com uma cara pior que a de sempre, por isso que ele é a terceira pessoa a falar isso.

- Estava com mais alguma das mulheres que você dorme?

- Não dessa vez. - respondo. Não vou contar sobre ela agora.

- Você nunca foi de esconder suas conquistas, conta aí quem te deixou estranho desse jeito. - ele sorri.

- Vai procurar o que fazer, porra. - dou um tapa na sua cabeça.

- Calma, calma... - suspende as mãos em sinal de rendição.

Não faz muito tempo que eu conheço a Helena. Já ouvi a Jessie falar muito dela, mas nunca liguei. Agora eu sei que ela é uma mulher espetacular, boa mãe, e além disso uma ótima advogada. Uma das melhores da região, já colocou cada pessoa na cadeia.
Comecei a me aproximar um pouco mais agora, mas não sei se quero um relacionamento tão sério por enquanto. Já passei muita coisa na vida e não estou preparado para enfrentar tudo de novo. Guardo um segredo enorme que me corrói por dentro, nunca consegui me abrir com ninguém, e só a Jessie e o Ed sabem daquele momento tão conturbado na minha porcaria de vida. Uma coisa que prefiro esquecer para sempre.

- Só estou preocupado com você. Lembro de tudo que aconteceu e não quero que aconteça de novo. - Edward me diz.

- Eu sei, isso não vai acontecer nunca mais. - digo firme, tentando convencer a mim mesmo.

Faz horas que estamos fazendo ronda pela cidade à procura de alguns bandidos. Saí do apartamento da Helena ainda não eram nem 5h da manhã. Recebi um chamado e vir o mais rápido que pude, achando que era algo mais importante. Quando cheguei na delegacia era só o Ed armando uma confusão, tudo porquê não queria fazer a ronda junto com o Josh, um cara que ele não se bate muito bem.

É uma tremenda putinha mimada, mesmo!

- Quanto tempo ainda falta para acabar esse turno? - ele pergunta, bocejando.

Olho no relógio de pulso e digo:

- Menos de meia hora, está perto. - A verdade é que eu também preciso dormir, estou exausto!

- Graças a Deus! - levanta as mãos para o céu. - Não dormi nada essa noite... Preciso de férias.

- Então somos dois. - concordo.

Acabamos com as nossas rondas quase às 11h da manhã. Levo a viatura de volta para a garagem do DP e pego o meu carro indo direto para casa. A única coisa que faço ao chegar é tirar o uniforme, e cair direto na cama, caindo num sono profundo.

***
O celular me desperta, tocando incansavelmente. Atendo sem olhar o identificador:

- Peter, jantar em família hoje à noite! - Ninguém merece.