Capítulo 7

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H E L E N A
🇧🇷


O que eu fiz...? Na verdade, o que ele fez? Isso não poderia ter acontecido!
Mas se eu dissesse que não gostei estaria mentindo descaradamente. Foi uma das melhores coisas que aconteceu nos últimos anos, e para mim de certa forma foi importante. Mesmo eu querendo negar até a morte.

Saio da festa sozinha, porque Noah implorou para dormir na casa da Abby e como sua mãe é uma velha conhecida (quase amiga), eu deixei. Sempre que posso compro na sua boutique, lá tem roupas maravilhosas.
Quando passo pelo jardim, o Peter não está mais lá. Literalmente, corri até o carro. Só não sabia o porquê estava fugindo. Um beijo não era nada de mais, mesmo que tenha mexido em toda minha estrutura interna.

Dirijo por várias horas, sem ter coragem de voltar para casa. Lá com certeza estarei pior que aqui no carro, vagueando por aí sem rumo. Rodo pelas ruas desertas por um tempão, e quando chego em casa já é quase 1h da madrugada. O prédio todo está em silêncio. Subo pelo elevador do estacionamento mesmo.

O apartamento também está na completa escuridão, exceto pela luz da lua que entra pelas janelas de vidro. Aproveito que estou sozinha e tiro toda a roupa na sala mesmo. Às vezes, eu amava ficar sozinha, porquê só assim podia fazer muita coisa sem a Cida e o Noah por perto.
Vou na cozinha (sem roupa) e belisco várias besteiras. Não comi nada na festa, só beberiquei algumas coisas quentes que eram servidas por garçons, o que achei bem chique por sinal.

Depois de encher bem a minha barriga, ando por vários cômodos do apartamento. Estou com insônia, o que há muito tempo não acontecia, e isso é horrível.

Decido tomar um banho quente na intenção de relaxar, e para que o sono chegue logo. Entro debaixo da ducha quente e deixo toda a tensão ir pelo ralo, fecho os olhos enquanto aproveito a água, mas sou interrompida pela campanhia que começa a tocar sem parar.

Quem pode ser uma hora dessas? Será que aconteceu alguma coisa com o Noah?

Me enrolo no roupão e corro igual a um foguete até a porta, com os pensamentos a mil por segundo.
Mas quando abro tenho uma grande surpresa.

- O que você está fazendo aqui? - Peter está parado igual uma estátua.

- Não consigo ficar longe de você. - diz, simplesmente.

O quê?

- Como assim, cara...

Não tenho tempo de explicar, ele me empurra para dentro de casa e fecha a porta, me pegando no colo logo em seguida, o que me faz soltar um gritinho agudo pelo susto.

- O que você está fazendo? - pergunto confusa, porém o sorriso está estampado no meu rosto para quem quiser ver.

- Melhor eu te mostrar.

Seus lábios que agora parecem tão familiar se colam nos meus, e o arrepio é imediato. Sua língua ávida desliza sobre a minha em um ritmo lento e veloz ao mesmo tempo, e ele solta um murmúrio indecifrável.
Nos separamos à procura de ar, suas pupilas estão dilatadas e a face vermelha, assim como a boca.

Eu não consigo dizer nada por vários segundos e ele logo quebra o silêncio.

- Eu precisava te beijar mais uma vez. - diz.

Por Acaso Onde histórias criam vida. Descubra agora