Alguns invernos mais tarde...
P E T E R
🇺🇸Só preciso de mais cinco minutinhos de paz. Mais alguns minutos antes que dois furacões entrem dentro do quarto com tudo.
— Papai! — Liz empurra a porta. Pelo som da sua voz eu consigo indentificar que ela está chorando.
Me sento na cama, esfregando os olhos. Cheguei da delegacia há duas horas atrás. Não dormi direito.
Tenho trabalhado demais, os casos ficando cada vez mais difíceis.
O combate ao tráfico de drogas na região está ficando mais intenso. Exige muito de nós. Desde que a nova operação começou tenho ficado menos tempo em casa. Mas estou tentando recompensar da melhor forma.— O que aconteceu, minha princesa? — coloco-a sentada na cama. Seus cabelinhos cacheados estão bagunçados, um leve indício de que correu pela casa para não petear.
— Foi o Tom. Ele me bateu.
Tem acontecido com mais frequência. Os dois são como cão e gato. Vivem brigando sem parar, seja por brinquedos ou qualquer outra bobagem.
Ellie e eu temos tentado colocar eles na linha. Deixamos os dois sem saírem para brincar, como fazem na maioria do tempo quando não estão na escola, e fazemos com que limpem os seus quartos.
Cuidar de dois adolescentes e duas crianças de seis anos não é tão fácil quanto imaginei.
Em breve, o Noah e a Kate estão indo para a faculdade. Então só seremos nós quatro; eu, a Helena, a Liz e o Tom.Pode ficar mais fácil? Talvez.
Essas crianças valem por cem.
Mas prefiro elas a todo vapor do que cima de uma cama, doentes.Faz parte as crianças brigarem, ainda mais na idade em que eles estão. Mas precisamos pôr um controle nisso.
— Me conte o que houve. — peço.
— Eu fui lá na garagem, e vi o Tom mexendo na caixinha de ferramentas. Eu disse que não podia, e que ia contar pro papai, aí ele me bateu forte bem aqui. — indica o bracinho curto. Tem uma mancha meio avermelhada no local. — A mamãe brigou com a gente, e deixou o Tom de castigo no quarto. Agora ele não quer falar comigo. Ele é um burro!
— Ei, não pode falar assim com o seu irmão. Ele não é burro. — tento acalmar a fúria da pequena. — Você fica aqui. Vou lá conversar com ele.
Me arrasto da cama, sentindo o corpo pesado. Tenho certeza de que a minha cara está como a de um panda. Olheiras enormes ao redor dos olhos.
Encontro Helena na bancada da cozinha com vários papéis espalhados ao redor do seu laptop. Está usando óculos de armação preta e os cabelos estão presos no alto da sua cabeça. Ainda está com roupa de dormir.
Está mais sexy que o normal.
— Bom dia. — enlaço sua cintura por trás e deposito um beijo na sua bochecha. — Onde está o Tom?
— De castigo. No quarto. — ela responde. Desvia os olhos da tela e me encara, séria. — Nem pense em ir puxar o saco. Ele precisa de limites, assim como a Liz.
— Eles são crianças, meu amor. E crianças brigam o tempo todo. — bebo um pouco do seu café.
— Eles são uns monstrinhos. Se tratam como animais. Já pensou na possibilidade deles dois não melhorarem? Precisamos levá-los ao psicólogo, isso já está ficando fora de controle e eu não sei mais o que fazer!
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Por Acaso
RomansaHelena Fernandes é uma advogada negra, batalhadora e que sempre lutou por tudo na vida. Tem um filho lindo e moram nos EUA por causa de toda sua carreira e para dar uma vida melhor a sua família. Peter Lins é um policial americano mais conhecido po...