Capítulo 5

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H E L E N A
🇧🇷


Já fazia quase uma semana que aquele cretino não dava nem sinal de fumaça, mas eu estava grata por isso. Talvez se eu não tivesse aceitado aquele convite tudo estaria melhor que agora. Eu mal o conheço e ele já vem falar umas barbaridades dessa para mim, se ele acha que eu sou qualquer uma está muito enganado.

Pelo menos uma coisa boa estava acontecendo comigo. Conseguimos encontrar um detetive que foi muito bem indicado por meu antigo chefe, que está sempre me ajudando em tudo, e eu já agradeci várias vezes por ele estar presente na minha vida. Agora é esperar para ver o que o detetive Bernard vai descobrir.

No momento estou trabalhando no escritório em casa, e o Noah e a Cida não estão. O silêncio total me conforta mas ao mesmo tempo é incômodo, não que eles façam muito barulho, mas já estou acostumada a ter alguém aqui mesmo que eu não converse muito por estar concentrada nas minhas coisas. Eles já sabem como é o meu jeito.

Momentos depois o interfone começa a tocar, e eu levanto para atender.

- Doutora Fernandes, entrega para a senhorita. Pode mandar subir? - eu tenho quase certeza de que não pedi nada, a não ser algumas coisas para o cabelo alguns dias atrás.

- Claro. Obrigado. - agradeço.

Não demora muito para a campanhia tocar, mas assim que abro a porta dou de cara com um buquê de rosas vermelhas lindas. De quem será? Assino os papéis e dou uma pequena gorjeta ao entregador, que se vai me entregando antes uma caixa de chocolate. Mas o que é isso?
Coloco as flores em um vaso e quando chego na sala encontro um cartão caído no chão.

Abro e começo a ler para acabar logo com esse mistério:

"Queria me desculpar pelo babaca que fui com você no outro dia. E epero que aceite as flores e não as jogue pela janela do prédio.

PS: Esse é meu número se quiser agradecer... não que você tenha obrigação, é claro.

Peter L."

Mas que cara de pau! Só não jogo tudo pela janela como ele disse porque são extremamente lindas e seria uma falta de consideração com a mãe natureza. E eu não vou ligar para agradecer nada, não fez mais do que a obrigação por ter me tratado daquele jeito.

A porta é aberta e eu escondo o cartão no bolso da calça. Cida tem um sorriso radiante, e Noah segura uma sacolinha rosa muito fofa.

- Que embrulho lindo, o que tem nele? - pergunto.

- O presente da Abby. Você vai me levar no aniversário dela amanhã, né? - encara as rosas na mesa de centro. - Quem deu?

- Eu não sei, deve ter chegado por engano, mas como não poderia jogar fora coloquei na água para durar mais. - minto descaradamente. Eu é que não vou contar quem foi.

- São muito cheirosas, deve ter custado uma fortuna. - Cida me encara com os olhos semi-cerrados, e eu devio do seu olhar.

- Não tem cartão? - que garotinho esperto.

- Deve ter caído por aí. Já jantaram? Porque eu tô morrendo de fome. - desvio a conversa para tirar eles de tempo.

- Sim e muita, né, vó Cida? - sorri para a mulher ao seu lado.

Por Acaso Onde histórias criam vida. Descubra agora